Da Gazeta Esportiva
A BBC, emissora de televisão inglesa, veiculou reportagem que, mais uma vez, relaciona Ricardo Teixeira, presidente da CBF, e João Havelange, ex-presidente da Fifa, a suborno. Ambos teriam recebido propina pela Fifa por meio da falida International Sports & Leisure (ISL), falida agência de marketing esportivo, e fizeram acordo na Justiça suíça para pagar multa de R$ 8,9 milhões e escapar do processo.
De acordo com o canal britânico, a Fifa dificultou a veiculação da matéria, tentando impedir a quebra do sigilo e a divulgação de detalhes do processo. Havelange e Teixeira, assim como a Fifa, se recusaram a comentar as novas denúncias. Nesta terça-feira, o jornal O Estado de São Paulo divulgou detalhes de um documento a que teve excesso na corte suíça no qual cartolas da Fifa, que tiveram seus nomes mantidos em sigilo, não contestaram acusação formal de subornos milionários recebidos por eles nos anos 90.
A investigação estimou em R$ 100 milhões os subornos distribuídos entre membros da entidade que rege o futebol mundial, mas o acordo com os envolvidos foi para o pagamento de uma multa de R$ 5,5 milhões no processo, concluído no ano passado.
Os escândalos aparecem menos de duas semanas antes das eleições presidências da Fifa. O suíço Joseph Blatter, que era secretário-geral de João Havelange, enfrentará o qatariano Mohamed Bin Hammam em 1º de junho para tentar emplacar o seu quarto mandato. Blatter promete reconstruir a imagem da Fifa, mas admite já ter presenciado suborno na entidade.
"Certa vez, recebi um envelope, quando era secretário-geral, e nesse envelope havia uma quantidade de dinheiro. Não pude recusar, pois o colocaram no meu bolso", relatou o suíço, braço-direito de Havelange entre 1981 e 1998, quando assumiu a presidência. "Entreguei o dinheiro ao diretor de finanças da Fifa", garantiu.
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