25 DE JULHO DE 2009
por Altamiro Borges*
O jornalista Ernesto Carmona, numa minuciosa pesquisa publicada no sitio Rebelión, confirmou o que muitos já imaginavam. A maior parte da mídia hondurenha ajudou a preparar o clima para o golpe militar que depôs o presidente democraticamente eleito Manuel Zelaya no final de junho.
Ela tem dado total apoio à sangrenta ditadura, que já matou dezenas de pessoas, decretou toque de recolher, censurou rádios comunitárias e jornais alternativos e transformou este pequeno país da América Central num campo de concentração. A mídia mundial nada fala sobre estas ligações macabras, até porque já apoiou outros golpes e ditaduras fascistas – como no caso do Brasil.
Segundo o estudo, a mídia hondurenha, a exemplo da brasileira, é altamente concentrada. Três famílias controlam os quatro jornais diários de circulação nacional e uma única família domina as redes de televisão e rádio. “Um reduzido grupo de empresários, que se apropriou do direito de informar, monopoliza a ‘liberdade de expressão’, posta a serviço dos seus próprios interesses políticos e econômicos, uma vez que explora um rentável negócio”. Conforme aponta, os quatro jornais seguem “uma orientação ideológica de direita e pertencem a empresários que mantêm os diários como uma empresa mercantil. Seus vínculos com os grupos de poder político são muito estreitos, porque eles mesmos pertencem também a estes grupos de poder”.
Oligarcas dominam os jornais impressos
Dos quatro jornais, dois são editados na capital, Tegucigalpa (El Heraldo e Tiempo), e dois são impressos em San Pedro Sula, a segunda maior cidade do país (La Tribuna e La Prensa). Todos são comandados por velhos oligarcas, que controlam os dois partidos que se revezam no poder há décadas. La Tribuna tem como maior acionista o ex-presidente de Honduras, Roberto Flores Facussé (1998-2002), do Partido Liberal (PLH), um agrupamento de centro-direita, fundado em 1891, a qual pertence o presidente deposto. O seu setor mais à direita, comandado por Roberto Micheleti, orquestrou o golpe com aos generais corruptos, alinhados e ades trados nos EUA.
Já o jornal La Prensa pertence à família de Jorge Larach, que também é dona de El Heraldo. Sua linha editorial defende “a necessidade de que o país se abra aos conceitos modernos da economia de mercado” e atacou ferozmente à decisão de Zelaya de romper com o tratado de livre comércio (TLC) com os EUA. O diário El Heraldo, um dos mais raivosos no apoio ao golpe, é dirigido pelo filho de Jorge Larach, “membro das comissões de notáveis, sempre próximo ao presidente de turno e provedor da indústria de armas e de medicamentos do Estado”. Por último, o Tiempo pertence a Jaime Rosenthal, um poderoso banqueiro que também é secretário-geral do PLH e já disput ou várias vezes a presidência de Honduras e sempre foi rechaçado nas urnas.
Um oligarca domina a TV
Já a televisão é controlada por uma única pessoa, José Rafael Ferrari, que também possui enorme presença nas rádios e é presidente da Fundação Teletón. Ele é dono de uma rede nacional e dirige canais com distintos nomes e afiliadas – canais 5, 13, 7. Suas emissoras omitem as manifestações contra os golpistas e as condenações internacionais ao golpe e dão amplo respaldo à ditadura de Micheleti. Nos seus telejornais diários, Honduras parece que foi salva da “ditadura chavista” de Zelaya e hoje vive no paraíso da democracia liberal e numa autêntica paz – a paz dos cemitérios.
As emissoras de rádio de alcance nacional também são dominadas por velhos oligarcas e existem somente duas revistas semanais – Hablemos claro e Honduras this week (nome em inglês, numa prova cabal de subserviência). “Todos estes personagens são defensores acirrados da ‘liberdade de imprensa’, tal como prega a Sociedade Interamericana de Imprensa (SID), os diários mais reacionários do continente, as cadeias internacionais de notícias, como a CNN, e todas as caixas de ressonância do golpe em Honduras”, ironiza Ernesto Carmona.
*Altamiro Borges, Miro é jornalista, Secretário de Comunicação do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro "As encruzilhadas do sindicalismo" (Editora Anita Garibaldi, 2ª edição)
por Altamiro Borges*
O jornalista Ernesto Carmona, numa minuciosa pesquisa publicada no sitio Rebelión, confirmou o que muitos já imaginavam. A maior parte da mídia hondurenha ajudou a preparar o clima para o golpe militar que depôs o presidente democraticamente eleito Manuel Zelaya no final de junho.
Ela tem dado total apoio à sangrenta ditadura, que já matou dezenas de pessoas, decretou toque de recolher, censurou rádios comunitárias e jornais alternativos e transformou este pequeno país da América Central num campo de concentração. A mídia mundial nada fala sobre estas ligações macabras, até porque já apoiou outros golpes e ditaduras fascistas – como no caso do Brasil.
Segundo o estudo, a mídia hondurenha, a exemplo da brasileira, é altamente concentrada. Três famílias controlam os quatro jornais diários de circulação nacional e uma única família domina as redes de televisão e rádio. “Um reduzido grupo de empresários, que se apropriou do direito de informar, monopoliza a ‘liberdade de expressão’, posta a serviço dos seus próprios interesses políticos e econômicos, uma vez que explora um rentável negócio”. Conforme aponta, os quatro jornais seguem “uma orientação ideológica de direita e pertencem a empresários que mantêm os diários como uma empresa mercantil. Seus vínculos com os grupos de poder político são muito estreitos, porque eles mesmos pertencem também a estes grupos de poder”.
Oligarcas dominam os jornais impressos
Dos quatro jornais, dois são editados na capital, Tegucigalpa (El Heraldo e Tiempo), e dois são impressos em San Pedro Sula, a segunda maior cidade do país (La Tribuna e La Prensa). Todos são comandados por velhos oligarcas, que controlam os dois partidos que se revezam no poder há décadas. La Tribuna tem como maior acionista o ex-presidente de Honduras, Roberto Flores Facussé (1998-2002), do Partido Liberal (PLH), um agrupamento de centro-direita, fundado em 1891, a qual pertence o presidente deposto. O seu setor mais à direita, comandado por Roberto Micheleti, orquestrou o golpe com aos generais corruptos, alinhados e ades trados nos EUA.
Já o jornal La Prensa pertence à família de Jorge Larach, que também é dona de El Heraldo. Sua linha editorial defende “a necessidade de que o país se abra aos conceitos modernos da economia de mercado” e atacou ferozmente à decisão de Zelaya de romper com o tratado de livre comércio (TLC) com os EUA. O diário El Heraldo, um dos mais raivosos no apoio ao golpe, é dirigido pelo filho de Jorge Larach, “membro das comissões de notáveis, sempre próximo ao presidente de turno e provedor da indústria de armas e de medicamentos do Estado”. Por último, o Tiempo pertence a Jaime Rosenthal, um poderoso banqueiro que também é secretário-geral do PLH e já disput ou várias vezes a presidência de Honduras e sempre foi rechaçado nas urnas.
Um oligarca domina a TV
Já a televisão é controlada por uma única pessoa, José Rafael Ferrari, que também possui enorme presença nas rádios e é presidente da Fundação Teletón. Ele é dono de uma rede nacional e dirige canais com distintos nomes e afiliadas – canais 5, 13, 7. Suas emissoras omitem as manifestações contra os golpistas e as condenações internacionais ao golpe e dão amplo respaldo à ditadura de Micheleti. Nos seus telejornais diários, Honduras parece que foi salva da “ditadura chavista” de Zelaya e hoje vive no paraíso da democracia liberal e numa autêntica paz – a paz dos cemitérios.
As emissoras de rádio de alcance nacional também são dominadas por velhos oligarcas e existem somente duas revistas semanais – Hablemos claro e Honduras this week (nome em inglês, numa prova cabal de subserviência). “Todos estes personagens são defensores acirrados da ‘liberdade de imprensa’, tal como prega a Sociedade Interamericana de Imprensa (SID), os diários mais reacionários do continente, as cadeias internacionais de notícias, como a CNN, e todas as caixas de ressonância do golpe em Honduras”, ironiza Ernesto Carmona.
*Altamiro Borges, Miro é jornalista, Secretário de Comunicação do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro "As encruzilhadas do sindicalismo" (Editora Anita Garibaldi, 2ª edição)
4 comentários:
Não, o golpe foi patrocinado pelo Foro de São Paulo, tendo o Colorado Chapolim à frente, como presidente que é da América "Latrina"! Já o contragolpe teve o apoio do povo e da imprensa livre de Honduras.
É por isso que o retorno do narcosocialista bigodudo fracassou, mesmo tendo sido apoiado, por telefone, pelo "Cel." Lulla da Silva, esse incansável apoiador de ditadores e ditaduras!
Foi, sem dúvida, um grande mico pago pelo Zelaya e pelos seus fiadores bolivarianos do Foro de São Paulo, o "Coronel" entre eles!
Valha-me São Serapião!!!
Caro comentarista Anônimo!!!
É cada vez maior a admiração que sinto pelos seus sábios comentários!!!
O amigo tem toda a razão quando diz que o golpe em Honduras foi patrocinado pelo Foro de São Paulo, tendo o Colorado Chapolim à frente.
Acrescento eu que, nada disso seria possível se não estivesse em marcha o terrível Plano Condor Vermelho engendrado pelo eixo comuno-subversivo-lulo-obama-petista-castrista-zelayista que hoje une as principais capitais da América Latrina, como o douto comentarista brilhantemente descreveu!
Acrescento também, a essa lista, Washington, hoje em dia dominada por aquele afro-vermelho-americano-mussulmano, Barack Houssein Osama.
E digo mais, amigo Anônimo, nosso grande defensor das liberdades e do narco-capitalismo, o grande Presidente Uribe da Colômbia, também resolveu aderir ao narco-socialismo do bigodudo.
É claro, amigo Anônimo, que isso é conseqüência do cubismo que conseguiu, sub-repticiamente, se infiltrar nessa imprensa esquerdopata que domina o continente, da Terra do Fogo ao Alasca.
Suplico mais uma vez ao douto comentarista que não deixe de nos dar o apoio no blog do Professor Hariovaldo.
O único professor que ainda não sucumbiu, tal como Ulisses, aos apelos enganadores das sereias marxisto-caribenhas.
Dê a sua valiosa contribuição comentando em:
http://hariprado.wordpress.com/
Receio, caro amigo, se não reagirmos energicamente agora, que a ditadura Lullo-petista poderá vir a se prolongar por mais 8 anos, dessa vez com uma colorado de saias.
Olavo!
P.S. Gostaria muito de saber a sua identidade secreta, amigo Anônimo.
São Serapião não lhe valerá! Creio que São Lullinha seria muito mais mais simpático à sua causa do que esse pobre São Serapião, a quem você invoca de forma tão estouvada e equivocada, meu caro "Duas Caras". Vejo que o que ainda lhe sobra de razão o obriga a concordar com a minha afirmativa de que o golpe em Honduras foi patrocinado pelo Foro de São Paulo, tendo o Colorado Chapolim à frente e, por trás, todo esse pavoroso cortejo de desgovernantes bolivarianos, que pretende nos levar do nada a lugar nenhum.
Contudo, o delírio fundamentalista que brota dos seus mais recônditos anseios o faz sonhar com um "plano terrível", a que chama de "Condor Vermelho", constituído por "um eixo comuno-subversivo-lulo-obama-petista-castrista-zelayista, unindo as principais capitais da América Latrina", com o objetivo de tranformar o continente num desses paraísos narcosocialistas que o Foro de São Paulo vem semeando aaqui, ali e acolá. E, como se não bastasse semelhante desvario, a sua imaginação delirante vai além, para incluir "Washington, hoje em dia dominada por aquele afro-vermelho-americano-mussulmano, Barack Houssein Osama", e - veja só! - "o presidente Uribe, da Colombia" - um verdadeiro exterminador de narcotraficantes do Foro de São Paulo! -, como tendo "aderido ao narcosocialismo do bigodudo".
Por fim, num verdadeiro orgasmo de insanidade, você associa o "cubismo", de Picasso e Braque, à "imprensa esquerdopata", numa verdadeira salada de idéias, como é próprio das síndromes psicóticas. Depois de muito refletir a respeito dessa extrapolação delirante, cheguei à conclusão que ela se deve, talvez, ao fato de que a representação do mundo, tanto no "cubismo" quanto na "imprensa esquerdopata", não tem nenhum compromisso com a aparência real das coisas, "da Terra do Fogo ao Alasca" e, também, no resto do mundo.
Quanto à sua alusão a "sucumbir a apelos enganadores de sereias marxisto-caribenhas", temo que se trate de um ato falho bastante compromentedor de sua parte, pois jamais deveria lhe ocorrer comparar os carniceiros barbudos que infestam a "ilha-presídio" e suas cercanias a voluptuosas sereias, ainda que estas sejam "marxisto-caribenhas".
Assim sendo, meu caro "Duas Caras", não posso aceitar o seu amável convite, ainda sob a ameaça de que possamos estar, nos próximos oito anos, sob o a "ditalula" de um "Cel." Lulla da Silva de saias!
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Gente, muito engraçado. Nunca imaginei ver o fogo-amigo rondando por estas paragens.Calma, amigos!
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