Disputando com outras grandes corporações, a empresa brasileira ganha o Public Eye Awards por causa de impactos ambientais e sociais em diversos países
Por: Virginia Toledo, Rede Brasil Atual
São Paulo – Conhecido como "Prêmio Nobel" da vergonha corporativa, o Public Eye Awards deste ano elegeu a Vale como a pior empresa do mundo em função dos problemas ambientais, sociais e trabalhistas. Concorrendo com empresas como Samsung, Syngenta, Tepco e Freeport, a Vale venceu por voto popular o "prêmio" que é concedido pelo Greenpeace da Suíça e Declaração de Berna.
Nos últimos dias da votação, a Vale e a japonesa Tepco, responsável pelo desastre nuclear de Fukushima, se revezaram no primeiro lugar da disputa, vencida com 25.041 votos pela mineradora. O fato de a empresa brasileira estar presente em diversos países do mundo ampliou o número de votantes, mas, segundo os organizadores do prêmio, o que contribuiu para a escolha da Vale foi a entrada da empresa no Consórcio Norte Energia, responsável pela usina hidrelétrica de Belo Monte. O empreedimento é alvo de críticas por ambientalistas e movimentos socias por criar impactos na vida de ribeirinho, pescadores e indígenas da região do Xingu no Pará.
ONGs afirmam que a história da companhia tem sido manchada "por repetidas violações dos direitos humanos, condições desumanas de trabalho e a exploração impiedosa da natureza". É a primeira vez que uma empresa brasileira leva o indesejado prêmio, que existe desde 2000.
A "vitória" da Vale foi comemorada no Brasil por dezenas de organizações que atuam em regiões afetadas pela empresa. “Para as milhares de pessoas, no Brasil e no mundo, que sofrem com os desmandos desta multinacional, que foram desalojadas, perderam casas e terras, que sofreram perseguição política ou foram demitidas, conceder à Vale o titulo de pior corporação do mundo é muito mais do que vencer um prêmio. É a chance de expor aos olhos do planeta seus sofrimentos, e trazer centenas de novos atores e forças para a luta pelos seus direitos e contra os desmandos cometidos pela empresa”, afirmaram, em nota, as entidades que encabeçaram a campanha contra a mineradora.
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