30 DE JUNHO DE 2009
A busca pelo questionamento ou um desconforto com a popularidade consolidada do governo Lula — que pode ser transferida para a sua candidata Dilma Rousseff na eleição do ano que vem — ou outra coisa qualquer devem ser os motivos que expliquem a tendência mórbida, desumana e cruel na matéria publicada na Folha de S.Paulo de 26 de junho que trata da última sessão de quimioterapia da ministra da Casa Civil em S. Paulo. O oncologista Paulo Hoff, médico do Hospital Sírio-Libanês, afirma que a doença está 90% curada e há poucas chances dela retornar, creditando o sucesso do tratamento ao fato do tumor ter sido diagnosticado cedo.
Por Dennis de Oliveira, na Revista Fórum
Desde a divulgação do tumor da ministra Dilma, a mídia hegemônica implantou uma discussão com caráter mórbido: se a candidata preferida do presidente Lula iria sucumbir à doença e, portanto, não poder assumir a candidatura. Ante as críticas vindas de partidários da ministra e até mesmo de personalidades do mundo político, o colunista Elio Gaspari disse que era “correto” a mídia investigar isto bem como exigia “transparência” dos petistas quanto ao assunto.
Em seu rol de argumentos, Gaspari lembrou a doença de Costa e Silva que o impediu de dirigir o regime ditatorial no final dos anos 60, sendo substituído pela junta militar. Disse Gaspari que isto foi “prejudicial” à vida política do país como se Costa e Silva fosse “melhor” ou “mais democrático” que a junta militar!
Desde o início do tratamento, a ministra Dilma Roussef e os médicos que a tratam afirmam que o tumor foi diagnosticado no início e que as chances de cura eram grandes. Pouco adiantou — a doença de Dilma continuou pautando as análises políticas dos jornais.
A mídia hegemônica tomou uma ducha de água fria com a divulgação das recentes pesquisas em que a popularidade do presidente Lula bateu recordes e também o aumento da intenção de voto na ministra para presidente. Entre os fatores que contribuíram para o aumento da popularidade da ministra foi o fato dela ter divulgado a sua doença e isto ter gerando um sentimento de “comoção”, bem como um elogio a sua “transparência”.
Agora, o oncologista — que não faz parte, até última informação, do diretório do PT e é um médico que tem um nome a zelar pois faz parte de um complexo hospitalar de renome no país — diz que a ministra está 90% curada e a matéria da Folha faz um “questionamento” sobre isto, dizendo que é “muito cedo” para tal informação. Cura, ensina a matéria seguinte, é quando o paciente tem ausência de mais de cinco anos da doença.
Nos termos atuais, o que Dilma tem é uma “taxa de remissão completa” de 90%, ensinam oncologistas ouvidos pelo jornal. Ótimo, fica agora para os estrategistas da oposição discutirem como enfrentar uma candidata que não está curada mas sim com “taxa de remissão completa de 90%”. Ufa, ainda tem 10% de chance, deve estar presente no inconsciente mórbido de quem não suporta a popularidade de um governo que diariamente recebe pauladas dos analistas midiáticos.
Se a Folha quer usar este preciosismo no seu texto que tal discutir o porquê da manchete de 27/06 no caderno “Dinheiro”: "Nova lei de Chávez pode afetar Brasken" ao invés de “Nova lei aprovada na Assembleia Nacional da Venezuela pode afetar...” — afinal de contas, a lei foi aprovada no parlamento da Venezuela e não imposta pelo presidente.
A busca pelo questionamento ou um desconforto com a popularidade consolidada do governo Lula — que pode ser transferida para a sua candidata Dilma Rousseff na eleição do ano que vem — ou outra coisa qualquer devem ser os motivos que expliquem a tendência mórbida, desumana e cruel na matéria publicada na Folha de S.Paulo de 26 de junho que trata da última sessão de quimioterapia da ministra da Casa Civil em S. Paulo. O oncologista Paulo Hoff, médico do Hospital Sírio-Libanês, afirma que a doença está 90% curada e há poucas chances dela retornar, creditando o sucesso do tratamento ao fato do tumor ter sido diagnosticado cedo.
Por Dennis de Oliveira, na Revista Fórum
Desde a divulgação do tumor da ministra Dilma, a mídia hegemônica implantou uma discussão com caráter mórbido: se a candidata preferida do presidente Lula iria sucumbir à doença e, portanto, não poder assumir a candidatura. Ante as críticas vindas de partidários da ministra e até mesmo de personalidades do mundo político, o colunista Elio Gaspari disse que era “correto” a mídia investigar isto bem como exigia “transparência” dos petistas quanto ao assunto.
Em seu rol de argumentos, Gaspari lembrou a doença de Costa e Silva que o impediu de dirigir o regime ditatorial no final dos anos 60, sendo substituído pela junta militar. Disse Gaspari que isto foi “prejudicial” à vida política do país como se Costa e Silva fosse “melhor” ou “mais democrático” que a junta militar!
Desde o início do tratamento, a ministra Dilma Roussef e os médicos que a tratam afirmam que o tumor foi diagnosticado no início e que as chances de cura eram grandes. Pouco adiantou — a doença de Dilma continuou pautando as análises políticas dos jornais.
A mídia hegemônica tomou uma ducha de água fria com a divulgação das recentes pesquisas em que a popularidade do presidente Lula bateu recordes e também o aumento da intenção de voto na ministra para presidente. Entre os fatores que contribuíram para o aumento da popularidade da ministra foi o fato dela ter divulgado a sua doença e isto ter gerando um sentimento de “comoção”, bem como um elogio a sua “transparência”.
Agora, o oncologista — que não faz parte, até última informação, do diretório do PT e é um médico que tem um nome a zelar pois faz parte de um complexo hospitalar de renome no país — diz que a ministra está 90% curada e a matéria da Folha faz um “questionamento” sobre isto, dizendo que é “muito cedo” para tal informação. Cura, ensina a matéria seguinte, é quando o paciente tem ausência de mais de cinco anos da doença.
Nos termos atuais, o que Dilma tem é uma “taxa de remissão completa” de 90%, ensinam oncologistas ouvidos pelo jornal. Ótimo, fica agora para os estrategistas da oposição discutirem como enfrentar uma candidata que não está curada mas sim com “taxa de remissão completa de 90%”. Ufa, ainda tem 10% de chance, deve estar presente no inconsciente mórbido de quem não suporta a popularidade de um governo que diariamente recebe pauladas dos analistas midiáticos.
Se a Folha quer usar este preciosismo no seu texto que tal discutir o porquê da manchete de 27/06 no caderno “Dinheiro”: "Nova lei de Chávez pode afetar Brasken" ao invés de “Nova lei aprovada na Assembleia Nacional da Venezuela pode afetar...” — afinal de contas, a lei foi aprovada no parlamento da Venezuela e não imposta pelo presidente.
Um comentário:
estranho esse país, parece que só as personalidades importantes são humanos, sentem dor, todo mundo se preocupa, e os pobres que votaram no presidente não tem direito à saúde, é muito esquisito todo esse processo de descaso ao brasileiro, no fundo eles até merecem, pq votaram no kara??!! não é mesmo?!!
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