terça-feira, 24 de maio de 2016

Cadê os paneleiros hipócritas, mentirosos e desavergonhados?



paneleiros

Apoiar quem está no governo é extremamente penoso, a menos que você esteja entre os que são beneficiados pessoalmente por seu governismo. Como esse nunca foi o caso deste blogueiro – tanto nos governos do PT como nos anteriores –, estou amando ser oposição de novo, em um momento em que os ex-oposicionistas têm que mostrar a que vieram.
Ser governo implica em o governista ter que explicar por que defende aquele projeto político-administrativo – e, convenhamos, durante 11 dos 13 anos de governos do PT nunca foi muito difícil explicar meu apoio aos governos Lula e Dilma.
Até 2014, quando me perguntavam por que eu apoiava o PT eu mandava quem me questionasse ir vasculhar o site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A perscrutação do referido site revela que os governos Lula e Dilma civilizaram o Brasil. A pobreza, a miséria, a desigualdade e o desemprego despencaram e dispararam a renda média do trabalhador, os empregos formais, o ingresso no superior, enfim, subiu muito o padrão de vida dos brasileiros de todas as classes sociais.
A vida melhorou mais, obviamente, entre os mais pobres, entre os que mais precisavam melhorar, entre aqueles que era justo que melhorassem antes. E aí estava a razão para o topo da pirâmide social querer tirar o PT do poder.
Agora, porém, ficou claro que a gritaria da elite, da grande imprensa e de partidos políticos oposicionistas contra os governos do PT, sob alegação de que aquele comportamento era “combate à corrupção”, nunca passou de balela.
Desde a madrugada de segunda-feira 23 de maio, os fatos desmascararam hipócritas que, ao longo de uma trinca de anos, com suas manifestações desavergonhadas vinham vendendo a teoria de que não toleravam nenhum tipo de corrupção. Balela. Não toleram corrupção – ou suposta corrupção – dos outros, mas amam a dos amigos, sócios, parentes, aliados ou mesmo dos políticos que vociferam “ideias” e “ideais” com os quais concordam
Se tivessem um pingo de ética, um pingo de decência, o mínimo que os paneleiros deveriam fazer, após a gravação de Jucá desmascarar o golpe, seria repudiar a armação que resultou no afastamento da presidente da República.
Senão, vejamos: um dos artífices do processo que culminou no afastamento de Dilma é flagrado em escutas nas quais confessa que esse afastamento é uma trama destinada a atrapalhar investigações policiais contra quem a tirou do cargo. Precisa de mais o quê para entender que o impeachment fez uma pessoa inocente ser punida em troca da impunidade dos culpados?
Seja como for, no primeiro dia útil desta semana caiu uma infinidade de máscaras. Além das máscaras dos golpistas e dos paneleiros das varandas gourmet, caiu máscara da mídia golpista, a comandante do golpe.
A Globo resistiu o dia todo a divulgar a gravidade do caso envolvendo o agora ex-ministro do Planejamento Romero Jucá. Na noite da última segunda-feira, porém, ela teve que se render ao cataclísmico noticiário na internet e, assim, o Jornal Nacional teve que fazer barba, cabelo e bigode sobre fatos que comprovaram, cabalmente, que o golpe era mesmo golpe.
O JN teve que divulgar um verdadeiro linchamento público dos tucanos, feito por Romero Jucá, enquanto este reinventava o conceito de “boi-de-piranha” (bode expiatório).Continue lendo em Blog da Cidadania

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