quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

FHC, calado, é o poeta da medíocre burguesia



“Pimenta nos olhos dos outros é refresco”. A sabedoria, o ditado popular não deixa dúvida quanto ao cinismo, ao oportunismo e ao que é relativo ao um peso e duas medidas quando uma pessoa ou grupo quer levar vantagem ou tergiversar sobre os fatos e as realidades e, consequentemente, os distorce, os manipula ou simplesmente opta por mentir na maior cara de pau ou insensatez proposital para angariar dividendos políticos em prol do PSDB e da burguesia.
Este é o caso do considerado intelectual e amado pela direita brasileira, o ex-presidente tucano, Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I —, conhecido também pela alcunha de FHC. O octagenário senhor não consegue parar de falar e por isto deita falação, no decorrer dos últimos 11 anos, período que os trabalhistas e socialistas estão no poder, fato este que, sobretudo, incomoda de mais o grão-tucano, titular de um governo terrível, que nem empregos para os trabalhadores brasileiros conseguiu criar.
O Governo do grão-vizir emplumado foi referência de uma série de fracassos e de números e índices negativos ou, às vezes, mediocremente positivos, que tiveram como símbolos o apagão de 14 meses, que aconteceu de julho de 2001 a setembro de 2002, bem como o naufrágio, também em 2001, da P-36, a maior plataforma de produção de petróleo do mundo, incidente este que demonstrou que o Governo do PSDB para vender o País o tratou como a Casa da Mãe Joana, coisa que, indubitavelmente, o Brasil não é e nunca o será, se depender de brasileiros que gostam e respeitam o Brasil e dele querem cuidar.
FHC — o Neoliberal I — é um homem pródigo. Contudo, pródigo e useiro e vezeiro em dizer besteiras, porque vive em um mundo paralelo. Quando se vê uma fotografia dele ou de seus gestos filmados pelas televisões, comporta-se como um “nobre” do século XVIII, a faltar-lhe somente os punhos de renda em suas camisas e a peruca branca dos aristocratas franceses, que virou moda na Europa e em suas colônias, que imitavam as cortes, como até hoje o faz FHC e a burguesia nacional em geral, porque os séculos passam, mas os costumes, os valores, os princípios, a subalternidade, a subserviência, o pensamento colonizado e o incomensurável e inenarrável complexo de vira-lata dos ricos e das classes médias deste País continuam a perdurar através dos tempos. E o pior de tudo é que essa gente se orgulha de ser tratada como cucaracha e de receber migalhas, como uma foca recebe peixe em um zoológico.
É dessa forma lamentável que se comportam os burgueses e pequenos burgueses, a exemplo de FHC e os que o acompanharam em seu desgoverno entreguista e que jamais se importou com a independência e a autonomia do Brasil, porque eles consideram que impedir a distribuição de renda e de riqueza, além de evitar a emancipação do povo brasileiro são questões de hegemonia social, pois nas mentes colonizadas dessas pessoas o status quo hereditário ou adquirido é o que mantém suas vidas opulentas e cheias de oportunidades.
Por isso que, psicologicamente, esses grupos reacionários, conservadores e medíocres como pensadores amam os Estados Unidos e seu principal satélite, a Inglaterra, e os defendem peremptoriamente, porque consideram o país yankee o garantidor, o mantenedor do establishment, do sistema de capitais e de suas vidas estabilizadas e fartas, mas, para isso, na cabeça dos inquilinos da Casa Grande é necessário ter uma polícia no mundo, de âmbito planetário, no caso os EUA, que com sua cavalaria, simbolizada nos filmes de faroeste de Hollywood, vem sempre salvar a tempo os interesses dos coxinhas, dos burgueses e dos pequenos burgueses dos vilões das classes baixas e dos comunistas, socialistas e trabalhistas, que querem destruir seus mundos cores de rosa.
Essas camadas privilegiadas têm imensa saudade dos tempos da Guerra Fria, porque viviam em um mundo bipolar, cada lado com seu papel e interesses, o que, sem sombra de dúvida, causava forte sensação de segurança à Casa Grande, pois ela sabia que poderia contar sempre com sua cavalaria estrangeira, cúmplice e parceira do Golpe de 1964, que depôs o grande presidente trabalhista João Goulart. Psicologia, mano... Freud explica!
FHC, politico que engole as sílabas e de frases rocambolescas e, por seu turno, ininteligíveis tanto quanto suas aulas, mas mesmo assim considerado intelectual é a representação do que é inócuo, porque a iniquidade em pessoa, pois considera seus erros e seus pecados como absolutamente normais, o que, evidentemente, o leva a pensar, juntamente com seus seguidores ou admiradores, que realizou uma grande administração em seus oito anos de governo, fato este que obviamente não ocorreu, porque o Neoliberal I foi ao FMI três vezes, de joelhos e pires nas mãos, porque, na companhia de Pedro Malan e outros “gênios” da posteridade, quebrou o Brasil três vezes. Ponto!
Eu poderia levar o dia inteiro ou uma semana a escrever os fracassos e as irresponsabilidades de um governo neoliberal, de perfil conservador, que vendeu o gigante país tropical. FHC é o maior traidor que esta Pátria teve a infelicidade de produzir — o Joaquim Silvério dos Reis do século XX, mas por ter cometido todos esses desatinos com sua equipe de governo (José Serra, Pedro Malan, Armínio Fraga, Mendonça de Barros, André Lara Resende, Gustavo Franco, entre outros) é blindado fortemente pela imprensa de negócios privados e historicamente golpista que o tem como ídolo por ter alinhado o Brasil, à moda Juracy Magalhães, aos interesses dos EUA e por desconstruir o estado brasileiro para favorecer os grandes grupos capitalistas, ao vender o Brasil e jamais, em tempo algum, pensar em sua independência e emancipação.
Este é o “Príncipe dos Sociólogos”, que virou o “Príncipe da Privataria” e acusado por seus adversários e ex-aliados de ter comprado por R$ 200 mil cada deputado que votou a favor da emenda da reeleição. FHC, ao contrário dos presidentes estadunidenses que são discretos e se calam quando se retiram do poder, não se conforma com seu papel de ex-mandatário sem voto e desprovido da confiança da grande maioria do povo brasileiro.
Vaidoso e inconformado por ter realizado um governo incompetente de índices sociais e econômicos baixíssimos, o líder do “tucanato” de alta penugem não para de falar e muito menos possui a sensatez de perceber que sua imagem foi escondida pelos candidatos à Presidência da República, José Serra (duas vezes) e Geraldo Alckmin, que, sabedores da péssima imagem de FHC junto à maioria dos eleitores, o afastaram do processo político e o guardaram dentro do armário do terrível passado do PSDB, partido que governou para os ricos, pois queria um Brasil para um minoria de brasileiros privilegiados.
Agora, tal príncipe da privataria abre a boca sem medir as palavras e afirma que o “mensalão do PT, que nunca foi comprovado, cujo julgamento foi fragorosamente político, ideologizado e, portanto, viciado, pois pautado e transmitido diariamente pela mídia como um show mambembe, onde alguns juízes se conduziram como estrelas matronas, é mais grave que o do PSDB, que já começou a caducar para alguns envolvidos, porque após dez anos o caso começa a prescrever, bem como pessoas acusadas ultrapassaram a idade limite para serem presas.
FHC, no poder, não construiu escolas e universidades e ainda teve a desfaçatez de aprovar lei para que não fossem construídas no Brasil escolas técnicas acha que tem moral o suficiente para tecer comentários, além de falar palavras desconexas e fora do contexto da realidade. Para o grão-vizir repleto de plumagens o “mensalão”, o do PT, foi uma compra sistemática de votos no Congresso para o Governo trabalhista receber apoio, enquanto o do PSDB, anterior ao do PT e origem das atividades do empresário Marcos Valério, foi apenas caixa dois dos tucanos.
Seria cômico se não fosse trágico, porque é evidente que Fernando Henrique Cardoso assumiu que o PSDB fez caixa dois, mas sabedor de que o tempo vai livrar seus correligionários, reconhece a ocorrência de malfeitos, mas não se importa porque, ao que parece, o Judiciário no Brasil é condescendente com os erros de alguns cidadãos e com outros, não, como nos casos de José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, três lideranças históricas do PT e que, de forma surreal, encontram-se presas, enquanto acusados de escândalos que envolvem tucanos nunca são julgados.
Não satisfeito de falar sobre mensalões, o vendilhão da Pátria do Brasil considera que o propinoduto tucano dos trens e do metrô de São Paulo de mais de R$ 1 bilhão não existiu, apesar de as investigações na Suíça e no Brasil comprovarem que tucanos de alta penugem e seus assessores estarem “supostamente” envolvidos, a exemplo do vereador e ex-secretário Andrea Matarazzo, homem importante na hierarquia do PSDB paulista há décadas e suspeito de receber propinas da Alstom. Matarazzo arrecadou milhões para a reeleição de FHC, mas, talvez por sofrer de amnésia aguda, o ex-presidente tucano não consegue lembrar. Haja fosfato!
Além disso, o pretensioso político de ar blasé e caras e bocas entediadas disse que torce para “qualquer um que derrote o PT”. Se é assim, ele poderia indicar ao seu partido para disputar as eleições de outubro um chimpanzé, ou um recém-nascido, talvez o José Serra, ou ainda um poste para concorrer às eleições pelo PSDB. Afinal, creio eu, a sociedade brasileira não ficaria surpresa com os candidatos do partido que representa a direita brasileira herdeira da escravidão quando sabemos que por enquanto o candidato dos tucanos é o senador Aécio Neves. Qualquer um... Realmente, o FHC tem razão.
O tucano-mor não conseguia parar de falar, e continuou com suas ilações sem sentido, como devem ser suas aulas, porque não condizem com as realidades que se apresentam à Nação brasileira, enfim, à sociedade. O grão-vizir de bico longo e amarelado arrematou: ““Lula, de botar tanto poste sem luz, pode acabar escurecendo o Brasil”. Sua frase é tão estapafúrdia que, certamente que a ouviu ou a leu na imprensa alienígena e de mercado deve ter rolado de rir, porque as incongruências são evidentes e a noção de realidade há muito tempo abandonou tal personagem da política brasileira.
E por quê? Porque, como já afirmei muitas vezes, FHC, tal qual à burguesia dona da Casa Grande vive em um mundo paralelo, cujo trajeto geográfico se reduz a Paris, Londres, Nova York e Miami e mal conhece o Brasil e seu povo, um absurdo para quem foi presidente da República e que não para de falar sobre o que nunca compreendeu e não se importa em compreender.
Se existe uma pessoa que iluminou literalmente este País foi o presidente trabalhista Luiz Inácio Lula da Silva, por intermédio do Programa Luz para Todos, que a presidenta igualmente trabalhista, Dilma Rousseff, dá continuidade, além de aumentar o número de pequenas cidades, vilas, vilarejos e pessoas que moram no campo no que é relativo a ter acesso à luz elétrica — à eletricidade.
Em dez anos, completados em 2013, o Luz para Todos beneficiou mais de 15 milhões de moradores rurais. Os investimentos ultrapassaram os R$ 20 bilhões, dos quais mais de R$ 15 bilhões são da responsabilidade do Governo trabalhista. Agora, vamos à pergunta que insiste em não calar: “Será que o ex-presidente FHC — o Neoliberal I — tem ideia do que esses números gigantescos significam?” Respondo: “Creio que não”. E por quê? Porque o grão-vizir tucano dá a impressão que vive e sempre viveu em um mundo paralelo, regado a champanhe e distante das realidades dos mais pobres, dos que podem menos, dos injustiçados e dos deserdados. O FHC, calado, é o poeta da medíocre burguesia. É isso aí. 

Davis Sena Filho

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