Multidão nas ruas de Havana celebra 50 anos do socialismo cubano
O presidente de Cuba, Raúl Castro, inaugurou neste sábado (16) o 6º Congresso do Partido Comunista (PCC), o primeiro em 14 anos, que aprovará mudanças no modelo econômico do o país e elegerá sua maior liderança política.
Raúl Castro, de 79 anos, preside o Congresso no qual participam 1.000 delegados, com a ausência do primeiro secretário do PCC - máxima liderança - Fidel Castro, que se retirou do governo em julho de 2006 quando ficou doente.
O Congresso foi aberto no Palácio das Convenções após um desfile militar popular no qual participaram mais de meio milhão de pessoas na emblemática Praça da Revolução de Havana, para comemorar os 50 anos do socialismo cubano.
Raúl Castro convocou o Congresso para debater e aprovar um plano demudanças econômicas, inicialmente de 291 medidas, que aumentou para 311 após um intenso debate popular de três meses.
O primeiro vice-presidente cubano, José Ramón Machado Ventura, foi o encarregado de inaugurar a reunião com um breve discurso no qual ressaltou que o verdadeiro início do evento foi meses atrás com a discussão popular do documento marco do Congresso.
Ventura ressaltou que nesse processo participaram os militantes do partido e todos os revolucionários e cubanos que desejaram expressar suas opiniões e propostas necessárias para atualizar o modelo econômico e social da ilha.
Machado Ventura também indicou que de acordo com o "empenho de ser a cada dia mais racionais" nesta reunião participam menos convidados e delegados que nos anteriores, e apontou que se dará prioridade ao trabalho em comissões para facilitar a participação.
Em seguida, Raúl Castro leu o relatório central do Congresso do Partido. O 6º Congresso tem como principal tarefa ratificar o plano de mudanças econômicas empreendido por Raúl Castro para superar a aguda crise do país, contido no documento "Projeto de Diretrizes da Política Econômica e Social do Partido e a Revolução".
Com a dramática advertência "ou retificamos ou afundamos", Raúl, de 79 anos, sugere "atualizar" o modelo cubano, "sem restaurar o capitalismo", nem separar-se do caminho socialista "irrevogável" que Fidel Castro traçou 50 anos atrás.
O Congresso será crucial, admitiu o governante, por ser o último com a participação da "geração histórica" que levou ao triunfo a revolução no dia 1º de janeiro de 1959 e travou batalhas como a da Baía dos Porcos.
Além disso, a reunião deverá escolher os órgãos de direção do Partido Comunista de Cuba e é previsível que se formalize a renúncia de Fidel Castro como primeiro-secretário da organização e sua substituição por seu irmão Raúl nesse cargo, o principal do partido.
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