sexta-feira, 1 de outubro de 2010

O espectro da censura tucana ronda a campanha eleitoral no Paraná


Milton Alves *


Um espectro ronda a campanha eleitoral no Paraná: o espectro da censura tucana. Trata-se da sanha censória e fascista da campanha do candidato ao governo do Estado Beto Richa (PSDB). Desde de meados de setembro nenhuma pesquisa eleitoral sobre a disputa para o governo do estado foi divulgada. Um atentado contra o direito à informação, que só agora começa a ganhar repercussão na mídia nacional. A atitude da campanha tucana lembra os velhos tempos do período autoritário. É isso mesmo, uma ação de corte tipicamente fascista.

A campanha de Beto Richa censurou os principais e mais respeitados institutos e empresas de pesquisas do país, sofreram o tacão da censura tucana o Ibope, o Vox Populi, o Datafolha(duas vezes), Band/Ig e um instituto local. Uma verdadeira sanha contra um mecanismo usual e consagrado em todas as campanhas eleitorais no Brasil e no planeta.

O mais interessante deste lamentável e grotesco episódio, é que quando as pesquisas foram favoráveis ao candidato tucano todas eram divulgadas com alarido e estridência, ressaltando a sua possibilidade de vitória. Agora as mesmas pesquisas são objetos de censura. O fato é inédito, nunca na história recente nenhum candidato, em qualquer nível de disputa, censurou em bloco as pesquisas eleitorais – controvérsias, questionamentos, sempre houve, mas uma ação sistemática e planejada como estratégia de campanha nunca tinha ocorrido.

Pois bem. A situação é reveladora do despreparo do candidato tucano, que tenta esconder a realidade a partir de ações jurídicas, impedindo a publicação das pesquisas e sondagens eleitorais. Também chama atenção neste episódio o papel do TRE, que tem validado esse tipo de postura, e dos próprios orgãos de imprensa, sempre tão zelosos e cientes de pretensas ameaças a liberdade de opinião, imprensa e expressão. A verdade é que não assistimos, por exemplo, da parte da corporação Folha S.A, da qual o Datafolha é integrante, qualquer condenação mais veemente ao ultraje.

Fico imaginando, apenas imaginando, se fosse a campanha de Dilma(PT) ou de Osmar(PDT) que recorresse a tal expediente, seria um deus-nos-acuda da velha mídia, da OAB, da Abert, da “Transparência Brasil”, ongs, todos denunciando “o chavismo”, “o controle da opinião”, “a ameaça a liberdade de expressão”. Não é mesmo?



* É jornalista, presidente do PCdoB no Paraná e membro do Comitê Central do PCdoB.

2 comentários:

Unknown disse...

Prezados:

Entrevistado ontem por um jornal paranaense a respeito da supressão de resultados de pesquisas eleitorais na imprensa paranaense, declarei que se trata de absurdo, e que as decisões judiciais a respeito trabalham em favor da candidatura Richa.

Claudio Weber Abramo
Diretor executivo
Transparência Brasil

O TERROR DO NORDESTE disse...

Cláudio, isso não só é um absurdo, isso é uma vergonha.Abraços.