segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Violação de dados: a nova jogada?

Este é o homem da privataria selvagem de FHC.
Por Fábio M. Michel* .


Muito barulho tem surgido por conta da revelação de que figuras importantes do PSDB tiveram seus sigilos fiscais quebrados – com suposta finalidade político-eleitoral – para desqualificar a candidatura de José Serra à presidência, em favor da candidata governista Dilma Rousseff (PT). E que tudo teria sido a mando dela, conforme afirmou o tucano na quinta-feira (26) e foi prontamente reverberado pela imprensa.

Novas revelações, porém, indicam que as irregularidades cometida por funcionárias da Receita Federal tiveram motivações não políticas. Primeiro porque, como publicou o jornal O Globo, citado pelo blogueiro do UOL e da Folha de S.Paulo, Josias de Souza, a lista dos que tiveram sua vida fiscal devassada pelas servidoras, em Mauá, no Grande ABC paulista, tem pelo menos 140 nomes. E inclui figuras sem elo com o universo partidário, como a apresentadora de TV Ana Maria Braga, empresários como Samuel Klein (dono das Casas Bahia), além de fazendeiros etc.

O coordenador geral da Receita, Octacílio Cartaxo, descartou qualquer ligação política nas violações, mas declarou-se constrangido pela violação. Isso porque a sindicância instaurada para investigar o caso apontou a existência de um “balcão de compra e venda” de sigilos.


Mercado antigo – Já há algum tempo, diferentes reportagens mostraram a facilidade com que se pode ter acesso a bancos de dados com sigilos fiscais e outros dados. Na rua Santa Ifigênia, no centro de São Paulo, alguns vendedores ambulantes oferecem CDs com listagens completas de dados “sigilosos”, não só de quem paga imposto, mas também de aposentados, de correntistas bancários etc.

O delito foi tema foi reportagem do caderno Economia de O Globo e até mesmo de um dos telejornais da TV Globo. A via é conhecida na capital paulista pela concentração de lojas e ambulantes de produtos eletrônicos – o que inclui itens do ‘mercado paralelo’, ou seja, falsificados ou ilegalmente vendidos.

À medida que crescem as indicações de que se trata de um crime comum – quer dizer, uma infração não política, embora muito grave – o caso pode entrar para o rol de factóides políticos promovidos pela chamada grande imprensa.

Em que pese a gravidade do fato de nossa Receita poder estar infiltrada por pessoas nada idôneas, e que uma operação de peso deva ser imediatamente deflagrada pelo governo federal para erradicar as possibilidades de vazamentos de informações sob qualquer pretexto.
Mas o fato é que, se comprovada a possibilidade de uma nova orquestração da mídia, a credibilidade dos que se autodenominam “formadores de opinião” terá baixado mais alguns pontos.

Rede Brasil Atual

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