Redação Carta Capital
20 de outubro de 2010
Amaury Ribeiro Jr. afirma que reuniu dados para “proteger Aécio Neves” e nega que pagou por informações da Receita
Foi o jornalista Amaury Ribeiro o responsável pela quebra de sigilo fiscal da filha de José Serra e de outras pessoas ligadas ao PSDB. Esta é, segundo a Folha de S.Paulo desta quarta-feira 20, a conclusão da investigação realizada pela Polícia Federal.
Ele teria contratado os serviços do despachante Dirceu Rodrigues Garcia, que foi o intermediário das compras dos dados da Receita Federal de Eduardo Jorge, Verônica Serra, Alexandre Bourgeois e outros líderes tucanos.
As investigações concluíram também que era o próprio Ribeiro quem pagava ao despachante Garcia e recolhia os documentos adquiridos.
A se confirmarem estas informações, ficaria concretizada a hipótese já descrita por CartaCapital em sua edição de 8 de setembro passado.
Segundo matéria assinada por Sergio Lirio, o jornalista Ribeiro Jr., quando trabalhava no jornal Estado de Minas, “havia iniciado, a pedido da direção, uma apuração dos escândalos da privatização no governo Fernando Henrique Cardoso. Preciado, Ricardo Sérgio, Mendonção, além do próprio Serra e de Verônica, eram personagens na mira. O start da reportagem teria sido dado após uma solicitação do ex-governador Aécio Neves”. (clique aqui)
Naquele momento, recorda-se, o então governador mineiro disputava com José Serra a indicação para candidato tucano à presidência da República. Ao saber que Serra, através do deputado carioca Marcelo Itagiba, acumulava informações sobre sua vida, Aécio teria tentado se armar de um dossiê para neutralizar o “fogo amigo”.
Como o PSDB definiu-se finalmente pelo governador paulista, o jornalista decidiu usar o material reunido para escrever um livro.
Leandro Fortes, jornalista da Carta, também havia descrito esta história na nossa edição de 9 de junho. A matéria intitulada “O dossiê do dossiê do dossiê…Como o livro de um jornalista virou um novo factoide a favor de Serra”, ele descrevia com detalhes o caso.
Procurado por CartaCapital no momento em que o escândalo da Receita veio à tona, Ribeiro Jr. negou que tivesse usado de artifícios ilegais para obter suas informações. O livro, segundo ele, ficou de ser lançado depois das eleições, para “evitar o uso político”.
Hoje o jornalista afirmou à imprensa que havia coletado as informações para “proteger Aécio Neves”, mas negou ter pago por elas.
As conclusões da Folha:
A manchete de capa da Folha desta quarta-feira 20 é “PF liga quebra de sigilo à pré-campanha de Dilma”. Toda a matéria que vem a seguir procura encontrar na revelação da PF uma comprovação do vínculo do jornalista Ribeiro Jr. com a coordenação da pré-campanha de Dilma Rousseff.
E como a Folha diz que se dá a “liga” entre Ribeiro Jr. e Dilma Rousseff? Do mesmo jeito que dizia há meses: por conta da famosa reunião que aconteceu em 20 de abril passado entre o jornalista e Luiz Lanzetta, que naquele momento trabalhava para a pré-campanha petista e buscava trazê-lo para seu lado.
Em 12 de junho, a Folha escreveu que entre os papeis de um suposto dossiê montado pelo que o jornal chamou de “grupo de inteligência” estavam extratos da declaração de renda de Eduardo Jorge. Amaury Ribeiro Jr. declarou agora que os dados foram “roubados de seu computador”.
A história foi divulgada quando – de dentro da própria campanha petista – veio à imprensa a informação de que Amaury Ribeiro Jr. poderia ser contratado para a campanha. Petistas que não concordavam com o “reforço” se encarregaram de detonar o possível contrato com Ribeiro Jr. À época se atribuiu o vazamento da notícia a um conflito entre os grupos de Minas e São Paulo do partido na área de comunicação da campanha.
Em suma, a notícia divulgada hoje pela Folha tem de novo a acusação formal ao jornalista como o contratante dos serviços para a obtenção dos dados fiscais dos tucanos. Exatamente como a Carta e vários outros jornalistas haviam revelado. Agora, a acrescentar, ficou desvendado que as viagens de Ribeiro Jr. a São Paulo para buscar os documentos eram pagas pelo Estado de Minas.
Não há até aqui qualquer vínculo provado entre Ribeiro Jr. e a coordenação da campanha de Dilma. Ele reuniu os dados para um determinado fim – a luta interna tucana – e depois de tê-los reunido foi sondado para trabalhar na campanha de Dilma por um jornalista que não falava pela direção petista. Acabam aí as trapalhadas petistas. Terminou naquele momento a “liga” difundida pela Folha. Nada que determine a participação da campanha de Dilma na busca e obtenção dos dados fiscais de tucanos por meios ilícitos.
O livro do jornalista tinha virado um factoide. Tentam agora ressuscitá-lo.
20 de outubro de 2010
Amaury Ribeiro Jr. afirma que reuniu dados para “proteger Aécio Neves” e nega que pagou por informações da Receita
Foi o jornalista Amaury Ribeiro o responsável pela quebra de sigilo fiscal da filha de José Serra e de outras pessoas ligadas ao PSDB. Esta é, segundo a Folha de S.Paulo desta quarta-feira 20, a conclusão da investigação realizada pela Polícia Federal.
Ele teria contratado os serviços do despachante Dirceu Rodrigues Garcia, que foi o intermediário das compras dos dados da Receita Federal de Eduardo Jorge, Verônica Serra, Alexandre Bourgeois e outros líderes tucanos.
As investigações concluíram também que era o próprio Ribeiro quem pagava ao despachante Garcia e recolhia os documentos adquiridos.
A se confirmarem estas informações, ficaria concretizada a hipótese já descrita por CartaCapital em sua edição de 8 de setembro passado.
Segundo matéria assinada por Sergio Lirio, o jornalista Ribeiro Jr., quando trabalhava no jornal Estado de Minas, “havia iniciado, a pedido da direção, uma apuração dos escândalos da privatização no governo Fernando Henrique Cardoso. Preciado, Ricardo Sérgio, Mendonção, além do próprio Serra e de Verônica, eram personagens na mira. O start da reportagem teria sido dado após uma solicitação do ex-governador Aécio Neves”. (clique aqui)
Naquele momento, recorda-se, o então governador mineiro disputava com José Serra a indicação para candidato tucano à presidência da República. Ao saber que Serra, através do deputado carioca Marcelo Itagiba, acumulava informações sobre sua vida, Aécio teria tentado se armar de um dossiê para neutralizar o “fogo amigo”.
Como o PSDB definiu-se finalmente pelo governador paulista, o jornalista decidiu usar o material reunido para escrever um livro.
Leandro Fortes, jornalista da Carta, também havia descrito esta história na nossa edição de 9 de junho. A matéria intitulada “O dossiê do dossiê do dossiê…Como o livro de um jornalista virou um novo factoide a favor de Serra”, ele descrevia com detalhes o caso.
Procurado por CartaCapital no momento em que o escândalo da Receita veio à tona, Ribeiro Jr. negou que tivesse usado de artifícios ilegais para obter suas informações. O livro, segundo ele, ficou de ser lançado depois das eleições, para “evitar o uso político”.
Hoje o jornalista afirmou à imprensa que havia coletado as informações para “proteger Aécio Neves”, mas negou ter pago por elas.
As conclusões da Folha:
A manchete de capa da Folha desta quarta-feira 20 é “PF liga quebra de sigilo à pré-campanha de Dilma”. Toda a matéria que vem a seguir procura encontrar na revelação da PF uma comprovação do vínculo do jornalista Ribeiro Jr. com a coordenação da pré-campanha de Dilma Rousseff.
E como a Folha diz que se dá a “liga” entre Ribeiro Jr. e Dilma Rousseff? Do mesmo jeito que dizia há meses: por conta da famosa reunião que aconteceu em 20 de abril passado entre o jornalista e Luiz Lanzetta, que naquele momento trabalhava para a pré-campanha petista e buscava trazê-lo para seu lado.
Em 12 de junho, a Folha escreveu que entre os papeis de um suposto dossiê montado pelo que o jornal chamou de “grupo de inteligência” estavam extratos da declaração de renda de Eduardo Jorge. Amaury Ribeiro Jr. declarou agora que os dados foram “roubados de seu computador”.
A história foi divulgada quando – de dentro da própria campanha petista – veio à imprensa a informação de que Amaury Ribeiro Jr. poderia ser contratado para a campanha. Petistas que não concordavam com o “reforço” se encarregaram de detonar o possível contrato com Ribeiro Jr. À época se atribuiu o vazamento da notícia a um conflito entre os grupos de Minas e São Paulo do partido na área de comunicação da campanha.
Em suma, a notícia divulgada hoje pela Folha tem de novo a acusação formal ao jornalista como o contratante dos serviços para a obtenção dos dados fiscais dos tucanos. Exatamente como a Carta e vários outros jornalistas haviam revelado. Agora, a acrescentar, ficou desvendado que as viagens de Ribeiro Jr. a São Paulo para buscar os documentos eram pagas pelo Estado de Minas.
Não há até aqui qualquer vínculo provado entre Ribeiro Jr. e a coordenação da campanha de Dilma. Ele reuniu os dados para um determinado fim – a luta interna tucana – e depois de tê-los reunido foi sondado para trabalhar na campanha de Dilma por um jornalista que não falava pela direção petista. Acabam aí as trapalhadas petistas. Terminou naquele momento a “liga” difundida pela Folha. Nada que determine a participação da campanha de Dilma na busca e obtenção dos dados fiscais de tucanos por meios ilícitos.
O livro do jornalista tinha virado um factoide. Tentam agora ressuscitá-lo.
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