sexta-feira, 9 de março de 2012

Industrial sem fábrica pede: "salvem a indústria"


Paulo Skaf, presidente da Fiesp, não produz um parafuso, mas aponta um processo de “desindustrialização” no País; o curioso é que o Brasil já é o terceiro polo de atração de investimentos produtivos do mundo, atrás apenas dos EUA e da China


 
O “empresário” Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, é exatamente isto: um empresário entre aspas. Ele já produziu tecidos, em algum lugar do passado, mas nem deve se lembrar mais do som dos teares. Há mais de uma década, a firma de Skaf sucumbiu à concorrência e, desde então, ele se dedica apenas à política empresarial. Preside uma entidade, a Fiesp, que, segundo ele, representa a indústria brasileira. Neste papel, Skaf já se coloca como lobista principal de uma causa que muitos apontam, mas ninguém sabe ver de forma concreta: a necessidade de combater a desindustrialização nacional. Nesta semana, o lobby ganhou impulso com uma manchete alarmista da Folha de S. Paulo, que apontou que a participação da indústria brasileira no PIB é semelhante à da década de 50 – um fenômeno natural e saudável, que ocorre em sociedades avançadas, cada vez mais concentradas em serviços.


 
O problema é que Skaf começa, mais uma vez, a se mexer politicamente. Segundo informa a coluna Radar Online, ele teve um encontro reservado com o vice-presidente Michel Temer e com toda a cúpula do PMDB, partido ao qual é filiado. No encontro, pediu aos peemedebistas que levantem uma bandeira com a inscrição “Salvem a indústria nacional”. Por trás disso, deve existir o lobby poderoso que busca sempre mais incentivos fiscais e benesses do Estado.

A questão é que esta desindustrialização, simplesmente, não existe. A reportagem desta semana da revista Exame, uma das principais publicações de economia e negócios do Brasil, destaca que, até 2016, o Brasil irá atrair US$ 250 bilhões em investimentos produtivos, em novas fábricas e na ampliação das já existentes. No ano passado, foram US$ 67 bilhões, o que colocou o Brasil na quarta posição do ranking global, atrás apenas de Estados Unidos, China e Reino Unido. Em 2012, o Brasil já ocupa a terceira posição. A Fiat, por exemplo, está construindo duas novas fábricas: uma em Pernambuco e outra em Minas Gerais. A Volks também terá uma em Pernambuco. A Hyundai constrói sua planta em Piracicaba, no interior paulista. Que desindustrialização é esta, Skaf?

Ambição política


 
Com o mantra da desindustrialização, Skaf quer apenas ganhar uma causa para alavancar sua carreira, que é a política. Seu projeto é disputar o governo de São Paulo, em 2014, pelo PMDB. O problema é que as experiências recentes de Skaf comprovaram que, além de não ter indústria, ele também não tem votos.

E os brasileiros que estão empregados – aliás, o Brasil vive uma situação de quase pleno emprego – não dão bola para profetas do caos.Brasil 247

2 comentários:

Henrique disse...

A hipocrisia e a lista do Skaf na época da CPMF:
- a CPMF representava 4% dos 100% dos impostos no Brasil.
- os outros 96%, que são e eram mais caros, nem passavam pelo interesse do Skaf.
...
Em 24/outubro/2007, na reunião do Lula com os grandes empresários do país:
- o depoimento dos empresários sobre a economia no governo Lula foram enfaticamente positivos;
- Luiza Helena Trajano (Presidente do Magazine Luiza): "O problema não é ficar com a CPMF ou não. O problema é que a carga tributária é alta. CPMF é um imposto justo: eu pago, mas todo mundo paga."
- José Carlos Pinheiro Neto (Vice-presidente da GM): "Ninguém é a favor da CPMF, mas com o comprometimento social ela é insdiscutível".
- José Roberto Ermírio de Moraes (Grupo Votorantim): "A questão dos programas sociais é uma ênfase do governo atual, certamente tem mostrado resultados significativos, daí a importância da CPMF".
- etc.....
A Hipocrisia da Lista do Skaf
O presidente da FIESP, SKAF, andava com a lista contra a CPMF para qualquer lugar que frequentava.
A LISTA DE 1 MILHÃO DE ASSINATURAS SÓ EXISTIU GRAÇAS AOS CAMELÔS E AMBULANTES DO CENTRO DE SP, AQUELES QUE OS LOJISTAS COMBATEM POR NÃO PAGAREM IMPOSTOS.
Na época, o certo é que o Skaf quria concorrer a algum cargo público.
O Serra queria a prorrogação e 100% para a saúde.
O Aécio queria a prorrogação.
A Yeda Cruz Credo foi a que mais lutou para mantê-la.
Todos o governadores do PSDB eram a favor.
Mas FHC disse que pelo menos nos três primeiros meses/2008 o governo Lula deveria ficar sem a CPMF.
...
Quem foram os beneficiados num primeiro momento:
- a parte da sociedade que financia campanhas políticas e sustenta a mídia, e que não se preocupa com a metade da CPMF que vai para o SUS mas, se preocupa sim, com a elaboração de assinaturas em listas para convencer a população que estão sendo explorados.
O que o "desindustrializado" Skaf quer agora?
Um cargo politico novamente?
Será que ele produzirá alguma coisa?
Será que criará uma nova lista?

Francy Granjeiro disse...

nyounCoitado, ele não sabe que as indústrias estão indo pro Nordeste...kkkkkkkkkk