quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Cláudio Puty:Jobim cria crise para evitar Comissão da Verdade

As críticas de Nelson Jobim às ministras do núcleo do governo federal, Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffman (Casa Civil), repercutem além do Planalto. Para o deputado federal Cláudio Puty (PT-PA), o ministro da Defesa parece estar se sentindo desconfortável com a iminência da criação da Comissão da Verdade.

"O Nelson Jobim está criando uma crise por causa da Comissão da Verdade. Se ele está se sentindo desconfortável, o que deveria fazer é entregar o cargo", afirma Puty.


Entre outras coisas, a comissão vai investigar oficialmente casos de violação aos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988.

Após constranger o governo declarando ter votado em José Serra nas eleições de 2010, o peemedebista afirmou à revista "Piauí" que a ministra Ideli Salvatti "é muito fraquinha" e que a chefe da Casa Civil "sequer conhece Brasília".


Nesta manhã, o Planalto avaliou que o melhor para o governo é que Jobim formalize um pedido de exoneração. Avalia que a demissão do ministro pela presidente poderia transformá-lo em vítima.


Dilma discutiu o assunto com ministros do Planalto. E esperava conversar com Jobim ainda hoje.


Segundo a Folha apurou, ministros que haviam defendido sua permanência no ministério agora apoiam sua saída.


A situação do ministro já havia ficado insustentável nos últimos dias após a declaração de voto. A revelação foi feita no programa "Poder e Política - Entrevista", conduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues no estúdio do Grupo Folha em Brasília. O projeto é uma parceria do UOL e da Folha.


A presidente Dilma Rousseff espera que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, antecipe-se e peça demissão do cargo.


Jobim também causou constrangimento ao Planalto recentemente, na solenidade de homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Na ocasião, disse ser preciso tolerar a convivência com "idiotas", que "escrevem para o esquecimento". Ele explicou ter se referido a jornalistas, mas petistas entenderam como recado ao governo.

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