Domingo, 6h da manhã. Dessa vez, a barbárie costumeira das tropas do líder nazi-separatista paulista deu-se em S. José dos Campos. Armados até os dentes e apoiados por cães, helicópteros e a guarda municipal da prefeitura local, 1.800 soldados de Alckmin atacaram as famílias que ainda dormiam em Pinheirinho. Mesmo com maquiagem da imprensa amiga e a cumplicidade do prefeito do mesmo partido, é impossível acreditar que não houve vítimas fatais. Pinheirinho era habitada por 1660 famílias, num total de aproximadamente 6 mil pessoas. Gente pobre, comum. Mulheres, crianças, idosos, trabalhadores, pequenos comerciantes, padre, igreja etc… A comunidade de Pinheirinho não era boca de fumo, esconderijo de bandidos ou de terroristas.
Assassino, covarde, traiçoeiro, truculento, insensível, desumano, pragmático… Podemos adjetivar o governador de São Paulo de diversas formas. Ou de todas essas associadas.
O que aconteceu em Pinheirinho foi golpe, casca de banana jogada no assoalho do Palácio da Alvorada. A meu ver, o principal propósito da ação e sua carga de violência desproporcional foi o de provocar uma crise institucional entre São Paulo e a Federação na qual o PiG estaria pronto para mergulhar e nadar de braçada.
A isca foi favorecer ao escroque Naji Nahas – criminoso financeiro preso em 2008 junto com Celso Pitta e Daniel Dantas na operação Satiagraha. O terreno de Pinheirinho faz parte da tal massa falida do patrimônio de uma das empresas de Nahas, e ficará arrolado num desses intermináveis processos contra criminosos do colarinho branco que resultam em absolutamente nada. Provavelmente o terreno ficará desocupado, cercado e inútil por anos, décadas talvez. Além disso, Naji Nahas, deve R$ 14 milhões em impostos ao governo federal e R$ 15 milhões ao governo estadual. Só este dinheiro daria para comprar Pinheirinho…
A afirmação de Andréa Mararazzo (pré-candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo) no Twitter, domingo, durante o ataque a Pinheirinho, é um exemplo claro das intensões da direita golpista de São Paulo. Disse ele: “Imagine um governador não cumprindo ordens da justiça, não cumprindo as leis! Aqui não é Brasília…” É claro que a “justiça” à qual se referiu o tucano é a paulista – a mesma que é conivente com o PSDB e engaveta dezenas de pedidos de CPIs há 18 anos. É mais falsa que nota de 3 reais. E quando afirma: “Aqui não é Brasília (reticências)” – sugere que no Brasil há dois governos distintos e que o Federal não é reconhecido em São Paulo. A OAB também descobriu o mesmo: houve “quebra do Pacto Federativo” na desocupação de Pinheirinho – disseram em nota.
Em miúdos: líder da direita golpista, Alckmin desafiou a autoridade da presidenta. Chamou pra brigar em público com todo o exército do PiG salivando em volta, preparando sua artilharia para uma possível “cobertura à moda da casa” de uma possível e muito bem vinda crise institucional.
Por enquanto Dilma se controla na base do “onde um não quer, dois não brigam”. Mesmo sendo provocada por um fato que mexe na ferida mais antiga e mais profunda: a ação de Alckmin, violenta e traiçoeira contra gente simples e trabalhadeira, faz lembrar os anos da ditadura, quando policiais do regime militar tinham carta branca para prender, torturar e/ou matar quem lhes desse na telha. Porque em qualquer democracia onde a imprensa não é um partido político terrorista, onde existe pluralidade de opiniões em suas redações e respeito à verdade, seria o caso de intervenção de tropas federais. Seria o caso de iniciar um processo de impeachment do governador paulista que, mais do que qualquer político da direita brasileira, não passa de um criminoso.
Não é a primeira nem a segunda nem a terceira tentativa de chamar o Governo Federal para a briga. Operação idêntica em intenções já havia sido deflagrada uma semana antes, na cracolândia. E antes dessa, na USP. Em maior ou menor escala, Alckmin usa a mesma tática – o terrorismo de estado – com os mesmos objetivos: quer brigar com a Federação a qualquer custo, sempre com o PiG a tiracolo. Por que a imprensa mostra toda a dor dos moradores de Pinheirinho, se é do partido do governador? Porque imagens de muita dor ajudariam a atrair Dilma para a arena. Reparem: embora a imprensa estivesse proibida de entrar em Pinheirinho para cobrir as ações, todos os veículos estão dando matéria de capa ao ataque. Imagens abundam, vídeos também como este do Estadão ou este da Globo.
Cabe lembrar que, apesar de Dilma ter seu governo avaliado por 59% da população como ótimo e bom, 33% como regular e apenas 6% como ruim/péssimo – segundo última pesquisa do DataFolha – duas semanas de manchetes bem encadeadas entre os 4 grandes do PiG em cima de uma crise institucional, faria a popularidade da presidenta desmoronar como um castelo de areia e abriria o caminho para um golpe de estado. É essa, e sempre foi essa – a queda de popularidade dos governos petistas – a oportunidade que o oligopólio inconstitucional da mídia espera que surja desde 2002.
Até agora Dilma não comprou briga com Alckmin. Depois dos estudantes da USP, dos doentes da cracolândia, no último domingo foi a vez de 1.660 famílias de Pinheirinho serem castigadas – vítimas inocentes que estavam “no lugar errado e na hora errada”.
Quais serão as próximas vítimas de Alckmin? Não tenham dúvidas, outras virão. Idênticas. É o que resta a eles. Atualmente, a pergunta mais perigosa que paira em nosso horizonte é: até quando a presidenta vai resistir às cutucadas com vara curta do governador paulista?
Fonte:O que será que me dá?
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