Escrevi dia desses, aqui mesmo neste
Brasil 247, que a direita não tem juventude. Desde sempre nós ouvimos
nos bastidores que a juventude da direita são os filhos, netos e
bisnetos dos políticos tradicionais. Agora surgiram alguns jovens da
classe média se intitulando representantes da juventude. Não são. Essa é
a razão pela qual a juventude é a que tem as melhores e mais ousadas
atitudes.
Uma dessas ousadas atitudes foi a de Manu. Filiada à UJS e
acompanhada da juventude que representa, ainda hoje, os jovens
guerreiros do Araguaia, a jovem teve a ousadia de furar o pixuleco, um
simulacro ridículo de ataque calunioso ao maior líder de massas da
história brasileira, o presidente Lula. Antes mesmo de ser processado
por qualquer crime, criminosos querem condená-lo. A prova de que são
criminosos os que o querem condenado é que o tal boneco inflável custou
12 mil reais e até agora não apareceu a nota fiscal.
Assim é a direita. Espirra ódio, xinga e achincalha, ataca a expõe,
mas é incapaz de sair do derredor da própria miséria moral: a sonegação.
Se um boneco grande e inflável é feito para caluniar, o primeiro sinal
de honestidade seria apresentar a nota fiscal de quem pagou por ele.
Como eles não o têm, fica muito fácil supor que a oposição raivosa e as
petroleiras americanas podem ter passado nesse mato cheio de coelhos.
Por outro lado, fica muito claro por onde o ódio a Lula é alimentado.
Na ocasião de ataque ao Instituto Lula, em que lá jogaram uma bomba, O
Globo, em seu pseudojornalismo, dizia que era um "incidente". Ao
noticiar o acontecido com o boneco calunioso, o mesmo jornal, em seu
pseudojornalismo, adjetivou ter sido um "atentado". É dessa imprensa que
vem o ódio ao ex-presidente Lula, por tudo que ele representou de bom
ao Brasil. Quando, num ato de mea culpa, o jornal dos Marinho e sua rede
televisiva de mentiras resolveu pregar governabilidade para o bem do
país, depois do setor produtivo ter mandado às favas qualquer tentativa
de golpe e instabilidade, o governo e boa parte do PT parecem ter se
convencido do bom senso desse grupo. Não há bom senso e nem respeito à
democracia. Os ataques de ódio continuam diuturnamente. Ainda nessa
semana o âncora William Waack começou o Jornal da Globo dizendo que o
Brasil estava acabando por causa desse governo que fez "o diabo para se
reeleger". É assim que essa família usa uma concessão pública de TV,
como se fosse a sala de suas mansões. É inadmissível reconciliar o
irreconciliável. Dia desses, durante um lançamento de livro, o senador
Requião revelou que todos nós já sabíamos: durante o governo Lula o
governo achava que a Globo era uma TV parceira. Deu no que deu.
Hoje Manu é vítima de fascistas no Facebook, os mesmos que atacam
Lula todos os dias. E o ódio só cresce. Não se afaga fascistas com
espaço para sua transgressão, não se educa o opressor e não se
reconcilia o irreconciliável. Não há meias palavras no jogo da história,
e parece essa ser a única saída para a esquerda brasileira se
reencontrar.
Gabriel Nascimento
Filiado À União da Juventude Socialista e mestrando em Linguística Aplicada pela UnB
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