terça-feira, 17 de agosto de 2010

Tucano some com dinheiro de Serra


Isto È conta como engenheiro teria desaparecido com R$ 4 milhões que podem ter saído de obra no ABCD

Parte do dinheiro da construção do Trecho Sul do Rodoanel no ABCD pode ter abastecido o caixa dois da campanha do tucano José Serra. O engenheiro Paulo Vieira de Souza, também conhecido como Paulo Preto ou Negão, foi apontado na edição desta semana da revista Isto É como responsável pelo sumiço de R$ 4 milhões da campanha do candidato tucano à Presidência, José Serra. A revista informa que a quantia é “dinheiro sem origem declarada” e, por causa disso , o PSDB, partido de Serra, “não tem sequer como mover um processo judicial”.

Os tucanos teriam descoberto, de acordo com a Isto É, o desvio somente em 2 de agosto. O ex-líder do PSDB na Câmara, José Aníbal, disse para a revista que ficou sabendo da história de Paulo Preto no dia 9. “Parece mesmo que ele sumiu. Desapareceu. Me falaram que ele foi para a Europa. Vi esse cara na inauguração do Rodoanel”, afirmou José Aníbal para a Isto É. A inauguração do Trecho Sul do Rodoanel aconteceu em 30 de março (leia aqui).

Dersa - Paulo Preto ocupou posição estratégica na administração de Serra no Estado de São Paulo até abril. De acordo com a revista, atuou como diretor de engenharia da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), estatal paulista responsável por algumas das principais obras viárias do País, entre elas o Rodoanel, empreendimento de mais de R$ 5 bilhões.

Um dirigente do PSDB revelou para a Isto É que “cabia a Paulo Preto fazer o pagamento às empreiteiras, bem como coordenar as medições das obras, o que, por força de contrato, determina quanto a ser pago às construtoras e quando. No Diretório Estadual do partido, nove entre dez tucanos apontam a construção do eixo sul do Rodoanel como a principal fonte de receita de Paulo Preto. Outro político ligado ao Diretório Nacional do PSDB explica que a função do engenheiro na Dersa aproximou Paulo Preto de empreiteiras como Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, OAS, Mendes Júnior, Carioca e Engevix”.

Jóias roubadas - Paulo Vieira de Souza, ou Paulo Preto, também está sendo processado como receptador de jóias roubadas, de acordo com a reportagem da revista. Isto É também revela que o nome do engenheiro está registrado em uma série de documentos apreendidos pela PF (Polícia Federal) durante a chamada Operação Castelo de Areia, que investigou a construtora Camargo Corrêa entre 2008 e 2009.

“Apesar de o relatório de inteligência da PF citar o nome do engenheiro inúmeras vezes, Paulo Preto não foi indiciado e, em janeiro, o inquérito da Operação Castelo de Areia foi suspenso por causa de uma liminar concedida pelo Superior Tribunal de Justiça. O temor dos tucanos é que durante a campanha eleitoral a liminar seja suspensa e a Operação Castelo de Areia volte ao noticiário”, diz a reportagem.

Amigo - Na reportagem de Isto É, Paulo Preto é apontado como amigo do candidato tucano ao Senado, Aloysio Nunes Ferreira (veja matéria do ABCD MAIOR sobre recente visita de Aloysio Nunes a São Bernardo). Paulo Preto, ao ser entrevistado pela revista, admite que é amigo do candidato tucano há mais de 20 anos.

De acordo com a reportagem, o desvio de dinheiro teria prejudicado várias campanhas regionais do PSDB. “Não fizemos nenhuma doação irregular, mas o engenheiro Paulo foi apresentado como o ‘interlocutor’ do Aloysio junto aos empresários”, disse um empreiteira que preferiu que a revista não revelasse seu nome.

Empresários - “Essa arrecadação foi puramente pessoal. Mas só faz isso quem tem poder de interferir em alguma coisa. Poder, infelizmente, ele tinha. Às vezes, os governantes delegam poder para as pessoas erradas”, afirmou à Isto É Evandro Losacco, membro da Executiva do PSDB e tesoureiro-adjunto do partido.

Losacco reconhece as dificuldades de se controlar pessoas como Paulo Preto. "No governo às vezes você não consegue fazer tudo o que você quer. Você tem contingências que o obrigam a engolir sapo. E eu acho que esse deve ter sido o caso. Agora, de alguma maneira essa coisa toda vai ter que ser apurada. Sabemos da seriedade que o governo tem, mas infelizmente fica sujeito a esse tipo de gente”, disse o tesoureiro tucano para a revista.

Conforme Losacco disse para Isto É, muitos empresários têm receio de negar contribuições para campanhas. “ (O empresário) entende que o cara tem a caneta e que pode atrapalhar os negócios”, afirmou o tesoureiro. IstoÉ

2 comentários:

Vera Lúcia de Oliveira disse...

Como diz o ditado: "Ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão'! Agora, ver ladrão roubar os ladrões demos-tunganos não tem preço! kkkkkkkkkkkkkk

O TERROR DO NORDESTE disse...

Vera, exatamente.KKKKKKKKKKK