terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Para não esquecer a Lista de Furnas

Nilton Monteiro diz que delegado tentou coagi-lo




Rodolfo Borges _247 – O caso da Lista de Furnas parece não ter fim. Depois de reportagem da revista Veja tentar  sepultar a história, revelando diálogos em que o deputado estadual Rogério Correia (PT) e seu principal assessor estariam combinando detalhes sobre a falsificação da lista com o lobista Nilton Monteiro, o deputado estadual Antônio Júlio (PMDB) apresentou cópia de um recibo e um comprovante de depósito de cheque no valor de R$ 150 mil que teria saído dos cofres da estatal de energia. Agora, o lobista Nilton Monteiro diz que, depois de preso, foi coagido pelo delegado Marcio Simões Nabak a atribuir a confecção da lista ao PT.

A denúncia levou o deputado Rogério Correia a entrar com uma representação no Ministério Público Estadual de Minas Gerais pedindo “proteção ao mandato”, em reação ao que ele considera “um conluio para tentar cassar um mandato democrático de forma policialesca”, já que, segundo ele, se for atestada, a coação comprovaria a existência de uma "polícia política do PSDB". A suspeita do deputado está baseada em representação datada do dia 5 de janeiro deste ano por Nilton Monteiro à Promotoria de Justiça da Comarca de Belo Horizonte, em que o lobista relata o seguinte:

“Fui levado no mês passado por uma escolta do DEOESP até o chefe daquele Depto, Márcio Simões Nabak. No gabinete do delegado Marcio Simões Nabak estava presente o seu escrivão, sr João. Me foi oferecido pelo delegado Marcio Simões Nabak proteção à testemunha e outros benefícios da justiça se eu revelace (sic) o esquema de Furnas, se entregasse o deputado Rogério Corrêa, o que eu sabia a respeito ao secretário Danilo de Castro, qual seu envolvimento nessa história toda.”

Rogério Correia diz que Marcio Simões Nabak foi colocado à frente da Delegacia de Operações Especiais (DEOESP) no lugar do delegado João Otacílio a pedido de Danilo de Castro, cujo nome consta na Lista de Furnas. “A prisão de Nilton Monteiro é uma prisão política”, disse o deputado estadual ao 247. Correia liga a pretensa coação do delegado à reportagem da revista Veja que desmentiu a Lista de Furnas e ao pedido de comissão de ética conduzido contra ele pelo PSDB na Assembleia Legislativa, que pode levá-lo a perder o mandato. “Há, por trás disso, uma trama”, considera o deputado, que lidera a oposição ao governo de Minas Gerais na Assembleia.


Por causa de tudo isso, está previsto para o próximo dia 6 de fevereiro um ato de desagravo em favor de Rogério Correia na Assembleia Legislativa do Estado. “O problema, em Minas, é que os adversários são tratados como inimigos políticos”, diz o deputado, que destaca o fato de o senador Aécio Neves (PSDB-MG) não tê-lo cumprimentado durante o velório do ex-vice-presidente José Alencar para expor o clima entre situação e oposição em Minas Gerais.


Da redação, com informações de Brasil 247


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