quinta-feira, 10 de abril de 2014

PF indicia tucano envolvido no mensalão do PSDB





Minas 247 – O ex-ministro das Comunicações e pré-candidato do PSDB ao governo de Minas, Pimenta da Veiga, foi indiciado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro. De acordo com o inquérito, o tucano é suspeito de receber R$ 300 mil das agências da publicidade de Marco Valério, condenado na Ação Penal 470, o 'mensalão'.-


O ex-ministro disse ao G1 Minas Gerais que o pagamento foi referente aos serviços de advocacia prestados, em 2003. "Os pagamentos eram feitos através de depósitos conta corrente. Dois anos depois houve uma devassa na vida da empresa e eu prestei todos os esclarecimentos, que foram satisfatórios na época. O assunto ficou aparentemente resolvido", afirmou. Segundo Veiga, o indiciamento é consequência de perseguição política.


Após a conclusão do inquérito, que segue em sigilo, a documentação será encaminhada ao Ministério Público Federal em Minas (MPF-MG), que decidirá se abre ou não processo contra o tucano. As investigações contra o ex-ministro começaram em 2007 pela Procuradoria-Geral da República, tendo como base o inquérito do mensalão tucano, segundo o qual houve desvios de recursos públicos para beneficiar, em 1998, o então governador de Minas, Eduardo Azeredo (PSDB), que tentava se reeleger. Naquele ano, Veiga se elegeu deputado federal.


Ao todo, quinze pessoas foram denunciadas, dentre elas o senador Clésio Andrade (PMDB), também pré-candidato ao governo mineiro, e o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, que teve o processo prescrito em janeiro deste ano, após o completar 70 anos. Em relação a este último caso, o fato é que o prazo para a prescrição de crimes, como peculato e lavagem de dinheiro é de 16 anos. Mas, quando o acusado completa 70 anos, o tempo é reduzido pela metade. Como teriam ocorridos em 1998, o prazo de prescrição foi reduzido para oito anos, atingidos em 2006.


Segundo as investigações, a empresa SMP&B, de Marcos Valério, obteve empréstimos no Banco Rural e repassou para a campanha de Azeredo. Além disso, três estatais teriam repassado mais de R$ 4,5 milhões a Valério a título de pagamento para patrocínio de eventos esportivos. Mas a PGR afirma que o custo do serviço foi de R$ 98,9 mil. O restante foi usado para a campanha de Azeredo.
O esquema teria tido envolvimento da Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig), da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e o Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge).

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