A política partidária brasileira continua pequena, cada vez mais no varejo, haja vista o destaque que a mídia de mercado concede a figuras patéticas como Gilberto Kassab e mesmo o ex-Presidente FHC. Este senhor fez o que fez em oito anos de mandato e como se não fosse responsável por uma série de medidas contra o povo, que não caberia neste espaço enumerar, tenta ditar regras para os brasileiros.
Agora mesmo, percebendo que o seu partido, o PSDB, está a fazer água começa a admitir a fusão com o Democratas, um aglomerado de políticos conservadores, parte ainda egressos da época da ditadura.
Por muito menos, em outros países presidentes que deixaram o cargo acabaram sendo obrigados a responder por atos suspeitos. Cardoso entregou o que pôde e fez o possível para reduzir o poder do Estado em nome de uma suposta modernidade. E ainda por cima mandou esquecerem tudo o que tinha escrito antes de ser Presidente, iludindo os mais incautos.
Criou um Instituto com o seu nome, que nestes dias reuniu oposicionistas venezuelanos em São Paulo para fazer proselitismo contra o Presidente Hugo Chávez. Nada de novo no front, a não ser a repetição de denúncias sem comprovação e que se aprofundadas não resistem a uma análise. Repetiram o que a Secretária de Estado Hillary Clinton vem dizendo exaustivamente, numa campanha com o objetivo de solapar a Revolução Bolivariana.
E no meio deste vazio do esquema PSDB-Demo aparece lépido e faceiro o Prefeito de São Paulo, Kassab, empenhado em criar um partido, o Social Democrata (PSD), que não se julga nem de direita, esquerda ou de centro, talvez muito pelo contrário.
Pior que o patético político de São Paulo acha que está falando sério. Pior ainda é que alguns analistas de sempre têm colocado o novo partido como inovador. Um dos tais analistas de sempre afirmou ser o PSD de esquerda. Esqueceu de pesquisar nomes que aderiram ao referido ideário. Só para citar alguns, a Senadora Kátia Abreu, ainda no Demo e porta-voz da bancada ruralista, além de presidente da Confederação Nacional da Agricultura fechou com Kassab, da mesma forma que o político carioca Índio da Costa, vice na chapa do candidato tucano José Serra. Este Da Costa, que ofende o grupo étnico com o seu nome, se alinha aos setores de direita que ainda utilizam o linguajar da Guerra Fria, como demonstrou na campanha presidencial do ano passado.
Para ilustrar a mediocridade do rambe-rambe político partidário surge no palco um político que se intitula comunista, mas tem o apoio entusiasta da senadora Kátia Abreu. Trata-se de Aldo Rabelo, do PC do B, relator do Código Florestal que está para ser votado no Congresso e que se aprovado como está concederá anistia aos depredadores do meio ambiente.
Os mais críticos ao projeto, relatado por Rabelo e que visivelmente favorece os grandes do setor fundiário, acusam o parlamentar de estar retribuindo favores pessoais prestados pelo agronegócio na campanha do deputado no ano passado. Rabelo responde as críticas dizendo serem feitos por “desafetos anticomunistas”.
Rabelo e outros que se consideram comunistas fazem lembrar a história do diálogo de um engraxate com um cidadão estadunidense na praia de Copacabana no período de grande efervescência política, antes de 64. O referido, influenciado pelo senso comum, se mostrava muito preocupado com a possibilidade da ascensão do comunismo no Brasil. Pediu a um engraxate opinião sobre o fato. Ele então não pensou duas vezes e respondeu ao cidadão estadunidense: “doutor, não se preocupe porque se o comunismo chegar nós avacalha”...
Há testemunhas deste diálogo retratado pelo inesquecível Sergio Porto, o Stanislau Ponte Preta, genial criador do Festival de Besteira que Assola o País (Febeapá). Se estivesse entre nós teria um tremendo manancial. País que tem FHC, Kassab, Kátia Abreu, Índio da Costa, Aldo Rabelo e tantos outros, como Paulo Maluf, Renan Calheiros, Eduardo Cunha, que nem caberiam neste espaço, alimentariam o Febeapá.
E tem mais: se o governo Dilma Rousseff decidir cortar pensões de viúvas para economizar gastos, conforme disse o Ministro Garibaldi Alves, aí o fato merece citação no Febeapá. Será que o governo acha que cortar de pensionistas vai resolver alguma coisa? Em vez disso, não seria melhor adotar um posicionamento de frear a farra do capital financeiro, setor que realmente pesa na balança e não a(o)s pensionistas.
É isso aí, o Febeapá deveria ser revivido, até para contemplar as novas gerações com informações valiosas. Fica a sugestão de um Febeapá do III Milênio, que contemplaria também representantes de outros setores além do político partidário.
Mário Augusto Jakobskind, Direto da Redação
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