Após sanção de Haddad, Justiça de SP concede nova liminar contra reajuste do IPTU
Esse juiz que deu liminar proibindo aumento de IPTU em São Paulo deve ser daqueles que moram em bairros ricos.Só isso justifica a liminar proibindo o aumento.
A Justiça de São Paulo
voltou a se manifestar contra o reajuste do IPTU (Imposto Predial Territorial
Urbano) na capital paulista. A decisão, emitida na tarde destra quarta-feira
(6) pelo juiz Emílio Migliano Neto, da 7ª Vara da Fazenda Pública, suspendeu a
lei de aumento do tributo publicada mais cedo pelo prefeito Fernando Haddad
(PT).
A decisão do magistrado
estendeu os efeitos da liminar concedida na tarde dessa terça (5) ao projeto de
lei do Executivo --aprovado semana passada pela Câmara Municipal –também ao
decreto publicado hoje no Diário Oficial da Cidade de São Paulo, que sancionava
a lei que reajusta o IPTU na capital paulista. Mais uma vez, a sentença
provisória atendeu pedido do Ministério Público.
"Consequentemente, o
ato de promulgação do referido projeto de lei pelo pelo Exmo. Sr. prefeito
municipal de São Paulo, convertendo o projeto na Lei municipal nº 15.889, de 5
de novembro de 2013, publicada nesta data no Diário Oficial Eletrônico do
Município, também sofrerá os efeitos da referida ordem judicial proferida em
caráter liminar, ficando suspensa a validade da mencionada lei paulistana até
ulterior decisão judicial", informa o juiz na liminar de hoje.
Mais cedo, em entrevista
coletiva, o prefeito afirmou que a prefeitura recorreria da decisão liminar de
ontem.
"Até o presente
momento, não fomos informados da decisão. Mas, como a decisão prejudica a
metade mais pobre da população, vamos recorrer", declarou Haddad.
Segundo o prefeito, o
reajuste aprovado na Câmara é maior nas regiões mais ricas da cidade e menor
nas áreas periféricas, onde haverá casos de redução no valor do imposto.
O "Diário Oficial"
do Município de hoje trouxe a sanção da lei que aumenta o IPTU. A sanção foi
divulgada horas depois da liminar concedida pela Justiça.
Por meio de uma nota, a
prefeitura informou que a sanção do aumento ocorreu antes da administração municipal
ter conhecimento da liminar.
"O Diário Oficial tem
hora para fechar, não tem como fechar às 20h" disse Haddad. "A
imprensa soube antes que a própria prefeitura [da decisão], o que não é
razoável. Tem uma questão institucional que precisa ser respeitada. A
prefeitura é a prefeitura. Precisa ser respeitada".
Em nota, a Câmara afirmou
que também não foi notificada oficialmente da decisão da Justiça. Apesar da
indecisão, a prefeitura divulgou em seu site o calendário de entrega de
notificações.
A nota diz ainda que
"cumpre ressaltar que a liminar não suspende o processo de votação
ocorrido na Casa. A medida cautelar pede o impedimento imediato da sanção do
referido projeto, o que compete exclusivamente ao Executivo".
"A contestação do
Ministério Público representa uma postura imprópria em que a Câmara sequer foi
ouvida. Isso gera uma incerteza jurídica sobre as decisões soberanas do
plenário do parlamento", diz o texto.
Os carnês com os valores do
IPTU de 2014 devem chegar à casa dos paulistanos em janeiro.
* Com reportagem de
Guilherme Balza, em São Paulo
Uol.
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