O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta terça-feira (31), que setores oposicionistas buscam criar um "palanque fictício" ao transformar o episódio de violação do sigilo fiscal do vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge, em uma "questão eleitoral". Para o coordenador político do governo, a supervalorização do episódio EJ pela oposição reflete a dificuldade dos partidos adversários à gestão Lula de formar palanques sólidos em nível regional.
"Tanto a Receita quanto a CGU (Controladoria Geral da União) e outros órgãos de apuração interna do governo são exemplares em punir qualquer servidor que cometa irregularidade. Vamos tratar isso dessa forma. O que não admitimos é que a oposição ao presidente Lula tente transformar isso em uma questão eleitoral, em um palanque eleitoral. Parece que tem gente que não consegue fazer palanque eleitoral nos estados e fica querendo criar um palanque fictício em cima de uma questão interna que está sendo apurada pelo governo federal", declarou Padilha, ao acompanhar o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, ao Congresso Nacional.
Na avaliação de Padilha, não há politização nas atitudes do Fisco - ainda que a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo tenha informado que a entidade sonegou 13 volumes da investigação a Eduardo Jorge. "A Receita Federal tem seus procedimentos para situações como essa, para a apuração de uma irregularidade que está sendo apurada pela Corregedoria e vai cumprir todos os procedimentos que estão naquilo que é interno da Receita e naquilo que a lei estabelece. O fundamental é que as pessoas podem ter total tranqüilidade que o governo não admite uma irregularidade como essa. Tem seus procedimentos para apuração, assim como já apurou em outros momentos", salientou o ministro.
"A Receita está cumprindo exatamente seus procedimentos e vai cumprir os procedimentos que estão estabelecidos pelas regras internas da Receita e pela lei. Vai apurar essa questão de forma exemplar como sempre apurou em relação a outros servidores que possam ter cometido qualquer irregularidade nas instituições", completou.
O ministro, que já respondeu, durante a campanha eleitoral, aos ataques de Indio da Costa, candidato a vice-presidente da chapa de José Serra, disse ainda que a oposição usa desde o começo uma tática de criar factoides e atacar os adversários como forma de tentar reverter a desvantagem apurada nas pesquisas de intenção de votos. "Acho que é uma tática desde o começo. Acho que a oposição desde o começo optou pela tática da agressão, do ataque, de criar factoides, situações fictícias. Acho que é de quem não consegue fazer palanque nos estados. E aí cria um palanque fictício", afirmou.
Ele ainda garantiu que não há intenção em atacar a oposição: "vamos manter a nossa postura de desde o começo: a cada ataque ou agressão que a oposição fez nós não respondemos e não caímos nesse nível. Nós mantemos a nossa postura de muita tranquilidade e de ficar apresentando a Dilma como a pessoa mais preparada para dar continuidade às obras do presidente Lula".
Convocação de Mantega
Em resposta a um requerimento de convocação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, apresentado nesta terça pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR), Padilha disse que "todos os esclarecimentos" sobre o episódio Eduardo Jorge já foram feitos.
"O ministro Guido Mantega exigiu e cobrou da corregedoria da Receita uma atitude de forma bastante ágil para a apuração desse fato", observou ele. O requerimento de Dias vai a votação na manhã desta quarta-feira (1).
Fonte: Terra
2 comentários:
A quebra de sigilo fiscal desse cidadão digno, honesto e exemplar,que é o senhor Eduardo Jorge; é a carta na manga que a coligação Serra/PIG tem pra virar o jogo?
Chagas, é o tal fato novo.Mais não vai colar.
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