domingo, 11 de março de 2012

Aparece mais um tucano amigo de cachoeira

Deputado tucano diz que, se pudesse, visitaria Carlinhos Cachoeira na cadeia



Amigo pessoal do bicheiro, Carlos Leréia não renega a amizade e alfineta o deputado Protógenes Queiroz, que, segundo ele, poderá recuar no pedido de CPI

 
247 – O jornal Tribuna do Planalto trouxe, neste fim de semana, uma interessante entrevista com o deputado Carlos Leréia (PSDB/GO), que admite seu gosto pelos jogos de azar e não renega sua amizade com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Leréia, que é também amigo do governador Marconi Perillo, disse ainda que, se pudesse, visitaria Cachoeira na prisão.


 
"Não fui visitá-lo (Carlinhos Cachoeira) porque não se pode ir lá"


 
O deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB) é amigo pessoal do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal na operação Monte Carlo, usado de explorar máquinas caça-níqueis e jogo do bicho em Goiás, no Distrito Federal e outros três estados. Para Leréia, não há problema nessa amizade. O tucano disse que só não foi visitar o amigo porque ele não pode receber visitas. Leréia diz ainda que tem apoio político da família do empresário, mas nega que tenha recebido dinheiro de Cachoeira para suas campanhas. Sobre a CPI que pode ser criada na Câmara Federal para investigar a ligação de Cachoeira com políticos, o deputado foi irônico ao dizer que agora o deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) terá de incluir no texto que justifica a criação da CPI o nome do também deputado Rubens Otoni (PT), depois que a revista Veja publicou, em seu portal, vídeo em que Otoni negocia com Cachoeira. Sobre sucessão, Leréia aposta no trabalho do governador Marconi Perillo (PSDB), reclama do PSD ter filiado adversários e agora querer respaldo da base governista e avalia de forma positiva a candidatura de Leonardo Vilela em Goiânia. Carlos Alberto Leréia recebeu a reportagem da Tribuna em seu escritório político na sexta-feira, 9.


Leia trechos da matéria

Na operação Monte Carlo o sr. é citado por ter recebido ligações de Carlinhos Cachoeira. O sr. é amigo dele?

Eu liguei para ele, sou amigo pessoal dele há muitos anos. Sou amigo dele, da família dele, frequento a casa dele. Eles me ajudaram eleitoralmente. Em 2005, eu depus no Conselho de Ética e disse isso, então eu não sou amigo dele às escondidas. Eu não fui visitá-lo porque não pode ir lá, eu teria visitado. Mas liguei para a ex-esposa dele, perguntei pelos filhos. Liguei para o irmão dele. E eu acho uma hipocrisia não legalizar os jogos, eu sou favorável à legalização. O Brasil perde receita, todos os governos no país não tem condições de conter a entrada de drogas no Brasil.

 
O fato de ele ser um contraventor, porque os jogos não são legalizados, significa que o dinheiro dele para campanhas vem dos jogos, não?

Até 2005 o jogo dele era legalizado em Goiás, a Gerplan tinha um contrato, assinou com o Maguito. Por exemplo, eu sou amigo de um dono de uma emissora de rádio, mas no dia em que ele perder a concessão eu não vou virar inimigo dele? Agora essa relação de campanha eu não tenho, tenho relação eleitoral, o sobrinho dele me apoiou lá em Anápolis. Eu prestei contas da minha campanha.


 
O sr. crê que ele tenha relações de campanha com Demóstenes e Marconi?

 
Não tenho informação. Uma das buscas disso ai é muito mais com intuito eleitoral. Se eles foram atrás porque o Carlinhos é amigo de algumas da oposição no Brasil, ele também é amigo de gente dos outros partidos, do PMDB, PT.


 
O sr. fala que é amigo do Cachoeira. Mas e em relação ao senador Demóstenes, que sempre teve a ética como bandeira, que cobrou mandato de quem tem qualquer deslize. Como o sr. analisa isso?
Eu só falo por mim. A minha conduta é essa e não mudo. Há uns anos o Carlinhos foi depor em Brasília no Senado e eu fui lá cumprimentá-lo, e isso está em vídeo. Eu não sou desonesto, mas não preciso ter isso como plataforma. Quando você vê um sujeito defendendo demais alguma coisa, pode saber que atrás daquilo está escondendo alguma coisa. Eu não tenho essas frescuras, eu tenho convívio com o Carlinhos, é claro que eu não sei quais os bens que ele tem e os que estão no nome da mulher dele.

 
O sr. sabia que ele tem ligação com os jogos, não é?
Sim, até porque o jogo foi registrado em Goiás. Em relação às maquinas quando a Gerplan operava. Agora eu não sabia que ele tinha máquinas novamente. Mas se tivesse me falado eu não teria cortado a amizade com ele. Tenho amigos que usam drogas. Eu não tenho amigos traficantes, porque ai eu não misturo.

 
Mas a declaração do senador Demóstenes foi de que não sabia que ele mexia com jogos...

Não, eu conheço a família dele toda, todos os irmãos. Eles têm muitas atividades, o Carlinhos tem um instituto de pesquisas que é referência, além de um laboratório. Agora em relação à questão do jogo, tem muitos que saem pra fora do Brasil para jogar. Tem muita hipocrisia. O Carlinhos não traficou, não matou, a questão do jogo é uma contravenção, um risco. Eu não posso dar apoio a contraventor, mas não sou polícia para fiscalizar jogo.

 
Pela lei Pelé e pela lei Zico isso era tudo aprovado, não é?
Sim, os bingos eram legalizados. E outra coisa, essas caça-níqueis nos Estados Unidos, lá você tem chance de ganhar, agora aqui não ganha. Aqui está tudo fraudado. Um dia eu estava jogando no hotel do Hard Rock Café perto de Miami, coloquei um dólar e ganhei quase 4 mil, e eu paguei o imposto na hora. Que dia que um cara vai conseguir fazer isso aqui? Nunca, porque está tudo fraudado, não tem controle. Na Europa você joga com cartão de créditos, não se joga com dinheiro, eles sabem que está jogando.

 
Pelo visto o sr. gosta de jogar?
Gosto. Claro que gosto. Já fui em Las Vegas, não nego. Não gosto de jogo do bicho. É muito hipocrisia, porque muitos que vão para fora, vão para jogar. O jogo ilegal aqui é cheio de corrupção, e isso porque não legalizam. Não tem como proibir, as pessoas se reúnem em um quarto e jogam. Sou contra a proliferação de jogo, mas tem de legalizar e controlar. É preciso cobrar altas taxas de imposto de jogos, álcool e cigarro, até para direcionar o dinheiro para algumas áreas – até para recuperar os viciados compulsivos.

4 comentários:

GUERRILHEIROS VIRTU@IS disse...

Ele não foi visitá-lo de medo de não deixarem ele sair depois...

Saroba

VERA disse...

É impressionante como a (IN)justiça e a imprensa golpista são coniventes com os CRIMES praticados pelos demos-tucanalhas!!!

Mesmo com PROVAS ou esses bandidos CONFESSANDO seus delitos, NADA lhes acontece!!!

Será que há algum outro país em que isso também acontece???!!!

Carlos Cwb disse...

Aqui no Brasil o sujeito é "contraventor" até ficar rico, aí depois é chamado de "empresário"...

Que tal se chamássemos as pessoas pelo que elas realmente são?

Anônimo disse...

Tucano é o síbolo do partido.
Agora dá para entender porque: sempre foram financiados pelo jogo do bicho e sempre mantiveram essa relação promíscua com a contravenção e tambémpor isso nunca deu m nada as prisões dos bicheiros.
Como se diz por aí: a coligação do mal -DEM-PSDB-PPS-PSD- está mais para quadrilha de bandidos que para agremiação de políticos corruptos.