Minas 247 – O ex-ministro das Comunicações e
pré-candidato do PSDB ao governo de Minas, Pimenta da Veiga, foi
indiciado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro. De acordo com o
inquérito, o tucano é suspeito de receber R$ 300 mil das agências da
publicidade de Marco Valério, condenado na Ação Penal 470, o 'mensalão'.-
O ex-ministro disse ao G1 Minas Gerais que o pagamento foi referente
aos serviços de advocacia prestados, em 2003. "Os pagamentos eram feitos
através de depósitos conta corrente. Dois anos depois houve uma devassa
na vida da empresa e eu prestei todos os esclarecimentos, que foram
satisfatórios na época. O assunto ficou aparentemente resolvido",
afirmou. Segundo Veiga, o indiciamento é consequência de perseguição
política.
Após a conclusão do inquérito, que segue em sigilo, a documentação
será encaminhada ao Ministério Público Federal em Minas (MPF-MG), que
decidirá se abre ou não processo contra o tucano. As investigações
contra o ex-ministro começaram em 2007 pela Procuradoria-Geral da
República, tendo como base o inquérito do mensalão tucano, segundo o
qual houve desvios de recursos públicos para beneficiar, em 1998, o
então governador de Minas, Eduardo Azeredo (PSDB), que tentava se
reeleger. Naquele ano, Veiga se elegeu deputado federal.
Ao todo, quinze pessoas foram denunciadas, dentre elas o senador
Clésio Andrade (PMDB), também pré-candidato ao governo mineiro, e o
ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, que teve o processo prescrito em
janeiro deste ano, após o completar 70 anos. Em relação a este último
caso, o fato é que o prazo para a prescrição de crimes, como peculato e
lavagem de dinheiro é de 16 anos. Mas, quando o acusado completa 70
anos, o tempo é reduzido pela metade. Como teriam ocorridos em 1998, o
prazo de prescrição foi reduzido para oito anos, atingidos em 2006.
Segundo as investigações, a empresa SMP&B, de Marcos Valério,
obteve empréstimos no Banco Rural e repassou para a campanha de Azeredo.
Além disso, três estatais teriam repassado mais de R$ 4,5 milhões a
Valério a título de pagamento para patrocínio de eventos esportivos. Mas
a PGR afirma que o custo do serviço foi de R$ 98,9 mil. O restante foi
usado para a campanha de Azeredo.
O esquema teria tido envolvimento da Companhia Mineradora de Minas
Gerais (Comig), da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e o
Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge).
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