segunda-feira, 9 de maio de 2011

Uma história ainda mal contada

 

Depois do show midiático do casamento real, que na cobertura jornalística revelou total colonialismo cultural dos meios de comunicação, o foco voltou-se para Bin Laden, um terrorista que estava no ostracismo há bastante tempo. A história é tão ou mais estranha do que a ação contra as Torres Gêmeas.

 

O tema não vai sair da mídia tão cedo. O Presidente Barack Obama não perdeu tempo e foi à luta na corrida atrás dos votos. Os estadunidenses estão exultantes e se tudo correr como esperam os marqueteiros da Casa Branca, Obama terá mais quatro anos de mandato dado pelo povo com a eleição de novembro do ano próximo. As primeiras pesquisas indicam que a popularidade do Presidente estadunidense disparou.

 

Foi informado que Bin Laden estava desarmado, mas ofereceu resistência, não se explicando como. Os rambos da Casa Branca se reuniram no salão de crise para acompanhar a imagem da ação no Paquistão. Foi divulgado por um dirigente da CIA que a localização do esconderijo se deveu a torturas de um preso em Guantánamo. Torturadores de todos os rincões aplaudiram.

 

Depois de Obama ter dito que o mundo ficaria mais seguro, em vários países a vigilância para prevenir atentados aumentou demasiadamente. Por aqui, o Ministro do Exterior, Antonio Patriota, talvez tenha novamente se precipitado com elogios ao que fizeram os militares estadunidenses no Paquistão.

 

Patriota e a própria Presidenta Dilma Rousseff estão dando ênfase à questão dos direitos humanos, mas precisam tomar cuidado, porque como o conceito está sendo colocado no tabuleiro internacional é usado pelos Estados Unidos em favor dos seus interesses.

 

Se Patriota conhecesse a BBC internacional ficaria sabendo que esta mídia pública britânica não utiliza em seus noticiários o termo terrorista. E sabem o motivo? É que em muitos países os terroristas execrados no Ocidente podem ser entendidos de outra forma em outros. O que teriam a dizer os editores da mídia de mercado brasileiros?

 

E o corpo de Bin Landen está no mar. Os testes do DNA podem ser levados a sério? Obama se recusa a divulgar as fotos de Bin Laden, O Presidente estadunidense estaria temendo reações. Então, o mundo está ou não mais seguro, como afirmaram Obama e outros marionetes, como o troglodita político israelense Banyamin Netanyahu?

 

A propósito, o político israelense, de forma arrogante e pretensiosa, não se conforma com o acordo entre as facções palestinas Fatah e Hamas. E em sua primeira reação afirmou que a unidade palestina é um obstáculo ao processo de paz. Que paz? A falsa paz que acena Netanyahu?

 

O Primeiro Ministro aproveitou o embalo para colocar as mangas (podres) de fora e está tentando o apoio de dirigentes europeus, como o francês Nicolas Sarkozy e o britânico David Cameron, para uma nova cruzada antipalestina. Conta desde já com Barack Obama.

 

O premier israelense é realmente um troglodita de extrema direita e nunca quis a paz com os vizinhos. Radicalizou na questão da continuidade da construção de assentamentos judaicos em território palestino. Tanto fez que tornou ainda mais difícil, se não impossível, qualquer tipo de acordo de paz. Durante a sua gestão o ódio na região aumentou.

 

Já o Partido Comunista de Israel saudou o acordo como uma importante contribuição na direção dos esforços da OLP e da Autoridade Palestina em alcançar o apoio da maioria dos membros da Assembléia Geral da ONU, em setembro, em favor do estabelecimento de um Estado Palestino independente, com Jerusalém Oriental como capital, ao lado de Israel.

 

O PCI, como antítese do que disse Netanyahu assinalou ainda que o acordo serve aos interesses básicos dos povos tanto de Israel como da Palestina, que tentam alcançar uma paz justa e estável, baseada no fim da ocupação, evacuação dos assentamentos e uma solução ao problema dos refugiados de acordo com as resoluções da ONU.

 

No fundo, o terrorismo individual, gênero Al Qaeda e o institucional, via governo Netanyahu e o seu Ministro do Exterior, Avigdor Liberman são faces de uma mesma moeda. Israel usa como marketing se fazer de vítima, o que não convence mais.


Por acaso ou não, a ação que culminou com a morte de Bin Laden ocorreu poucas horas depois do assassinato do filho mais novo do presidente Muammmar Khadafi e três netos.


Os “justiceiros” da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) querem mesmo matar Khadafi, porque entendem que se o fizerem a guerra civil pode acabar e favorecerá os rebeldes que já exportam petróleo de Benghazi e criaram um Banco Central, como foi informado recentemente neste Direto da Redação. Aliás, depois do episódio Bin Laden, a guerra civil líbia quase saiu do noticiário, pelo menos da mídia eletrônica.O que aconteceu?


E no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, no último dia 3, enquanto que em várias partes se debatia o tema, no Rio de Janeiro, a rádio comunitária Santa Marta, na comunidade Dona Marta, era fechada em uma ação da Polícia Federal e da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL). Dois diretores foram presos e posteriormente soltos. A rádio não é pirata, mas sim comunitária e pode ser captada na internet no endereço http.www.radiosantamarta.com.br. É o caso de perguntar aos responsáveis pela ação: e onde fica a liberdade de imprensa?


Dois dias depois, excluíram da internet o blog para a campanha de libertação dos cinco presos políticos cubanos nos Estados Unidos, segundo denuncia da Associação dos Cubanos Residentes no Brasil. A retirada do ar pela Google do Clique aqui ocorreu no dia início da campanha por aqui.


Mário Augusto Jakobskind, Direto da Redação

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