Na conversa, o preço mencionado é de R$ 2,2 milhões; governador de Goiás contesta e diz que trechos de gravações "editados e desconectados dos fatos não podem se contrapor à realidade"
247 – Uma gravação em que Carlinhos Cachoeira discute o preço para a venda da casa de Marconi Perillo, governador de Goiás, contradiz as versões apresentadas até agora. Leia na matéria do G1:
Gravações da Polícia Federal mostram o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro pela PF, discutindo o preço e as condições para a venda da casa do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).
Na próxima terça (12), Perillo tem depoimento marcado à CPI do Cachoeira, que apura o envolvimento do contraventor com políticos, autoridades e empresários.
Marconi Perillo afirmou que trechos de gravações "editados e desconectados dos fatos não podem se contrapor à realidade".
Em 6 de julho passado, a PF gravou com autorização judicial uma conversa entre Cachoeira e o ex-vereador de Goiânia Wladimir Garcez, um dos principais auxiliares do contraventor. Segundo documentos que estão na CPI, a casa de Perillo foi vendida seis dias depois.
Em depoimento à comissão em maio, Garcez disse que comprou a casa do governador e a revendeu ao professor Walter Paulo Santiago.
Segundo Garcez disse à CPI, o pagamento foi feito com três cheques, emprestados por Cachoeira e por Cláudio Abreu, ex-diretor no Centro-Oeste da construtora Delta, empresa suspeita de ter vínculos com o esquema do bicheiro. O valor dos cheques, de acordo com o ex-vereador, foi de R$ 1,4 milhão.
Em depoimento à CPI nesta quarta, Walter Paulo Santiago disse que comprou a casa pelo mesmo preço, só que em dinheiro vivo. "Não paguei com cheque, paguei em dinheiro, em moeda corrente, nota exclusiva de 50 e de 100", afirmou.
Na gravação, o preço mencionado é mais alto, R$ 2,2 milhões:
- Cachoeira: Fechou por dois e duzentos?
- Wladimir: Não, mas acho que vai morrer em dois e duzentos, viu?
Em outro trecho, Cachoeira e Wladimir mencionam o nome de Lúcio, que, segundo a Polícia Federal, é o assessor do governador Perillo Lúcio Fiúza Gouthier, exonerado nesta quarta.
- Cachoeira: Cê vai lá, chama o Lúcio. O Lúcio você conversa com ele. "Ó, Lúcio, é que eu vendi lá, então tô vendendo mobiliada já, por dois e tanto.
Integrantes da CPI dizem que os diálogos e o depoimento do professor Walter Paulo aumentam as dúvidas que cercam a transação de compra e venda da casa de perillo.
"Tem um cipoal de dúvidas e contradições. Precisamos ouvir o governador, sem pré-julgamento, para que as dúvidas sejam esclarecidas", afirmou o senador Pedro Taques (PDT-MT), integrante da CPI.
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