Messias Pontes *
Os ventos libertários que varrem o Oriente Médio e o norte da África carregam também uma hipocrisia ilimitada nos ombros dos Estados Unidos. Costumasses praticantes de crimes contra a humanidade – e a história está prenhe de exemplos -, os norte-americanos agora se arvoram de defensores dos direitos humanos naquela região, notadamente na Líbia. Na realidade, o imperialismo ianque está interessado mesmo é no petróleo e gás líbio, um dos maiores produtores mundiais.
É oportuno lembrar que os países aliados dos Estados Unidos na região são os que mais desrespeitam os direitos humanos e mantêm a população na maior miséria, mormente a grande riqueza que possuem justamente advinda do petróleo e do gás natural. É por todos sabido que os Estados Unidos não têm amigos, têm interesses, e isto foi dito sem arrudeios ou meias palavras pelo então presidente Harry Truman, um dos maiores carniceiros do mundo.
As atrocidades cometidas pelos invasores ianques no Vietnã (1959/1975) contra a população civil – crianças, mulheres e velhos – continuam vivas na memória der todos que acompanharam com indignação os crimes mais brutais. No povoado de Mi Lai, as tropas ianques mataram todos os moradores – crianças, mulheres e idosos, sob o argumento que todos eram vietcongs em potencial.
Recentemente, com a invasão do Iraque, exatamente há oito anos (março de 2003), mesmo contrariando determinação do Conselho de Segurança das Nações Unidas que afirmou não existirem armas de destruição em massa, o então presidente George W. Bush decidiu invadir aquele país e matar todos os seus líderes, começando pelo presidente Saddam Hussein. A prisão de Abu Ghraib, em Bagdá, foi palco das mais cruéis torturas contra os prisioneiros acusados de “inimigos” dos Estados Unidos. Nos últimos oito anos morreram mais de um milhão de iraquianos e milhares de norte-americanos, muitos dos quais se suicidaram.
A base militar estadunidense em solo cubano, Guantánamo é outro centro de tortura, considerada a pior prisão do mundo. Lá se encontram centenas de suspeitos de terrorismo, a maioria de origem árabe acusada de ter participado, direta ou indiretamente do atentado de 11 de setembro de 2003 em Nova Iorque quando dois aviões se chocaram contra as Torres Gêmeas e outro contra o Pentágono. Ali os presos são mantidos com os olhos vendados que os deixam sem noção de tempo. Também sobre eles os carrascos ianques jogam água gelada durante a madrugada, impedindo-os de dormir. Enfim praticam as mais bárbaras torturas.
Saddam Hussein já foi grande aliado dos Estados Unidos, sendo por estes financiado e armado para atracar o Irã em 1980. Osama Bin Laden é outro amigo que foi financiado e armado pelo imperialismo estadunidense para combater as tropas invasoras da então União Soviética no Afeganistão, mas hoje é o seu pior inimigo, cassado diuturnamente. Os imperialistas prometem muito dinheiro para quem der o paradeiro do ex-amigo, hoje considerado por eles como o maior terrorista do mundo.
Se existe no mundo país que não pode se arvorar de defensor dos direitos humanos, este são os Estados Unidos da América do Norte. Todas as sanguinárias ditaduras militares da América Latina, em especial na América do Sul, nos anos 60 e 70 do século passado, foram financiadas pelos imperialistas estadunidenses. A maioria dos militares golpistas da América Latina passou pela Escola das Américas, no Panamá, na verdade um centro de formação e treinamento de torturadores.
O mais recente golpe militar em Honduras, na madrugada de 28 de junho de 2009, quando o presidente Manuel Zelaya foi seqüestrado e deportado ainda de pijama, teve o aval do Pentágono. Ali milhares de pessoas foram presas e cruelmente torturadas, sendo centenas delas mortas pelo exército e por paramilitares pagos com os dólares de Washington.
Contra a vontade dos povos, o imperialismo norte-americano mantém 865 bases militares em 40 países e projeta a instalação de sete outras na vizinha Colômbia, sob o argumento de combater a narcoguerrilha fronteiriça. Tudo uma farsa. Um dos objetivos é invadir a vizinha Venezuela e destituir o presidente Hugo Chaves. Aliás, já o destituíram em 12 de abril de 2002, mas o povo o reconduziu ao poder, desmascarando os golpistas e seus padrinhos. Eles estão de olho no petróleo e gás da Venezuela e no pré-sal no Brasil, tendo reativado a IV Frota naval.
O presidente egípcio, Hosni Mubarak caiu depois de 18 dias de protestos, e em nenhum momento o presidente Barack Obama o chamou de ditador e exigiu a sua destituição. Contudo, tão logo se iniciaram os protestos contra o presidente líbio Muamar Kadhafi, Obama anunciou severas sansões contra a Líbia e exigiu a imediata saída de Kadafi e está ameaçando intervir militarmente. Para tanto, as forças armadas dos Estados Unidos estão reposicionado equipes aeronavais nos arredores de Trípoli, prontas para invadirem e “defenderem” os direitos humanos naquele país. Na realidade, fazerem com Kadafi e seus aliados o que fizeram com Saddam Hussein e seus ministros no Iraque.
Quanta hipocrisia!
Fonte:Portal Vermelho
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