Foi instalado, nesta segunda-feira (14), o Comitê Interministerial de Inclusão Social e Econômica dos Catadores de Materiais Reciclaveis, com a participação de representantes de 16 ministérios e nove instituições federais.
O coordenador do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Reciclaveis, Alexandre Cardoso (foto), afirma que a categoria “integra a luta dos pobres por um lugar ao sol”. Cardoso conta que os catadores trabalham até 16 horas por dia e aqueles que estão organizados em associações já chegam a 800 mil. Ele criticou a exploração das indústrias de reciclagem e disse que a maioria dos catadores não consegue ganhar nem um salário mínimo. “Os catadores precisam ter mais espaço para trabalhar e contar com apoio tecnológico, pois 60% da categoria ainda trabalha em cima dos lixões, que são dominados pelas empresas de ferro-velho e ainda por cima contam com a presença do tráfico de drogas”, denunciou.
Um dos líderes do movimento nacional e catador desde os 12 anos, no Rio Grande do Norte, Severino Lima Jr, diz que os trabalhadores que lidam com materiais reciclaveis no Nordeste estão entre os mais vulneráveis do Brasil. “Lá, temos grande dificuldade com a comercialização dos produtos, pois os centros industriais estão no Sul e Sudeste, temos muitos atravessadores”.
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, prevê que o fortalecimento do trabalho dos catadores “pode ajudar muito na erradicação da pobreza até 2014, meta da presidenta Dilma Rousseff”. Já a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, destacou que “o comitê alinha agendas ambientais, sociais e econômicas, que vão gerar renda, qualificação profissional e inclusão social”. Izabella informou que “o Brasil perde R$ 8 bilhões por ano por falta de reciclagem”. Para ela, ser catador de material reciclavel “é um trabalho que envolve uma prioridade que diz respeito ao povo brasileiro e não à elite”.
Fonte: Brasília Confidencial
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