Cunha só vai parar de de usar desses artifícios quando for denunciado.Vamos, lá, Janot, acunha o cara.
Em manifestação enviada nesta quinta-feira (13) ao Supremo Tribunal
Federal (STF), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou
que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), usou o
cargo para solicitar a intervenção da Advocacia Geral da União (AGU) e
tentar se beneficiar no inquérito da Operação Lava Jato. Na última
sexta, a AGU enviou documento em nome da Câmara dos Deputados pedindo
que sejam invalidadas as provas coletadas na Casa sobre a investigação
da Operação Lava Jato contra Cunha. De acordo com Janot, Cunha usou a
AGU "sob o parco disfarce do discurso da defesa de prerrogativa
institucional".
"O agravo em questão evoca, em pleno século XXI, decantado vício de
formação da sociedade brasileira: a confusão do público com o privado. O
inquérito em epígrafe investiga criminalmente a pessoa de Eduardo
Cunha, que tem plenitude de meios para assegurar sua defesa em juízo e,
como seria de se esperar, está representado por advogado de escol.
Apesar disso, como declarou publicamente o Advogado-Geral da União, o
investigado solicitou a intervenção da advocacia pública em seu favor,
sob o parco disfarce do discurso da defesa de prerrogativa
institucional", diz Janot.
O procurador citou ainda o conflito entre o ministro da AGU, Luís
Inácio Adams, e Cunha em razão do recurso. "Logo após a interposição do
agravo regimental ora contraarrazoado, o Advogado Geral da União, Luís
Inácio Adams, e o Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha,
travaram em público um diferendo, fartamente divulgado pela imprensa,
incluindo afirmações e desmentidos. Em resumo, Eduardo Cunha afirmou em
seu perfil no microblog twitter e em declarações à imprensa que não
havia solicitado à AGU a interposição deste agravo. O Advogado-Geral da
União, a seu turno, asseverou que foi insistentemente cobrado pela
presidência da Câmara para adotar a medida", relatou.
Na avaliação de Janot, o recurso da AGU só beneficia Cunha. "É óbvio,
até para leigos, que a tentativa da Advocacia da União de invalidar
provas colhidas no cumprimento da decisão do STF beneficia somente ao
parlamentar investigado, tão evidente é a ilegitimidade recursal da
Câmara dos Deputados (representada pela AGU). Não é coincidência, pois,
que esse parlamentar investigado seja o exatamente presidente da casa
legislativa que a Advocacia da União afirma representar", diz.247
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