Pastores e padres abriram ontem à noite com discursos, orações e canções o comício da campanha de Dilma Rousseff em São Miguel Paulista, na zona leste da cidade de São Paulo. Num dos pronunciamentos mais fortes em favor da candidata petista, o padre Júlio Lancelotti afirmou que a presença de religiosos no comício era para afastar o demônio da calúnia e da difamação.
“A palavra de Deus não pode ser usada embutida em boatos, em calúnias, em difamação. A presença dos padres e bispos é para afastar o demônio da calúnia e da difamação, o demônio que não constrói. O povo precisa ter liberdade de escolha. Deus nos fez livres, não com cabrestos”, discursou.
O presidente Lula também acusou os adversários de mentir e difamar a candidata do PT.
“É uma vergonha a campanha do nosso adversário em ataque à companheira Dilma Rousseff. É uma vergonha o preconceito contra a mulher. É uma vergonha os ataques e o preconceito contra a Dilma na internet. Estão mentindo e difamando, na perspectiva de que as pessoas acreditem nas mentiras e eles ganhem as eleições”, atacou.
Aumentando o tom da crítica, o presidente acusou a campanha tucana de demonstrar falta de caráter e de hombridade ao recorrer a ataques de natureza religiosa.
“É falta de caráter e de hombridade das pessoas que tentam abusar da boa-fé do povo”.
Lula aproveitou para fazer um trocadilho com o nome do candidato José Serra:
“Nós que trabalhamos para que o Brasil subisse ladeira acima, não podemos permitir que nas eleições o Brasil desça serra abaixo”.
Usando tom menos agressivo do que o do presidente, Dilma voltou a sugerir que José Serra, se eleito, vai privatizar os campos do pré-sal.
“Querem privatizar o pré-sal. Para quem querem privatizar o pré-sal? Querem entregar para as empresas estrangeiras. Vamos dizer um grande não para a privatização do pré-sal. Naaaão!”, gritou Dilma ao lado de um dirigente da Federação Única dos Petroleiros. Brasília Confidencial.
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