Por Davis Sena Filho — Palavra Livre
O
presidente da Câmara, Eduardo Cunha, caiu. Foi destituído da
presidência do Legislativo e, com efeito, perdeu também seu mandato de
deputado federal. Realidades que aconteceriam e que estavam em compasso
de espera pelo procurador-geral-contra a República, Rodrigo Não Devo
Nada a Ninguém Janot, bem como pelos juízes em cima do muro do Supremo
Tribunal Federal (STF).
Magistrados
que se mostraram, no decorrer do processo do golpe de estado travestido
de legítimo contra a presidenta Dilma Rousseff, omissos, negligentes e,
por que não dizer, cúmplices da infame conjuração armada por
parlamentares corruptos e por membros do Judiciário incrivelmente
politizados e partidarizados, que se tornaram inimigos de morte dos
governos trabalhistas do PT.
Se
alguém tem dúvida sobre a posição selvagem dessa gente que,
vergonhosamente, transformou o Brasil em república bananeira e depois
vai a Miami fingir, hipocritamente, que é civilizada e culta, basta
analisar e verificar a conduta dúbia de magistrados, a exemplo de Dias
Toffoli, Carmém Lúcia, Rosa Weber, Edson Fachin, Gilmar Mendes, Celso de
Mello e Luiz Fux, que sempre primaram por segurar os processos e as
denúncias contra os políticos do PSDB, DEM e PPS, que são acusados de
receber propinas por meio de esquemas de corrupção.
Esquemas
milionários como as listas de Furnas, da Odebrecht, da Zelotes e do
HSBC, como também acusados e denunciados pela Lava Jato, além de outros
escândalos do passado e do presente, quando os demotucanos, por exemplo,
governaram o Brasil, mas que hoje governam estados poderosos, como os
de São Paulo e do Paraná, sendo que Aécio Neves controlou o governo das
Minas Gerais por 12 anos, a eleger governador do Estado mineiro o
senador Antonio Anastasia, seu braço direito e que relatou o golpe
descarado contra Dilma Rousseff no Senado, o que se torna um fato
surreal, porque Anastasia foi profícuo em cometer pedaladas fiscais em
seu governo de tucanos e para poucos privilegiados da população mineira,
ou seja, os ricos.
Agora
explode a bomba esperada: Cunha caiu para que Michel Temer fique
"esperto" e governe sem exigir muito de seus parceiros de golpe de
estado, como os coronéis midiáticos que já lhe deram uma sonora bronca
em forma de editorial (golpista) publicado no jornal O Globo, um pasquim
de direita, incendiário e que desde 2003, quando Lula assumiu a
Presidência da República, realiza uma oposição sistemática, desleal,
violenta e de conotação fascista.
Diuturnamente
esse pasquim panfletário desinforma, manipula, distorce e mente para o
País desde 1925, quando foi criado. Durante 12 anos lutou para
inviabilizar os governos trabalhistas e suas lideranças nas pessoas de
Lula e Dilma. O Globo sabotou, boicotou, inverteu e distorceu realidades
e fatos, bem como "escondeu" as realizações sociais, econômicas e de
infraestrutura dos governos petistas, ao ponto de apenas ter em sua
agenda, movida a ódio ideológico e a preconceitos de classe, a Lava Jato
e o mensalão do PT, porque o do PSDB os Marinho blindaram, assim como
fizeram uma campanha infame e sórdida contra todos os avanços
acontecidos no País.
Os
Marinho e seus monstrinhos (jornalistas) amestrados criados em suas
redações como pitbulls, sempre tiveram como meta desconstruir a
autoestima dos brasileiros para implementar em seu lugar o inenarrável e
incomensurável complexo de vira-lata, que vem a ser o filhote bastardo
do jornalismo de esgoto praticado pelo O Globo e por todas suas
empresas, que nasceram a partir desse diário de direita e de defesa dos
interesses da casa grande associada à plutocracia mundial.
Deposta
ilegalmente, a presidente eleita com 54,5 milhões de votos pelo PT,
tornar-se-á parte da lúgubre e sombria lista de cafajestadas e infâmias
praticadas pela direita deste País na história do Brasil. Dilma é a
terceira mandatária da corrente trabalhista brasileira a ser alvo e
vítima de golpe de estado. Desta vez sem a força das armas, mas no
âmbito parlamentar e judiciário, com juízes, procuradores e delegados da
PF totalmente envolvidos com a trama golpista e a traição contra uma
presidente da República, que não cometeu crime de responsabilidade.
Verdade
que comprova o golpe vil e ardiloso cometido por autoridades que se
comportam como verdadeiras bandidas, a tomar de assalto a Presidência da
República e a colocar no lugar da eleita pela maioria do povo um
usurpador sem voto, moral, credibilidade, legitimidade e autoridade para
governar o Brasil, um País azarado e infeliz, porque lugar onde vive
uma das oligarquias mais perversas, egoístas e infames do mundo, bem
como uma classe média desprovida de inteligência política.
A
classe coxinha socialmente preconceituosa e sectária, assim como
comprometida com a submissão do Brasil aos países colonizadores até as
raízes dos cabelos. Coxinhas são uma verdadeira lástima, e, como não
passam de classe média, vão verter lágrimas de sangue com o programa de
Governo digno de histórias de Drácula efetivado pelo futuro presidente
usurpador, traidor e que vai levar o Brasil e a classe média idiotizada a
"Uma Ponte para o Futuro", que, na verdade, trata-se de "Uma Ponte para
o Inferno ou para o Abismo". Quem viver, verá. Não vai demorar muito,
porque a fome da burguesia dona da casa grande para botar a mão no
Orçamento da União é voraz e, como tal, infame e sórdida. A classe média
coxinha vai ter o País e o Temer que ela merece, porque moralmente
igual, a comprovar suas faixas quando diziam o seguinte: "Somos todos
Cunha" ou "Quero minha empregada doméstica de volta". Sem
comentários...
Rodrigo
Não Devo Nada a Ninguém Janot, na peça em que pediu ao juiz Teori
Zavascki o afastamento de Eduardo Cunha, chamou-o de delinquente.
Contudo, a ação de Janot, o procurador-geral-contra a República, não o
isenta de maneira alguma de seu envolvimento e sua omissão proposital
quanto ao golpe de estado contra Dilma Rousseff, que, consumado, não vai
acabar bem. Isto é evidente. Não há como aceitar um golpe descarado
como este e considerado dessa forma pela comunidade internacional e
pelas movimentos sociais e de trabalhadores brasileiros, bem como por
incontáveis associações, instituições, ONGs, sindicatos, entidades e
corporações que se colocaram contra o golpe e o denunciam diariamente em
meio às atividades diárias da sociedade brasileira.
O
que essa gente pensa? Que milhões de brasileiros, que não votaram em
Aécio Neves, não compactuaram e não são cúmplices do golpe vão deixar
por isto mesmo? Um golpe criminoso e espúrio efetivado pelos perdedores
das eleições presidenciais de 2014 e que, no dia seguinte à derrota,
foram às ruas a não aceitar a quarta vitória consecutiva do PT, um
partido social-democrata, legalista, garantista e profundamente
democrático, que jamais ousou, em 12 anos de poder, bater em
trabalhadores, tanto os dos campos quanto os das cidades.
Muito
diferente da pregação mentirosa e golpista dos jornalistas empregados
dos coronéis midiáticos e da tergiversação, omissão e seletividade de
Rodrigo Janot, de Sérgio Moro e dos procuradores Deltan Dallagnol,
Carlos Fernando e de seus colegas de Lava Jato. A verdade é dura para
quem dá golpe e é autoritário e despótico, mas os governos do PT de Lula
e Dilma jamais interferiram no processo de investigação efetivado pelos
servidores públicos do Judiciário. Pelo contrário, tais servidores
escolheram, em listas tríplices, os colegas que iriam chefiá-los, a
exemplo dos membros do STF e da PGR, bem como os delegados da PF ficaram
livres para investigar e reprimir corruptos, além de prendê-los.
O
resto é bazófia, irresponsabilidade, perfídia e infâmia, cujo objetivo e
propósito é o golpe de estado. Ponto. As ilações, o disse me disse, as
maledicências, as delações "premiadas", as traições e as ameaças por
meio de constrangimentos, pressões, violências psicológicas, gravações
ilegais até em mictórios, divulgações de gravações em segredo de Justiça
para fazer política e interferir no processo político, prisões
equivocadas e de inocentes, detenções sem a culpabilidade formalizada,
agressões verbais contra Lula e Dilma, muitas delas publicadas em redes
sociais por servidores policiais da PF em plena atividade funcional, o
que é um acinte e despropósito indesculpável.
Além
de toda esta torpe conjuntura, ainda espionaram sem autorização da
Justiça e cometeram todo tipo de sandice, casuísmo e patifaria, a ter
como base acusações infundadas e levianas para gerar notícias, criar
comoção política na classe média, como aconteceu em frente ao Palácio do
Planalto, quando o juiz Sérgio Moro divulgou, criminosamente, o diálogo
entre Lula e Dilma, a levar uma pequena multidão coxinha, ensandecida e
encolerizada, a tentar invadir o Palácio presidencial, pois a razão
desse e de outros atos abjetos, mas essencialmente políticos praticados
por togados é conquistar apoio da parte conservadora e reacionária da
sociedade, e, com efeito, sacramentar a conjuração, ou seja, o golpe,
contra o Governo Trabalhista.
O
golpismo de direita se tornou a tônica e o lugar comum das ações do
sistema judiciário, com o apoio, irredutível e sistemático, da imprensa
de mercado dos magnatas bilionários, cujos empregados elaboram o
incomparável, pois o mais autêntico, genuíno e fidedigno jornalismo de
esgoto em termos planetários. A resumir: o verdadeiro jornalismo
repulsivo e de merda em âmbito galáctico(!) — a ter ainda o cinismo, a
hipocrisia e a mentira como ingredientes essenciais de uma vil e
desprezível traição e usurpação do voto soberano do povo, por parte de
golpistas que chafurdam na lama fétida do golpe como porcos
provincianos, subalternos, colonizados e bananeiros.
A
famiglia Marinho já abriu sua bocarra, em forma de editorial em O
Globo. A plutocracia sapecou uma bronca ou sabão, uma escovadela ou
ripada, em seu tutelado e capataz-mor, Amigo da Onça — o Usurpador —,
vulgo Michel Temer. "Estás a pensar o quê este boquirroto traidor? Este
pústula? Será que ele pensa que manda?" — questionou a famiglia Marinho
liderada por três irmãos: o Huguinho, o Zezinho e o Luisinho. Os
sobrinhos do Mickey de Orlando, que os coxinhas Patetas daqui tanto
admiram e se submetem como vira-latas complexados, porque, na verdade,
são almas colonizadas, despolitizadas e antinacionalistas.
"Como
é que esse pulha dá entrevista para o Gerson Camarotti, um dos nossos
empregados de lealdade das mais caninas e começa a deitar falação sem o
golpe criminoso não ter sido ainda concretizado? Como se atreve este
quinta coluna falar um monte de besteiras ditas sem a nossa
autorização?" — perguntaram-se os irmãos plutocratas, a olhar um para
outro com sangue nos olhos e ares furiosos a transpassar-lhes as ventas,
para logo completar a ira: "Vamos mandar escrever um editorial, talvez
pelas mãos do acadêmico Merval Pereira e, com efeito, dar um ralho ou
corretivo no Amigo da Onça, que pensa ser dono do seu nariz, como se
fosse um presidente trabalhista, que enfrentamos desde os tempos de
Getúlio Vargas. Será que o Temer não se enxerga?" — conclui a
indagarem-se os irmãos Marinho.
Eduardo
Cunha virou um espantalho de sua própria sombra — um cadáver político
ou bagaço da laranja. A vida agora vai lhe mostrar com quantos paus se
faz uma canoa. Porém, o autor do golpe se vingou e a direita brasileira
de alma e índole golpista e escravocrata o protegeu até que o golpe de
estado chegasse ao Senado pelo relatório do subalterno de Aécio Neves, o
senador Antonio Anastasia — o rei das pedaladas em Minas Gerais, mas
que, cínico e golpista, recomendou antes de ouvir qualquer coisa sobre o
assunto, a deposição descarada e bananeira contra Dilma Rousseff — a
presidente que não roubou e, pelo contrário, mandou investigar a
corrupção doa a quem doer. E assim foi feito, como a mandatária prometeu
em debate contra o tucano playboy Aécio Neves.
A
família Marinho sabe disso e sempre saberá, porque tal grupo
empresarial sempre colocou em risco a democracia e o Estado de Direito
quando tem seus interesses políticos e econômicos contrariados. Michel
Temer, se for presidente, tem de entender que ele chegou ao poder de
forma espúria e, portanto, sem legitimidade e respeito de grande parte
da população brasileira, que não reconhece sua autoridade, assim como
não é a mesma de 1964, como ficará comprovado com o desenrolar desse
golpe escabroso, que ainda não foi concluído.
As
Organizações(?) Globo sabe e compreende o que está a acontecer, bem
como as ratazanas golpistas que infestam suas redações e dissimulam
sobre o golpe, quando optam por fazer da mentira a verdade não
acontecida — factual. Rodrigo Não Devo Nada a Ninguém Janot também sabe,
como entende tudinho o juiz de província Sérgio Moro, aquele que
decidiu que o Lula tem de ser preso independente de quaisquer
comprovações sobre malfeitos praticados pelo líder trabalhista mais
popular da história do Brasil em todos os tempos, até porque ele não
pode ser eleito pela terceira vez em 2018.
Esse
pessoal não dá ponto sem nó. Apenas quer concretizar o golpe de estado
travestido de legítimo e legal. Só isso. Os golpistas de direita
decidiram que o PT e suas lideranças não vão governar o Brasil. Que se
dane o povo, os eleitores, a comunidade e a imprensa internacional que
sabem que o Brasil vai ser mais uma vez vítima e alvo de outro golpe e
voltar a ser uma república bananeira, como o é bananeira a "elite", a
casa grande, a burguesia, a oligarquia e a plutocracia deste País
infeliz e azarado, porque é assim que os ricos e os muitos ricos ganham
muito dinheiro e os Estados Unidos voltem a colonizar as terras
tupiniquins.
Que
os golpistas levem com eles a pecha de golpistas eternamente pelos
escaninhos da História. Que a famiglia Marinho, depois de outros 30
anos, hipocritamente e levianamente, peça desculpas novamente por ter
apoiado mais um golpe de estado descarado e cafajeste criticado em todo
planeta. Que os coxinhas de classe média chorem lágrimas de sangue com o
programa vampiresco do governo usurpador e ilegítimo da direita
golpista deste País e que os membros igualmente golpistas do Judiciário
percam, se já não perderam, a confiança e a credibilidade de grande
parte do povo brasileiro, que não é idiota e sabe o que está a
acontecer.
E
tem mais: Que os empresários do Pato Amarelo golpista, corrupto e
sonegador da Fiesp se virem com o aumento dos impostos e sem a moleza
das desonerações de impostos e taxas nas folhas de pagamento — a
renúncia fiscal — propiciadas pelos governos petistas, porque o Amigo da
Onça testa de ferro dos oligopólios vai precisar de dinheiro em caixa.
Agora, o próximo passo para a esquerda é esperar pelas ruas, bem como
fazer das ruas o renascimento da democracia brasileira à espera das
próximas eleições. Que os novos ares renovem as esperanças, mas com
muita luta e demarcação de território político e ideológico, apesar do
editorial mequetrefe e patronal da famiglia Marinho, a dar um passa-fora
no traidor e usurpador Michel Temer, seu criado. É isso aí.
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