O jornal O Estado de São Paulo confirmou nesta quinta-feira que o governo da Líbia libertou o repórter Andrei Netto, que havia sido preso por forças fieis ao ditador Muammar Kadafi. Ele ficou preso por oito dias e, de acordo com o embaixador líbio no Brasil, Salem Ezubedi, foi detido para "ter a vida preservada".
Andrei Netto está bem de saúde e, de acordo com o jornal, deve deixar a Líbia na sexta-feira. Neste momento está abrigado na casa do embaixador brasileiro no País, George Ney de Souza Fernandes.
Mais cedo, a presidente Dilma Rousseff havia determinado que o governo brasileiro tome "providências urgentes" para a libertação do jornalista Andrei Netto que, durante cobertura sobre os conflitos na Líbia, foi preso por forças fieis ao ditador Muammar Kadafi.
O jornalista do jornal O Estado de S. Paulo perdeu contato com sua equipe há uma semana quando estava na área de Zawiya, uma das regiões onde os conflitos são mais intensos. Andrei foi localizado nesta quinta. Ele estava preso em uma penitenciária a 20 km, da capital líbia, Trípoli.
"A presidenta Dilma Rousseff está acompanhando com atenção a situação do jornalista brasileiro Andrei Netto (...) e determinou ao ministro interino das Relações Exteriores, embaixador Ruy Nogueira, providências urgentes para assegurar sua integridade física e sua libertação", disse o porta-voz da presidência, Rodrigo Baena Soares, no início da tarde.
Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país há quase um mês para pedir a renúncia do líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Entretanto, se tunisianos e egípcios fizeram história através de embates com as forças oficiais e, principalmente, protestos pacíficos por democracia, a situação da Líbia já toma contornos bem distintos.
Diferentemente da queda de Hosni Mubarak, cujo símbolo foi a aglomeração sistemática de centenas de milhares de manifestantes no centro do Cairo, a contestação de Kadafi tem levado a Líbia a uma situação próxima de uma guerra civil. Após a realização de protestos em grandes cidade, como Trípoli e Benghazi, o litoral mediterrânico da Líbia virou cenário de uma batalha diária entre as forças do coronel e a resistência rebelde pelo controle das cidades, como Sirte - cidade natal de Kadafi - e a petrolífera Ras Lanuf.
Não há números oficiais, mas estima-se que mais de mil pessoas já tenham morrido desde meados de fevereiro. A onda de violência, por sua vez, gerou um êxodo de mais de pelo menos 100 mil pessoas, muitas das quais fogem pelas fronteiras egípcia e tunisiana. Esses números, aliados à brutalidade dos confrontos - como, por exemplo, o bombardeio a cidades rebeldes - vêm mobilizando lideranças da comunidade internacional, que cogitam a instauração de uma zona de exclusão aérea na Líbia, mas ainda não acenam para uma intervenção no país.
quinta-feira, 10 de março de 2011
Dilma está sendo boa demais pra o PiG
Governo da Líbia liberta repórter brasileiro do Estadão
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