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O mesmo STF que anistiou torturadores e assassinos da ditadura. O mesmo STF que concedeu habeas corpus ao estuprador Roger Abdelmassih. Que concedeu 2 habeas corpus em 24 horas ao maior bandido desse país, o banqueiro Daniel Dantas. O mesmo STF que sempre inocentou todos os corruptos desse país. O mesmo STF que finge que não viu nada e não sabe de nada a respeito da PRIVATARIA TUCANA e do MENSALÃO TUCANO, é o STF que agora condena sem provas lideranças legítimas da esquerda nacional, que foram, inclusive, torturadas pelos mesmos ditadores que vivem livres, leves e soltos graças a ele, o STF.
Isso que o STF está fazendo não é justiça. Isso é a tentativa de desmoralizar e humilhar toda uma geração que lutou por democracia nesse país. O plenário do STF se tornou a versão repaginada, mais asséptica, dos porões da ditadura. O STF está dando cabo àquilo que foi iniciado meio século atrás e não foi concluído. O STF está terminando o servicinho dos militares, que não aniquilaram Zé Dirceu e Genoíno naquela época.
Henrique Pizzolato foi condenado por ter desviado dinheiro público. Eu pediria cadeia para ele, se essa acusação tivesse sido provada. Mas não houve desvio e o dinheiro do fundo Visanet NÃO É PÚBLICO, é privado!!!
Pizzolato foi colocado nesse MENTIRÃO simplesmente para ser o conector entre duas pontas, para dar sustentação à acusação furada do “esquema de formação de quadrilha”. Ou seja, Pizzolato foi o “álibi” da acusação. Talvez pela primeira vez em toda a história dos processos penais foi a acusação que precisou se servir de um “álibi” para sustentar sua versão fantasiosa, fictícia e mesmo inverossímil dos fatos. Sempre é o acusado que precisa de um álibi. No caso do MENTIRÃO não: foi a acusação. E um álibi falso ainda por cima. Usou-se uma mentira para costurar a narrativa de outra mentira. Quando um acusado lança mão de um álibi para se livrar da acusação, nenhum juiz toma esse álibi como verdadeiro a priori. É preciso que se investigue e, a partir das constatações dessa investigação, é que se pode julgar ou não a culpa ou inocência de alguém. Mas com o “álibi” da acusação que inventou o MENTIRÃO não foi preciso. Joaquim Barbosa foi logo considerando Pizzolato como um álibi perfeito para enquadrar Dirceu e Genoíno em crimes que eles não cometeram.
Era a oportunidade. Meio século de espera. Dessa vez não poderia falhar. A oligarquia brasileira deposita todas as suas esperanças nesse julgamento para finalmente ser recompensada. É uma questão de vingança. Dirceu e Genoíno se comportaram muito mal quando foram líder estudantil, o primeiro, e guerrilheiro, o segundo. Ora, quando a oligarquia brasileira deu o golpe, eles ousaram levantar suas vozes. Imperdoável. Tinham que pagar por isso um dia... Parece que chegou. Graças aos novos agentes da ditadura: os ministros do STF que anistiam torturadores e condenam sem provas lideranças de esquerda. Não é nada técnico. É puramente simbólico. Não é só de pessoas ou fatos que estamos falando. São símbolos. O objetivo final é a destruição desses símbolos. Simples assim. Cruel assim.
Pizzolato, o primeiro “álibi” de uma acusação na história do Direito, era diretor de marketing do Banco do Brasil. Foi acusado de ter desviado dinheiro público de um fundo privado. (Cuma???) E esse dinheiro teria irrigado a quadrilha da compra de votos.
Primeiro: o fundo Visanet (hoje Cielo) é uma espécie de “caixinha” para onde é destinada uma porcentagem de tudo o que os clientes Visa pagam pela utilização de seus cartões. Todos os clientes Visa, quando efetuam o pagamento da fatura de seus cartões, estão automaticamente destinando uma porcentagem desse pagamento para o fundo Visanet, que é voltado para a promoção da marca Visa no Brasil. Ou seja, o dinheiro sai do bolso do cliente e vai para o fundo de uma operadora de cartões de crédito. De que cartola tiraram que esse dinheiro é público????
Segundo: foi feita a prestação de contas de todo o valor que se alega ter sido desviado do fundo Visanet. Promoção de eventos culturais e esportivos com o patrocínio dos Cartões Visa do Banco do Brasil (Ourocard) e campanhas publicitárias veiculadas à exaustão em todos os veículos de mídia comprovam que o dinheiro foi aplicado conforme sua finalidade. Todo o fluxo dos recursos do Visanet, desde a entrada do dinheiro via pagamento de faturas pelos clientes, até a quitação de compromissos com agências de publicidade contratadas para realizar as campanhas de marketing, pode ser facilmente rastreado. Mas pra que rastrear e descobrir a verdade? A verdade não importa! O que importa agora é condenar Dirceu e Genoíno. Dane-se se o dinheiro do Visanet não é público e se não foi desviado. Se afirmar o contrário disso contribui com o enredo do MENTIRÃO, afirmemos o contrário disso... E assim se faz o “maior julgamento da história” num país onde tudo é espetáculo circense.
Terceiro: o fundo Visanet pertence a uma empresa privada. Se tivesse havido desvio, o que essa empresa teria feito? Processado os responsáveis, né? Por que a Visa não processou os “petralhas”? Será que a Visa International Service Association é petista???? Como a imprensa pode falar em “desvio de dinheiro do fundo Visanet” se esse dinheiro acabou indo parar exatamente nos veículos de imprensa que venderam espaços de publicidade para veiculação das campanhas de marketing. Há notas de pagamento da Globo Participações e Comunicações Ltda., por exemplo. Recapitulando: todo o montante que a acusação diz ter sido desviado foi comprovado. O cliente pagou sua fatura. A Visanet contratou agências de publicidade, pagou essas agências que, por sua vez, pagaram os veículos nos quais as campanhas foram veiculadas. Em resumo: o dinheiro saiu do cliente, foi para o fundo Visa, passou por agências de publicidade e desaguou na Rede Globo, por exemplo. É dinheiro público???? Onde houve o desvio??? Não houve, mas não importa! O que importa é a vingança da elite golpista que há meio século está ofendida e magoada porque Dirceu e Genoíno a afrontaram.
E, por isso, Pizzolato, um funcionário de carreira do Banco do Brasil, foi condenado a prisão em regime fechado. Vida? Ser humano? Família? Nada disso importa. Estamos lidando com símbolos. E os símbolos são Dirceu e Genoíno, líderes de uma geração, e, obviamente, o PT (resultado do esforço dessa geração).
Genoíno foi condenado porque assinou a autorização de um empréstimo bancário. Esse empréstimo foi realizado de acordo com todas as formalidades. Foi aprovado pelo TSE. Mas o STF não concordou. Não estamos falando de contratos. Estamos falando de símbolos. Tudo o que qualquer um pode fazer, Dirceu e Genoíno não podem. Não podem porque eles têm uma “dívida” antiga, de meio século, com a elite golpista que não esperará nem mais um minuto para saldá-la.
Campanhas políticas custam caro. Os partidos precisam pagar suas despesas. O empréstimo foi contratado para isso: para pagamento de despesas eleitorais. O empréstimo foi quitado. Mas a assinatura do Genoíno (que, então, era presidente do partido) é a prova do crime. Que crime? Fazer política. Agora se, ao assinar a autorização de um empréstimo, o presidente de um partido político está cometendo um crime, por que outros presidentes de outros partidos nunca foram condenados? Simples: porque é só o PT que não pode! Não se trata de poder ou não poder. Partidos políticos formalmente constituídos podem perfeitamente contratar empréstimos junto a instituições financeiras legalmente estabelecidas no mercado. Isso não é crime! Claro que não! Mas não é disso que estamos falando. É de símbolos! Cadeia pra Genoíno!
E Dirceu então... Dirceu foi condenado porque se presume que “é impossível que ele não soubesse de nada”... Nada o que? Que o PT contratou empréstimo? Que o fundo Visanet fez campanhas publicitárias para promover os cartões de sua bandeira??? Dirceu não sabia que esses “crimes hediondos” estavam sendo praticados bem debaixo do seu nariz. Esse Dirceu... Se fosse um outro Zé qualquer... “Se se chamasse Raimundo...” Mas é o Dirceu. Não estamos falando de Josés. Estamos falando de símbolos...
Rafael Patto, lambido do Facebook
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