quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Revelação de que secretário de Geraldo convidou Priscila a aderir ao governo reafirma resistência do PSB a lidar com oposição


Paulo Paiva/DP/D.A Press
Paulo Paiva/DP/D.A Press
O PSB, que, em nível estadual recorreu ao poderio erguido pelo governador Eduardo Campos para atrair adversários, começa a dar sinais de que pode usar as mesmas armas no Recife.
Desde janeiro, a capital é governada pelo socialista Geraldo Julio, afilhado político do governador.
Integrante da bancada da oposição na Câmara do Recife, a vereadora Priscila Krause (DEM) foi a primeira a ser cortejada a aderir ao governismo em nível municipal.
Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press
Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press
A informação foi revelada por ela própria numa nota em que responde a ataques feitos que lhes foram dirigidos pelo secretário de Segurança da capital, Murilo Cavalcanti.
“Há menos de um mês (Murilo) me telefonou perguntando se, caso o prefeito me convidasse, eu iria para a base do governo municipal. Mostrou essa cara. A cara de quem quer mostrar serviço ao prefeito”, declarou a vereadora.
O embate entre ela e o secretário foi travado nesta terça (05.11) e foi motivado pelo questionamento de Priscila em relação à suspensão da doação de um terreno pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) para Prefeitura do Recife.
Foto: Diario de Pernambuco
Foto: Diario de Pernambuco
O imóvel seria destinado à construção do primeiro Centro Comunitário da Paz (Compaz), no Cordeiro. (VEJA AQUI)
Ao tratar do questionamento da vereadora, Murilo disse à imprensa que Priscila desconhece a realidade do Recife. A chamou de “pobre menina rica”, que mora num bairro super nobre da cidade e que só circula de carro com motorista para cima e para baixo.
E ainda completou que ela não conhece a periferia e nem convive com as suas dificuldades, por isso, ou simplesmente para buscar holofotes, tenta desqualificar as ações da Prefeitura em prol dos mais vulneráveis à violência.
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A democrata classificou a resposta do secretário de despropositada, ofensiva e deselegante (veja no link abaixo) e revelou o tal convite para o ingresso na base do prefeito.
Mas voltemos à “proposta” de Murilo Cavalcanti à vereadora. A atitude é simbólica, uma vez que ela é das mais combativas oposicionistas.
O PSB, como dito acima, costuma investir pesado na conquista de quadros que atuam em discordância com seus governos.
Na Alepe, por exemplo, apenas cinco deputados estão na oposição.
Entre os 185 prefeitos do estado, somente um não reza pela cartilha palaciana. Ou seja, a oposição minguou por essas bandas.
Para ilustrar o “exercício de sedução” do PSB, basta lembrar que o principal adversário de Eduardo Campos, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), cedeu e se aliou ao socialismo em 2012.
Aliás, Murilo é quadro indicado pelo PMDB de Jarbas para a gestão de Geraldo Julio.
E é exatamente ele, imbuído do espírito socialista, que começa a investir sobre aqueles que põem dedo em eventuais feridas da administração municipal.
O governismo visto no plano estadual predominará no âmbito municipal? Quem será capaz de resistir? Priscila deu demonstração de que está bem e segura no seu papel.
A nota de Priscila:
A resposta do senhor Murilo Cavalcanti é despropositada, ofensiva e deselegante.
Deselegante porque tenta me etiquetar de forma pejorativa, usando retórica rasteira.
Despropositada porque revela total desconhecimento do teoria do debate na Câmara. Tão somente questionei a contradição das informações oficiais do governo municipal sobre o título de aquisição da propriedade do terreno onde está sendo construída uma unidade do Compaz. Se era doação ou compra. Ressaltei, inclusive, a importância do Compaz, dentro do nosso contexto social.
Eu o conheci em 1994 fazendo campanha para o então candidato a governador, Gustavo Krause, contra Miguel Arraes, no mesmo palanque de Fernando Henrique Cardoso e Marco Maciel.
Mas eu estava enganada, não o conhecia.
Ele tem múltiplas caras.
Há menos de um mês me telefonou perguntando se, caso o prefeito me convidasse, eu iria para a base do governo municipal. Mostrou essa cara. A cara de quem quer mostrar serviço ao prefeito. Aliás, ele precisa mostrar serviço.
Agora mostra outra cara. Ao me ofender pessoalmente, ao ser deselegante, não comigo, mas com meus eleitores; não comigo, mas com a voz da oposição, ele procura me intimidar. Assim como procurou, insinuando convites, usar a moeda do adesismo.
Não vai nem me intimidar e, muito menos, me inibir com acenos levianos minha voz legítima de um oposicionismo equilibrado, com base em elementos factuais.
Em tempo, antes de enviar essa nota a imprensa, liguei para ele e, de viva voz, disse que lhe daria publicamente a resposta merecida.
Priscila Krause
Vereadora do Recife – DEM


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