domingo, 14 de março de 2010

Sobre raças em extinção


Terminada a leitura dos jornais, gostaria de comentar duas notícias publicadas no Estado. A primeira informa que o DEM quer se incorporar ao PSDB. A segundo diz que as investigações sobre a corrupção no governo Arruda envolvem cada vez mais a cúpula do PPS.

Comentemos as duas:

1) A notícia de que o DEM deseja se incorporar ao PSDB significa, por si só, sem que seja confirmada, ou mesmo sem que se concretize, um severo revés político. Confirmada, é o fim do partido e de seus quadros. É a derrota daqueles que supervalorizaram o poder midiático, em detrimento do eleitorado. Acreditaram que a opinião publicada poderia impor-se à opinião pública. Demonstraram uma visão pouco democrática, na medida em que apoiaram a idéia de que meia dúzia de nababos da comunicação de massa poderia dominar a opinião de quase 200 milhões de brasileiros. Perderam o bonde da história. Subestimaram o discernimento da população. E continuam agindo assim.

É muito irônico. Setores autoritários da mídia, no afã de destruir o governo Lula e inflar o capital político da direita, dispararam barulhentos tiros... em si próprios. Depois de quase oito anos de guerrinha midiática, qual o saldo? Mídia desacreditada, surgimento de uma numerosa e ativa blogosfera de esquerda, fim do DEM, Lula recordista de popularidade, PSDB em crise, e perspectivas cada vez mais consistentes de outra vitória petista...

O PPS já manifestou intenção similar em relação a seu partido. E já que falamos no diabo, pulemos para o segundo item.

2) Com as investigações envolvendo cada vez mais a cúpula do PPS, partido que participava intensamente do governo Arruda, cresce no público brasileiro a vontade de contemplar as novas cores do rosto do senhor Roberto Freire, presidente do partido e o mais furioso lacerdista da oposição.

As notícias mencionadas estão abaixo:


DEM quer se incorporar ao PSDB

Mal das pernas, o DEM vai propor a incorporação ao PSDB em caso de vitória de José Serra nas eleições presidenciais. A ideia é dividir com PMDB e PT o espaço dos grandes partidos, abrindo uma porta de saída para o desgaste com o mensalão de Brasília, cujos desdobramentos têm potencial para fazer estragos ainda muito maiores.

O partido, porém, lida com uma perspectiva de derrota, atormentado com um cálculo interno que põe Dilma Rousseff à frente de José Serra nas pesquisas até 15 de maio. A previsão é de um placar de 38% a 31% a favor da candidata de Lula nessa ocasião.

Preocupados com o impacto dessa pesquisa, já traçam cenários de curto prazo. Se a previsão vingar, e Aécio Neves estiver mesmo fora do páreo, pretendem voltar a pleitear a vice, sob o argumento de que o barco está fazendo água.

Falta explicar como pretendem ser boia de salvação em contexto tão desfavorável.

Mensalão alcança o PPS

Os desdobramentos das investigações do escândalo de Brasília agravarão a situação do PPS, com danos à Direção Nacional. Forma-se na Polícia Federal a convicção de que o partido tinha participação ativa no esquema de corrupção do governo Arruda, a partir do qual teria montado caixa 2 para a campanha eleitoral. A fonte do partido era mesmo a área de saúde onde agora começa a faltar medicamento. O comando de campanha de Serra já foi alertado.


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