Por Paulo Daniel
O artigo de FHC é preparatório para as eleições internas no PSDB e, de certa maneira, aponta caminhos a serem percorridos pela oposição.
O ex-Presidente, muito, mas muito sutilmente, tenta comparar o período da bonança militar ao período do governo Lula e das dificuldades enfrentadas pela oposição devido ao crescimento econômico.
Na época, o MDB conseguiu angariar a classe média que reivindicava direitos sociais e políticos. É importante lembrar que a classe média, naquela época, era relativamente progressista.
Nessa volta ao passado, FHC admite que há uma novo perfil de pessoas dispostas a discutir política, uma “nova classe média”, que segundo ele, derivou muito mais das conquistas da estabilidade econômica de seu governo do que do governo de Lula.
Infelizmente, “a nova classe média” que está surgindo é completamente despolitizada e até certo ponto conservadora ao se comparar com a classe média contrária a ditadura militar, por isso, FHC propõe esquecer o “povão”, para investir no conservadorismo do PSDB e, ao mesmo tempo, nessa “nova classe média” que está ampliando os seus horizontes.
Exceto um novo ponto de atuação do PSDB, o artigo exalta o período em que foi Ministro de Itamar Franco e Presidente da República, mas não vislumbra o Brasil do futuro, ou seja, do país que temos para o país que queremos.
Ao imaginar um novo perfil ao PSDB, FHC está correto, pois o partido representa a parte de uma sociedade, mas ao imaginar o mesmo partido no governo central, com base em seu artigo, poderá revelar-se uma modernidade conservadora.
Abaixo o link do artigo:
*Matéria publicada originalmente em Além da Economia
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