terça-feira, 9 de março de 2010

Dilma:Brasil está preparado para eleger a primeira mulher presidente


Folha Online, em Brasília

Em tom de candidata, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) disse nesta terça-feira que o Brasil está preparado para eleger a primeira presidente da República mulher no país. Ao participar no Congresso Nacional de cerimônia em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, Dilma disse que as mulheres têm qualidades "indispensáveis" para a política nacional.

"As mulheres são sensíveis, isso é qualidade. São práticas, sensatas e objetivas, isso é indispensável na política. E as mulheres são fortes, não se curvam à dor, aguentam os sacrifícios e não os temem. Sempre me perguntam se uma mulher está preparada para ser presidente. Eu digo que o Brasil está preparado para ter uma mulher presidente, e as mulheres também estão preparadas para isso", afirmou.

Pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma disse que não apenas as mulheres "heroínas e lutadoras" querem ver uma mulher no comando do país, mas "todas as mulheres que tiveram suas vidas esquecidas e suas vozes abafadas".

Na cerimônia, a ministra deixou claro que a defesa do direito das mulheres vai ser uma das principais temáticas de sua campanha ao Palácio do Planalto. Segundo ela, a história preparou as mulheres para serem "protagonistas". A ministra lembrou sua trajetória política, desde o período em que foi secretária de Fazenda em Minas Gerais, para sinalizar que está preparada para assumir o comando do país.

"No Legislativo, Executivo e nas altas posições do Judiciário, a posição da mulher está longe de refletir o nosso papel social. Eu, no Executivo, tenho sido em várias atividades a primeira mulher. Fui a primeira mulher secretária de Energia e Comunicação no Rio Grande do Sul por duas vezes. E fui a primeira ministra de Minas e Energia e a primeira ministra da Casa Civil. Acho que nós temos de mudar essa situação", afirmou.

Ela disse que a participação política das mulheres ainda é muito pequena porque deve corresponder ao papel que ocupam no governo e na sociedade. "Vamos ter de aumentar a participação das mulheres, até porque estiveram presentes em todas as grandes lutas políticas do nosso país."

Dilma ressaltou programas do governo Lula voltados para as mulheres, em especial o Bolsa Família --pago diretamente às chefes de família. A ministra defendeu atenção especial às grávidas e crianças ao afirmar que o combate à violência deve ter início dentro de cada família.

"O homem que bate, espanca a mulher, machuca também a sua própria família. Agressão covarde não pode ficar impune. Não se pode impor, além da agressão, a mácula que é o silêncio", afirmou.

Dilma, que é mãe de uma filha, disse que espera se tornar avó até setembro. "Sei o que é a maternidade para cada uma das mulheres abençoadas por ela, o quanto nos dá de compreensão e maturidade. Acho lastimável que essa maternidade possa ser usada para desqualificar profissionalmente as mulheres."

Licença maternidade

Dilma elogiou a iniciativa do Congresso de aprovar projeto que amplia para seis meses a licença maternidade, de forma facultativa, e saiu em defesa da proposta que torna obrigatório o benefício para empresas públicas e privadas.

"Nós acatamos essa lei da senadora Patrícia Saboya [PSB-CE] que tornou obrigatória para o serviço público a licença maternidade de seis meses. Esperamos que se modifiquem as condições para que se acatem essas medidas", afirmou.

Num sinal de que espera ser eleita presidente da República em outubro, Dilma disse que o PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento) terá entre as suas prioridades a construção de creches para a população de baixa renda.

"O governo do presidente Lula está deixando para os próximos governos proposta que estará dentro do PAC 2, a construção de no mínimo 6.000 creches no Brasil, para que a mãe trabalhadora saia com o coração mais leve sabendo que seu filho tem carinho e atenção."

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