Esperei 15 dias pelo balanço da grande mídia sobre os primeiros cem dias dos governos tucanos de Geraldo Alckmin (SP) e Antônio Anastasia (MG) completados no último dia 10. Como ele não veio, cobro agora.
Por José Dirceu, em seu blog
Por José Dirceu, em seu blog
Toda mídia deu balanço dos 100 dias de governo Dilma a seu modo, críticos, carregando nas tintas da cobrança e da oposição. Mas à exceção do Valor Econômico — que deu 100 dias dos novos governos nos principais Estados — nenhum jornalão fez balanços mais aprofundados dos governos tucanos de Alckmin e Anastasia.
A Folha de S.Paulo deu um simulacro de balanço dos cem primeiros dias de governo Alckmin em São Paulo. Foi uma piada. É impressionante. O Folhão fez uma espécie de avaliação administrativa, com viés um pouco político.
No pouco que deu, a Folha mostrou que Alckmin parou ou mudou tudo, e que praticamente não sobrou intacto nenhum programa tocado pelo governo José Serra. Só faltou dizer publicamente o que todos sabem mas nenhum jornal ousa dizer de forma clara: Alckmin e José Serra só faltaram romper publicamente. No mais, de Serra, não sobrou pedra sobre pedra no governo Alckmin.
No Estadão, nem isso. Nada de apontar o contigenciamento tucano em áreas fundamentais como transporte e habitação. Nenhuma comparação entre o prometido e o não cumprido, como tanto fizeram os jornais no balanço sobre o mesmo período do governo Dilma.
“Novo governo”
Para quem procura informação sobre os cem dias de governo Alckmin, recomendo a leitura do balanço divulgado pela bancada do PT na Assembleia Legislativa. O texto aponta o desmonte da administração José Serra levado a cabo pela de Alckmin, a centralização e falta de transparência do "novo" governo tucano no estado — governado por eles há quase 30 anos — e a política de cortes em áreas vitais.
Segundo o deputado Enio Tatto, em entrevista ao portal Vermelho, "assim que o atual governador retomou o comando do Palácio dos Bandeirantes, deu início à operação desmonte da gestão Serra, com uma série de apurações, demissões, investigações de ações de sua gestão como nunca visto na sucessão de governos da mesma legenda".
O documento da bancada petista lembra do reconhecimento por parte da administração Alckmin "de que o governo paulista, até aqui [entenda-se governos anteriores tucanos!] alcançou apenas 'melhorias incrementais', devendo se preparar, agora, para um 'grande salto para o futuro'".
Outro ponto ressaltado pelo texto petista é a forte centralização e a falta de transparência do atual governo tucano no Estado. Passando por cima da Constituição estadual, por exemplo, três novas secretarias foram criadas por decreto, denuncia o balanço petista.
O blábláblá do ajuste fiscal permanente
O documento da bancada do PT sobre os 100 dias do governo Alckmin, aponta que, apesar de rupturas pontuais com o governo José Serra, a atual gestão vai dar continuidade aos tradicionais cortes — que eles chamam de ajuste fiscal. Ao todo, nos últimos dois meses, contingenciaram R$ 1,78 bi. Como? Através de cortes nos investimentos, manutenção de despesas com terceirizações e "arrocho salarial".
Assim, foram cortados R$ 733 milhões dos repasses para investimentos das empresas públicas; R$ 732 milhões para investimentos; e R$ 315 milhões para o custeio. Em relação a pessoal, em comparação com 2010, neste primeiro trimestre de 2011, o gasto foi menor em R$ 278 milhões.
Entre as secretarias atingidas pelo contingenciamento do governador paulista estão Habitação (corte de aproximadamente R$ 200 milhões), Transportes Metropolitanos (R$ 830 milhões) e Transportes (R$ 300 milhões).
Tragédia anunciada
Vejam a tragédia anunciada na área de Transportes: mais de meio bilhão, ou seja, exatos R$ 519 milhões de repasses para as empresas estatais do setor foram cortados neste 1º ano de governo Alckmin. Só o Metrô teve corte de R$ 303 milhões, a CPTM de R$ 196 milhões e a EMTU, R$ 20 milhões.
Em relação às enchentes, o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) simplesmente suspendeu o serviço de escavação, recolhimento e transporte dos dejetos que se acumulam no fundo do rio Tietê. E o governo ainda cortou R$ 35 milhões da verba destinada à construção de novos piscinões.
Na área da habitação, tivemos o congelamento de R$ 142 milhões dos repasses para investimentos da CDHU. Já na educação, embora tenham crescido bem (112%) os recursos para o programa Escola da Família — o carro-chefe da propaganda da campanha Alckmin — tivemos uma queda de 66% na expansão das Fatec’s e a perda de quase R$ 80 milhões no ensino técnico.
Vejam a que preço os tucanos conseguem economia.
A Folha de S.Paulo deu um simulacro de balanço dos cem primeiros dias de governo Alckmin em São Paulo. Foi uma piada. É impressionante. O Folhão fez uma espécie de avaliação administrativa, com viés um pouco político.
No pouco que deu, a Folha mostrou que Alckmin parou ou mudou tudo, e que praticamente não sobrou intacto nenhum programa tocado pelo governo José Serra. Só faltou dizer publicamente o que todos sabem mas nenhum jornal ousa dizer de forma clara: Alckmin e José Serra só faltaram romper publicamente. No mais, de Serra, não sobrou pedra sobre pedra no governo Alckmin.
No Estadão, nem isso. Nada de apontar o contigenciamento tucano em áreas fundamentais como transporte e habitação. Nenhuma comparação entre o prometido e o não cumprido, como tanto fizeram os jornais no balanço sobre o mesmo período do governo Dilma.
“Novo governo”
Para quem procura informação sobre os cem dias de governo Alckmin, recomendo a leitura do balanço divulgado pela bancada do PT na Assembleia Legislativa. O texto aponta o desmonte da administração José Serra levado a cabo pela de Alckmin, a centralização e falta de transparência do "novo" governo tucano no estado — governado por eles há quase 30 anos — e a política de cortes em áreas vitais.
Segundo o deputado Enio Tatto, em entrevista ao portal Vermelho, "assim que o atual governador retomou o comando do Palácio dos Bandeirantes, deu início à operação desmonte da gestão Serra, com uma série de apurações, demissões, investigações de ações de sua gestão como nunca visto na sucessão de governos da mesma legenda".
O documento da bancada petista lembra do reconhecimento por parte da administração Alckmin "de que o governo paulista, até aqui [entenda-se governos anteriores tucanos!] alcançou apenas 'melhorias incrementais', devendo se preparar, agora, para um 'grande salto para o futuro'".
Outro ponto ressaltado pelo texto petista é a forte centralização e a falta de transparência do atual governo tucano no Estado. Passando por cima da Constituição estadual, por exemplo, três novas secretarias foram criadas por decreto, denuncia o balanço petista.
O blábláblá do ajuste fiscal permanente
O documento da bancada do PT sobre os 100 dias do governo Alckmin, aponta que, apesar de rupturas pontuais com o governo José Serra, a atual gestão vai dar continuidade aos tradicionais cortes — que eles chamam de ajuste fiscal. Ao todo, nos últimos dois meses, contingenciaram R$ 1,78 bi. Como? Através de cortes nos investimentos, manutenção de despesas com terceirizações e "arrocho salarial".
Assim, foram cortados R$ 733 milhões dos repasses para investimentos das empresas públicas; R$ 732 milhões para investimentos; e R$ 315 milhões para o custeio. Em relação a pessoal, em comparação com 2010, neste primeiro trimestre de 2011, o gasto foi menor em R$ 278 milhões.
Entre as secretarias atingidas pelo contingenciamento do governador paulista estão Habitação (corte de aproximadamente R$ 200 milhões), Transportes Metropolitanos (R$ 830 milhões) e Transportes (R$ 300 milhões).
Tragédia anunciada
Vejam a tragédia anunciada na área de Transportes: mais de meio bilhão, ou seja, exatos R$ 519 milhões de repasses para as empresas estatais do setor foram cortados neste 1º ano de governo Alckmin. Só o Metrô teve corte de R$ 303 milhões, a CPTM de R$ 196 milhões e a EMTU, R$ 20 milhões.
Em relação às enchentes, o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) simplesmente suspendeu o serviço de escavação, recolhimento e transporte dos dejetos que se acumulam no fundo do rio Tietê. E o governo ainda cortou R$ 35 milhões da verba destinada à construção de novos piscinões.
Na área da habitação, tivemos o congelamento de R$ 142 milhões dos repasses para investimentos da CDHU. Já na educação, embora tenham crescido bem (112%) os recursos para o programa Escola da Família — o carro-chefe da propaganda da campanha Alckmin — tivemos uma queda de 66% na expansão das Fatec’s e a perda de quase R$ 80 milhões no ensino técnico.
Vejam a que preço os tucanos conseguem economia.
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