Agencia Estado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, 24, na abertura do programa Territórios da Cidadania, em Brasília, que os embates políticos, decorrentes da disputa eleitoral deste ano, não podem atrapalhar o andamento das ações do governo e especialmente os programas sociais. Ele reafirmou que lançará no próximo dia 29 a segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para garantir orçamento ao próximo presidente, para tocar as obras. Nesse momento do discurso, os participantes do evento começaram a gritar o nome da pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. "Eu não posso dizer quem vai ser (o próximo presidente), apesar de, na minha cabeça eu ter consciência do que vai acontecer neste ano", afirmou.
Na semana passada, o presidente foi multado pelo Tribunal Superior Eleitoral por propaganda indireta e encoberta da candidatura de Dilma durante inauguração de obras, em maio de 2009, na favela de Manguinhos, no Rio. Na ocasião, ao ser interrompido pela plateia aos gritos de Dilma, o presidente respondeu que esperava "que a profecia que diz que a voz do povo é a voz de Deus esteja correta neste momento."
Ainda nesta quarta, Lula disse que ele e seu ministério vão continuar trabalhando com o mesmo empenho nesta fase final do seu mandato. "Não vai ter nervosismo desta vez, porque temos consciência do que queremos até o final", disse Lula, numa referência ao final do governo Fernando Henrique Cardoso. "Nós não vamos brincar com a estabilidade econômica. A questão fiscal continuará sendo tratada com seriedade e a inflação tem quer ser controlada porque se ela voltar vai para cima do pobre", afirmou.
Críticas à imprensa
No discurso, o presidente também voltou a criticar a imprensa. Como na campanha pela reeleição, em 2006, Lula acusou as emissoras de TV e jornais de agirem com má fé, ao darem informações erradas sobre o seu governo, referindo-se ao noticiário dos últimos dias sobre as inaugurações de obras.
"É triste quando as pessoas têm dois olhos bons e não querem enxergar. Têm a oportunidade de escrever a coisa certa e escrevem errado", disse Lula. O presidente disse que precisava desabafar, porque senão não conseguiria mostrar o que vem fazendo no governo. "Se você se acovardar, eles (imprensa) vêm para cima. Se tem uma coisa que não temos que ter é vergonha do que fizemos neste País", afirmou.
"Se daqui a 30 anos alguém tiver que fazer alguma história do Brasil e tiver que ler alguns tabloides, vai estudar muita mentira", acrescentou. "Quando o cidadão quer agir de má fé, não tem jeito". Lula reclamou, em especial, da cobertura de inaugurações de obras do governo pelo País. "Esses dias eu fiquei triste. Inaugurei duas mil casas e não vi uma nota no jornal. Mas quando cai um barraco, eles dizem que caiu uma casa. É uma predileção pela desgraça", afirmou.
Lula ainda reclamou que empresários da área de comunicação foram convidados a participar de uma conferência organizada pelo governo no ano passado, mas não compareceram. Ao reclamar da cobertura negativa de suas ações, Lula voltou a denunciar o preconceito da imprensa por sua origem e ironizou: "Se não querem saber pelos seus olhos, poderiam saber pelas pesquisas de opinião pública. Mas ainda assim não querem ver", disse.
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