247 - O silêncio de Aécio Neves (PSDB) e de Eduardo Campos (PSB) aos atos de violência durante os protestos denominados #naovaitercopa começa a soar estranho. Passadas já 24 horas da batalha campal nas ruas de São Paulo (que resultou na prisão de 146 pessoas), nenhum dos dois principais candidatos da oposição veio a público repudiar o vandalismo brutal que resultou em confronto com a polícia, prédios depredados, carro incendiado, manifestante baleado.
A não condenação da barbárie perpetrada por uma minoria fascista pode sugerir que os dois oposicionistas torcem para que uma nova onda de protestos force a realização de um segundo turno. Um erro. Na primeira onda de protestos a popularidade de rigorosamente toda a classe política desabou.
Agora, porém, há que se considerar algumas diferenças.
A maioria brutal dos brasileiros quer a copa; sabe que o torneio traz dividendos ao país em vários campos da atividade econômica e tem orgulho de poder recepcionar o maior evento do calendário esportivo mundial justamente no país do futebol. O brasileiro, naturalmente, também quer serviços públicos de qualidade, lisura nos investimentos. Todos querem. Da oposição ao governo.
O que há de semelhança na visão do brasileiro entre os protestos de julho e os do #naovaitercopa é que a violência não tem espaço no Brasil democrático atual. Por isso, uma manifestação pública de repúdio de Aécio e de Eduardo seria muito bem-vinda. Mostraria maturidade democrática da oposição.
É evidente que Aécio e Eduardo não pensam em recorrer ao silêncio como forma de insuflar a violência e aumentar suas chances eleitorais. É certo que ainda não tiveram a oportunidade de se pronunciar publicamente. Há tempo, porém.
Muito embora critiquem com vigor o governo petista de Dilma Rousseff nas redes sociais (o que é muito bom, cumprem seus papéis de oposição), tanto Aécio como Eduardo desejam a realização da Copa do Mundo no Brasil. Isso é fato. Ambos lutaram arduamente para que seus estados (Minas Gerais e Pernambuco) tivessem participação de destaque na realização do mundial.
Se considerarem excessivos os gastos com a copa, que façam a crítica com dureza, mas nos palcos adequados; nos palanques, pela imprensa, pelo Facebook; nunca pelo estímulo ao coquetel molotov.
Ao se calarem, estão dando combustível aos intolerantes.
Brasil 247
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