Juntos, outra vez, Serra e Kassab trouxeram confetes e serpentinas ao camarote desbotado da direita brasileira. Este ano, mais que nunca, a sucessão na prefeitura de São Paulo reafirma a dimensão estratégica de uma disputa que extrapola os limites do poder municipal. A direita sabe que precisa inaugurar um divisor em sua declinante presença no cenário nacional. Manter São Paulo sob a sua guarda pode, no mínimo, refrear a debandada da coalizão demotucana e regenerar laços da aliança para 2014.
Seria apenas um passo, mas sem ele sobra pouco a fazer. Fustigado no plano federal após três derrotas presidenciais para o PT, o bloco conservador carece de enredo, desfalcou-se de passistas, a bateria repete truques sem entusiasmo, a comissão de frente não convence. E, convenhamos, não se pode atribuir a Serra, Aécio ou a Kassab dotes de mestre-sala ou porta-bandeira, com vigor para erguer a arquibancada e cantar junto.
Serra tem apreciáveis 33% de rejeição na avenida paulista, sem computar o efeito demolidor do livro a 'Privataria Tucana', lacrado até agora ao grande público com o chumbo de um silêncio midiático vergonhoso.Esse lacre derreterá no horário eleitoral. Kassab é louvado como ruim e péssimo por 37% dos habitantes da cidade. Parece abraço de afogado.Sem ilusões: o batuque conservador mantém sólido patrimônio de torcida cativa.
A mídia é a sua expressão mais caricata. O dinheiro não se confunde na hora de decidir. E a experiência pregressa demonstra que senhoras bem compostas dos jardins não relutam em acusar adversários de matadores de criancinhas. Esse arcabouço nunca subestimável levou parte do PT a considerar a hipótese de abortar a frente da direita antes que ela se formasse, atraindo a textura maleável de Kassab para a chapa de Haddad.
Foi um erro: a plasticidade pastosa de Kassab esconde uma granítica alma reacionária. Cabe agora recolher as lições do equívoco. E retomar o principal: antes dos nomes, em torno dos nomes e depois dos nomes o que o PT mais precisa é oferecer à cidade um programa que traduza mudanças estruturais em um horizonte crível de vida melhor para os seus habitantes.
Sobretudo, cabe-lhe revisar o mal passo demonstrando - com propostas - que existe aqui uma disputa em torno de duas visões de mundo, de cidade e de Brasil. A da direita descarrega sobre a ordenação da cidade valores que levaram à maior crise capitalista dos últimos 80 anos -- fator que representa, no fundo, a causa primal da septicemia ideológica do conservadorismo nativo, que a santa aliança paulista tenta agora reverter. Na outra ponta encontra-se a visão das forças progressistas -imperfeita, contraditória, inconclusa e às vezes indistinguível daquela dos adversários. Ainda assim, é esse vertedouro histórico que dá expressão política aos anseios crescentes de ruptura com o cuore neoliberal, seja na economia, no urbanismo ou na democracia. Chegou a hora de demonstrar que isso tem uma contrapartida de soluções para o cotidiano exausto e machucado da maior metrópole do país, no Estado onde a direita domina há cerca de 16 anos. Essa é a condição para derrotar a reunificação do conservadorismo em São Paulo.
Postado por Saul Leblon, CartaMaior
4 comentários:
Serra e Kassab, devem ter se encontrado no Arizona - onde os homos se encontram - para um novo acordo eleitoral. Uma boa pro PT que não precisar missegenar pra aliviar o ranço.
"Direita brasileira"? Tá brincando, petralha? Ou não entende nadinha de política mesmo? O que temos aqui no Brasilistão é apenas a "direita da esquerda", que é a social-democracia fajuta dos tucanos, e a esquerda propriamente dita, mas de corte bolivariano, que é o neopopulismo corrupto e comunofascista do partido que o Estadão chamou de Partido da Bandidagem!
Partido da bandidagem e Organização Criminosa é o PSDBostas que assaltou os cofres brasileiros em (Pasmem!!!) 30 BILHÕES DE DÓLARES e enviou às suas offshores em paraísos fiscais!!!
Tudo PROVADO no livro A Privataria Tucanalha!!!
XÔ, tucanalhas INCOMPETENTES, LADRÕES, NAZISTAS E PERDEDORES!!!
A direita está tentando se unificar aqui em São Paulo; isso representa bom sinal, estão incomodados e dizem que não vão porque não podem perder mais esta. O Pinheirinho é quem vai mostrar o modo Tucano de governar com o respaldo da privataria e quando começarem a descer "Cachoeira" e Cerra abaixo, preparen-se.
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