sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Refém das oligarquias


Tenho acompanhado sem interesse algum as notícias sobre corrupção e o enfrentamento da Presidenta Dilma no tema. As notícias trafegam no noticiário e os mesmos clichês são repetidos a todos instantes. A imprensa mantém o tom ambíguo costumeiro, isto é, censura o governo simultaneamente por romper e não romper com aliados. Se rompe, é tratado como derrotado por “perder a base”. Se não rompe, compactua com a corrupção. Nos dois casos a imprensa nunca perde e o governo nunca ganha. Estratégia poderosa que subsiste como último reduto da oposição brasileira, o udenismo. Infelizmente, como não temos oposição capaz de se assumir conservadora ou liberal, preferindo se esconder sob os rótulos de “social-democrata” (!) e “democrata”, resta aos opositores do governo o moralismo rasteiro e casuísta, morada habitual da hipocrisia política fortemente enraizada na história brasileira. Apesar de tudo, Dilma continua com altíssimos índices de aprovação, pois a estratégia só funciona ocasionalmente e não é suficiente para enfrentar as importantes reformas sociais que vêm sendo efetivadas, além da auto-estima do brasileiro alimentada desde Lula.


O que, no entanto, está em jogo? Tenho insistido há muito tempo que a moralização da política é um escamoteamento casuísta que omite por meio do sacrifício de bodes expiatórios a principal fonte de corrupção: o domínio de oligarquias sobre a esfera pública. É um debate bem vivo na blogosfera, citando entre tantos ótimos blogueiros que postaram sobre o tema o Idelber Avelar e o Alexandre Nodari. Na minha visão há um deslocamento para o nível individual e de caráter de uma patologia que extravaza para o nível político, consubstanciado nessa violência que impera mediante chantagens, artimanhas, ameaças e violência cujos limites nem sequer podemos imaginar, chegando a um nível de estado de exceção.


Dilma nesse momento é vítima de uma máfia que se apoderou do poder, como em geral acontece nas democracias contemporâneas espalhadas pelo mundo. A pureza de um Parlamento capaz de representar os cidadãos dá lugar a poderosos grupos de interesses que, no caso do Brasil, oscilam entre oligarquias arcaicas e yuppies e se mantêm com base na mais frontal indiferença a tudo aquilo que não significa sua manutenção no poder. A mídia não representa esperança aqui, pois muitas vezes compactua com tais grupos, não deseja os enfrentar ou inclusive pertence a eles. Além disso, prefere individualizar e sacrificar, não tocando na estrutura de fundo que viabiliza no Brasil a manutenção sincrética de uma ideia liberal-democrática e uma realidade arcaico-feudal-oligárquica. Ninguém melhor que o PMDB sintetiza esse espaço.


Que fazer? As soluções parecem quase todas ruins, pois na realidade o que se observa é o declínio da representação parlamentar como um todo. Como diz Thom Yorke numa canção, “they don’t speak for us”. A defesa da democracia representativa contra a democracia direta – e tudo que dela se aproxima – revela um elitismo que no fundo nada mais faz do que consolidar a situação real em que vivemos no mundo: uma plutocracia generalizada, variando suas colorações de acordo com país e cultura. Pensar a política, aparentemente, parece exigir capaz vez mais pensar em alternativas à democracia representativa e parlamentar, sem cair em autoritarismos e demagogia, pois o mal parece estar na raiz. Isso significa talvez a necessidade de se repensar a própria questão do Estado.

5 comentários:

Zé disse...

Essa mulher é uma traidora pilantra que está querendo destruir LULA junto com os bandidos do psdbosta.

Anônimo disse...

ACORDOU, kARA!
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

VERA disse...

ZÉ,

Vc viu como os trolls tunganotários ficaram contentinhos com suas palavras???!!!

O jogo é esse, companheiro: colocar-nos contra Dilma, para afastá-la do LULÃO e poder detoná-la facilmente!!!

A Dilma NÃO é burra!!!

No mínimo, ela deve estar puxando a corda para os tucanalhas se enforcarem!!!

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

O TERROR DO NORDESTE disse...

Vera, pois é.Esses tucanos pensam que seu um petista deixar de votar no PT vai votar nos demotucanos.É ruim.

Zé disse...

Vera, eu quero que esses anônimos vão todos lamber sabão pra ver se lavam essas privadas que têm no lugar da boca.

Só que cansei dessa lenga-lenga de Dilma com esse corno manso, safado e aproveitador.

Esse pilantra do gagacê cornudo fica igual um vira-latas abanando o rabinho pra Dilma e ela fica passando a mão na cabeça desse fracassado incompetente.