Sobrou para De Grandis, o parceiro de corrupção dos tucanos no Esquema da Alstom.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, falou duro na tarde desta terça-feira 26 ao responder a cúpula do PSDB, que pediu sua cabeça devido à denúncia de cartel envolvendo nomes importantes do partido apresentada à Polícia Federal. "A época de engavetador geral já acabou. Eu me recuso ser um engavetador geral de denúncias. As denúncias que chegarem às minhas mãos serão sempre encaminhadas à PF para fazer uma investigação imparcial", disse Cardozo.
A declaração vem pouco tempo depois de o procurador da República Rodrigo de Grandis ser acusado de engavetar um pedido de colaboração de procuradores suíços no caso Siemens. Segundo De Grandis, que contou que o documento foi guardado numa gaveta errada e, por isso, arquivado indevidamente, houve uma "falha administrativa" na Procuradoria de São Paulo. O pedido ficou longe do conhecimento do órgão por dois anos e oito meses.
Segundo Cardozo, cabe a ele, como ministro da Justiça, apenas solicitar a investigação, que será coordenada por um delegado de polícia. Mais cedo, os tucanos afirmaram que ele não tinha condições de chefiar as investigações. "O presidente do PSDB disse que o ministro da Justiça não tem condições de coordenar e chefiar as investigações. Quem faz isso, é o delegado de polícia. Há um ligeiro equívoco jurídico, meu poder se limita a pedir investigação que é feita com absoluta autonomia", disse.
O ministro da Justiça lamentou ainda que o suposto esquema envolvendo multinacionais e governos do PSDB em São Paulo tenha se transformado em disputa política. "Acho muito ruim que investigações sejam transformadas em disputa política, em dizer que 'conosco não que somos diferentes'. Todos são iguais perante à lei", rebateu.
O senador Aécio Neves havia dito em coletiva de imprensa que os tucanos eram diferentes dos petistas, numa referência ao julgamento do 'mensalão'. "Se há denúncias, não importa contra quem seja, o ministro tem que ser pedir investigação. Senão é prevaricação", concluiu Cardozo.Brasil-247
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