terça-feira, 16 de agosto de 2011

Crise econômica cria classe de “novos pobres” na Espanha

Uma pesquisa do Instituto Nacional de Estatística (INE) da Espanha mostra que a crise econômica no país vem levando à pobreza um grande contingente populacional que estava ascendendo economicamente. Segundo a pesquisa, 11% das famílias espanholas têm todos seus integrantes desempregados e 21% da população – cerca de 10 milhões de pessoas – foi classificada como pobre em julho.
O governo espanhol considera pobres os indivíduos com renda familiar abaixo de 570 euros mensais (cerca de R$ 1.300). As famílias com renda inferior a 215 euros (cerca de R$ 490) são consideradas na pobreza extrema.

De acordo com a pesquisa do INE, mais de um em cada cinco espanhóis – 21% da população – era classificado como pobre em julho. Segundo analistas, este índice pode chegar a 22% até o fim do ano. Há dez anos, o índice era de 14%.
A pesquisa indica que, em 2009, havia 4% das famílias com todos os integrantes desempregados. No primeiro trimestre de 2011, a taxa alcançou 11%.

Perfil dos novos pobres
 
A pesquisa também mostra que a maioria das pessoas que solicitaram auxílio na Espanha são trabalhadores entre 20 e 40 anos, alguns com formação profissional, que antes da crise tinham imóveis e bons salários.
A reportagem da BBC Brasil apresenta o caso de um homem espanhol que possuía duas casas, três automóveis e salários anuais equivalentes a R$ 150 mil. Mestre de obra em mais de 30 anos na construção civil, chegou a ganhar mais de R$ 12 milhões em oito anos no período do boom do setor.
“Com a falta de ofertas de trabalho, eles passaram a ser desempregados de longo prazo. Trata-se de uma crise que está mudando a vida das pessoas de maneira radical”, disse à BBC Brasil o Secretário Geral da ONG Cáritas-Espanha, Sebastián Mora.
Com informações da BBC Brasil

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