Publicado em 30-Jan-2012
O Estadão - na verdade os Mesquitas - está assustado com a possibilidade de o PT de novo governar a cidade de São Paulo, último bastião da oposição segundo ele afirma em seu principal editorial do fim de semana "Agora a capital, depois o Estado". Mas nós já governamos São Paulo duas vezes - com as prefeitas Luiza Erundina e Marta Suplicy - e bem melhor que os tucanos. O fato é que este editorial do jornal é típico dos velhos tempos em que faziam e derrubavam governos, ganhavam eleição com apoio da embaixada norte-americana e de dinheiro de suas agências. Os Mesquitas lamentam que a oposição não se una e a convocam para sua missão: evitar que o PT governe o Estado, há 30 anos nas mãos dos tucanos. Querem alternância de poder no governo federal. Para eles, democracia e alternância só valem no âmbito federal? Não podemos nem devemos trocar o poder em São Paulo nunca?
O Estadão - na verdade os Mesquitas - está assustado com a possibilidade de o PT de novo governar a cidade de São Paulo, último bastião da oposição segundo ele afirma em seu principal editorial do fim de semana (publicado neste domingo) "Agora a capital, depois o Estado".
Mas, nós já governamos São Paulo duas vezes - com as prefeitas Luiza Erundina e Marta Suplicy - e bem melhor que os tucanos. Para não falar no ex-prefeito Jânio Quadros e nos ex-prefeitos Paulo Maluf-Celso Pitta, governamos melhor que a dupla José Serra-Gilberto Kassab. E olha que não tínhamos nem de perto, nem 1/3 dos recursos orçamentários e o apoio do governo do Estado que hoje a capital paulista tem.
O fato é que fizeram um editorial típico dos velhos tempos quando faziam e derrubavam governos, ganhavam eleição com apoio da embaixada norte-americana e de dinheiro de suas agências. Os Mesquitas lamentam que a oposição não se una e a convocam para sua missão: evitar que o PT governe o Estado de São Paulo.
Razão do editorial: medo de PT ganhar eleições
Mas, a verdadeira razão do Estadão é o medo de que a presidenta Dilma Rousseff se reeleja em 2014 e ainda faça o seu sucessor em 2018. É isso o que diz o editorial choramingando sobre a alternância no poder federal mas esquecendo que os tucanos governam São Paulo há exatamente 20 anos.
Sem contar os três governos anteriores do PMDB, de Franco Montoro, Orestes Quércia, e Luiz Antônio Fleury Filho, cujos principais líderes estão hoje integrados ao tucanato. Então, a democracia só vale no âmbito federal? Não podemos nem devemos trocar o poder em São Paulo nunca?
O jornalão rasga a fantasia. Ainda que ao estilo da mídia brasileira, sem assumir diretamente que é pró-PSDB é isso que o Estadão faz com esse editorial em que berra para os tucanos se mexerem em São Paulo. O editorial adverte para o "apocalipse" que se aproxima, o absurdo de o PT querer ganhar a prefeitura de SP na eleição deste ano.
Travo amargo: nosso, ou deles?
No editorial, o jornal "adverte":"ganhar a Prefeitura em outubro é apenas o primeiro passo, o trampolim para a conquista inédita sem a qual a hegemonia política dos petistas no País continuará tendo um travo amargo: não controlar o governo do mais importante Estado da Federação.
"A candidatura do ex-ministro da Educação - prossegue O Estado de S.Paulo - emerge estimulada por circunstâncias favoráveis. É claro que Haddad ainda terá que comprovar um mínimo de competência numa área de atuação em que é neófito. Mas, se vocação para o palanque fosse indispensável, Lula não teria feito sua sucessora em 2010.
"O que importa - diz em outro trecho - é que, repetindo o que deu certo em 2010 em escala muito mais ampla, o novo escolhido pelo Grande Chefe se apresentará na campanha municipal exatamente com essa credencial: ser o candidato de Lula, e com toda a liderança (...) e a aguerrida militância do PT empenhadas numa questão que para eles já se tornou ponto de honra - vencer em São Paulo".
Pode fazer editorial que quiser; é ilegal fazer campanha
Em outro ponto, um "aviso" do jornal aos seus leitores e aos eleitores: "De qualquer modo, o que importa é que na disputa pela Prefeitura de São Paulo está em jogo muito mais do que o poder municipal. Um dos fundamentos do regime democrático é a possibilidade de alternância no poder no âmbito federal, que está ameaçado pela perspectiva de o lulopetismo estender seus domínios ao que de mais politicamente significativo ainda lhe falta: a cidade e o Estado de São Paulo. Se existe uma oposição no País, está na hora de seus líderes pensarem seriamente nisso. E agir".
O jornal dos Mesquitas pode escrever o editorial que bem entender, mas não pode fazer campanha. Isto é abuso do poder econômico e ilegal. Mas, parece que vai fazer. Aliás, já começou com o tom da matéria publicada ontem sobre creches, onde já cita nominalmente nosso candidato a prefeito Fernando Haddad.
Mas, como já conhecemos nossa mídia, diante de quaisquer reparos a esses abusos/campanha eleitoral que já começaram a fazer, o Estadão vai apelar para a liberdade de imprensa, dizer que esta estáq ameaçada, para poder violar a lei eleitoral e fazer campanha descaradamente para os tucanos.Blog do Zé.
Um comentário:
A questão não é a reeleição da Dilma (até por que, ela não vai concorrer). A questão é eleição de Lula e sua reeleição (mais oito anos). A segunda questão é que Lula fará novamente seu sucessor (aím sim, se aposentando). Obs: a saúde do Lula é exatamente o argumento que faltava para ele se candidatar em 2014.
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