24 DE JUNHO DE 2009
A redoma midiática que protegia a gestão do prefeito de Curitiba, Beto Richa, começa a trincar com as sucessivas denúncias de corrupção na gestão do tucano que, até então, era mostrado como modelo para o resto do país. Na terça-feira (23), lideranças de diversos partidos se reuniram na capital paranaense e decidiram levar para as ruas as denúncias que apontam para o uso de caixa 2 nas eleições municipais do ano passado.
Caixa 2: dinheiro em troca de apoio à reeleição de Richa O objetivo das lideranças é coletar assinaturas pedindo a reabertura da análise das contas de campanha do prefeito. Em um vídeo, mostrado no programa Fantástico, da Rede Globo, candidatos a vereadores do PRTB, que se coligara ao PTB para trabalhar por Richa, recebem dinheiro para fechar a aliança. O vídeo foi gravado em setembro de 2008.
Dos 28 candidatos a vereador do PRTB que desistiram de disputar as eleições de 2008 para apoiar a candidatura de Richa (PSDB), cinco ainda trabalham na Prefeitura de Curitiba. Um deles atua no gabinete dele.
A direção local do PCdoB, que apóia as investigações, emitiu nota afirmando que ''as imagens são fortes e remetem para uma prática que caracteriza a compra de votos com o objetivo de obter apoio político, colocando sob suspeição todo o processo eleitoral que resultou na vitória do então candidato do PSDB Beto Richa''.
''Até sexta-feira vamos para a rua”, anunciou o presidente do diretório municipal do PMDB, Doático Santos. Segundo ele, desde que as denúncias foram apresentadas, o partido está em ''reunião permanente''. O abaixo-assinado também poderá ser usado para forçar os vereadores a instaurarem uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). O bloco de oposição tem apenas cinco vereadores e precisa de pelo menos 13 assinaturas para garantir a investigação. Outros quatro se declaram independentes, mas ontem o PSC anunciou que seu representante vai apoiar a CPI. Os outros 29 estão na base de apoio do prefeito.
Além do Ministério Público Federal (MPF), também o Ministério Público do Estado anunciou ontem a abertura de investigação. Segundo o promotor Armando Antonio Sobreiro Neto, do Centro de Apoio das Promotorias de Justiça Eleitorais, os dois órgãos realizarão um trabalho em conjunto. “Queremos saber a origem do dinheiro, se foi utilizado na campanha ou não, e se houve omissão na declaração”, disse. Segundo ele, um primeiro resultado só deve sair em 60 dias.
O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), adversário político de Richa, chegou ontem a pedir cadeia para possíveis infratores. “Eu espero, sem citar nomes, que esse pessoal todo perca o mandato e vá para a cadeia, que é o lugar de quem corrompe o processo político e viola a democracia paranaense e brasileira”, afirmou, durante a reunião semanal com o secretariado.
Na segunda-feira (22), o coordenador financeiro da campanha do prefeito Beto Richa, Fernando Ghignone, disse que todas as receitas e despesas foram declaradas e contabilizadas. O prefeito demitiu, na semana passada, Alexandre Gardolinski, Manassés de Oliveira e Raul D’Araújo, que aparecem no vídeo supostamente negociando apoio em troca de dinheiro. Eles mantinham cargos de gestor, secretário e superintendente na prefeitura.
''Quero ver ele demitir gente grande envolvida'', comentou Rodrigo Oriente, ex-funcionário da Secretaria de Governo e autor das denúncias. Ele prefere não comentar sobre essas outras pessoas, que seriam a fonte do dinheiro, alegando que há um processo que corre em sigilo em relação às denúncias. Oriente disse que o objetivo da denúncia era receber uma dívida de R$ 47 mil, emprestado ao comitê, valores que não constam da prestação de contas da campanha de Richa.
Dono do notebook em que foram gravadas cerca de cinco horas de atividades supostamente ilegais, Oriente, que trabalhou no comitê dos dissidentes, entregou as gravações ao procurador regional eleitoral, Néviton Guedes, em 12 de junho.
O jornal Folha de S. Paulo apurou que Oriente declarou ao procurador que a principal atividade do comitê era ''desestabilizar a campanha de Fabio Camargo'', candidato derrotado por Richa. Ele também afirmou que os dissidentes recebiam ''recursos não contabilizados''.
O PRTB afirmou que os citados no vídeo estavam desfiliados do partido quando montaram o comitê. A assessoria da prefeitura disse que apenas Ghignone e o procurador jurídico do município, Ivan Bonilha, poderiam comentar o caso, mas eles não foram encontrados pela reportagem.
O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), reagiu atacando e insinuou que as denúncias seriam uma armação da oposição. Afirmou que a ''denúncia é suspeita, feita por gente suspeita e será apurada até o fim''. ''Assim como o prefeito Beto Richa, o PSDB não tolera esse tipo de gente em seus quadros'', disse Guerra. O dirigente tucano só não explicou por que o prefeito demitiu vários funcionários se as denúncias, são, como diz, ''fabricadas''.
Da redação,
com agências , Vermelho
A redoma midiática que protegia a gestão do prefeito de Curitiba, Beto Richa, começa a trincar com as sucessivas denúncias de corrupção na gestão do tucano que, até então, era mostrado como modelo para o resto do país. Na terça-feira (23), lideranças de diversos partidos se reuniram na capital paranaense e decidiram levar para as ruas as denúncias que apontam para o uso de caixa 2 nas eleições municipais do ano passado.
Caixa 2: dinheiro em troca de apoio à reeleição de Richa O objetivo das lideranças é coletar assinaturas pedindo a reabertura da análise das contas de campanha do prefeito. Em um vídeo, mostrado no programa Fantástico, da Rede Globo, candidatos a vereadores do PRTB, que se coligara ao PTB para trabalhar por Richa, recebem dinheiro para fechar a aliança. O vídeo foi gravado em setembro de 2008.
Dos 28 candidatos a vereador do PRTB que desistiram de disputar as eleições de 2008 para apoiar a candidatura de Richa (PSDB), cinco ainda trabalham na Prefeitura de Curitiba. Um deles atua no gabinete dele.
A direção local do PCdoB, que apóia as investigações, emitiu nota afirmando que ''as imagens são fortes e remetem para uma prática que caracteriza a compra de votos com o objetivo de obter apoio político, colocando sob suspeição todo o processo eleitoral que resultou na vitória do então candidato do PSDB Beto Richa''.
''Até sexta-feira vamos para a rua”, anunciou o presidente do diretório municipal do PMDB, Doático Santos. Segundo ele, desde que as denúncias foram apresentadas, o partido está em ''reunião permanente''. O abaixo-assinado também poderá ser usado para forçar os vereadores a instaurarem uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). O bloco de oposição tem apenas cinco vereadores e precisa de pelo menos 13 assinaturas para garantir a investigação. Outros quatro se declaram independentes, mas ontem o PSC anunciou que seu representante vai apoiar a CPI. Os outros 29 estão na base de apoio do prefeito.
Além do Ministério Público Federal (MPF), também o Ministério Público do Estado anunciou ontem a abertura de investigação. Segundo o promotor Armando Antonio Sobreiro Neto, do Centro de Apoio das Promotorias de Justiça Eleitorais, os dois órgãos realizarão um trabalho em conjunto. “Queremos saber a origem do dinheiro, se foi utilizado na campanha ou não, e se houve omissão na declaração”, disse. Segundo ele, um primeiro resultado só deve sair em 60 dias.
O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), adversário político de Richa, chegou ontem a pedir cadeia para possíveis infratores. “Eu espero, sem citar nomes, que esse pessoal todo perca o mandato e vá para a cadeia, que é o lugar de quem corrompe o processo político e viola a democracia paranaense e brasileira”, afirmou, durante a reunião semanal com o secretariado.
Na segunda-feira (22), o coordenador financeiro da campanha do prefeito Beto Richa, Fernando Ghignone, disse que todas as receitas e despesas foram declaradas e contabilizadas. O prefeito demitiu, na semana passada, Alexandre Gardolinski, Manassés de Oliveira e Raul D’Araújo, que aparecem no vídeo supostamente negociando apoio em troca de dinheiro. Eles mantinham cargos de gestor, secretário e superintendente na prefeitura.
''Quero ver ele demitir gente grande envolvida'', comentou Rodrigo Oriente, ex-funcionário da Secretaria de Governo e autor das denúncias. Ele prefere não comentar sobre essas outras pessoas, que seriam a fonte do dinheiro, alegando que há um processo que corre em sigilo em relação às denúncias. Oriente disse que o objetivo da denúncia era receber uma dívida de R$ 47 mil, emprestado ao comitê, valores que não constam da prestação de contas da campanha de Richa.
Dono do notebook em que foram gravadas cerca de cinco horas de atividades supostamente ilegais, Oriente, que trabalhou no comitê dos dissidentes, entregou as gravações ao procurador regional eleitoral, Néviton Guedes, em 12 de junho.
O jornal Folha de S. Paulo apurou que Oriente declarou ao procurador que a principal atividade do comitê era ''desestabilizar a campanha de Fabio Camargo'', candidato derrotado por Richa. Ele também afirmou que os dissidentes recebiam ''recursos não contabilizados''.
O PRTB afirmou que os citados no vídeo estavam desfiliados do partido quando montaram o comitê. A assessoria da prefeitura disse que apenas Ghignone e o procurador jurídico do município, Ivan Bonilha, poderiam comentar o caso, mas eles não foram encontrados pela reportagem.
O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), reagiu atacando e insinuou que as denúncias seriam uma armação da oposição. Afirmou que a ''denúncia é suspeita, feita por gente suspeita e será apurada até o fim''. ''Assim como o prefeito Beto Richa, o PSDB não tolera esse tipo de gente em seus quadros'', disse Guerra. O dirigente tucano só não explicou por que o prefeito demitiu vários funcionários se as denúncias, são, como diz, ''fabricadas''.
Da redação,
com agências , Vermelho
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