sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Organização criminosa construiu a Arena Pernambuco, segundo a Polícia Federal

Arena Pernambuco. Foto: copagov/divulgação
Uma investigação da Polícia Federal apontou um superfaturamento de R$ 42,8 milhões na construção da Arena Pernambuco. Provavelmente, o dado está entre o valor original do contrato, de R$ 479 milhões, e o custo final da obra, estipulado pela construtora responsável, a Odebrecht, na casa de R$ 743 milhões. Além do valor da “obra”, há um adendo milionário: o gasto com o projeto executivo (R$ 9,35 mi) e o custo pré-operacional (R$ 44,26 mi) totaliza mais R$ 53,61 milhões. Dinheiro demais, interesse demais e agora na malha fina da PF.

Em 19 de junho, o blog questionou o andamento das diligências da Polícia Federal, que mesmo prendendo os presidentes das três empreiteiras envolvidas na licitação do estádio em São Lourenço mantinha o foco na Petrobrás. De fato, a “Lava-Jato” segue investigando somente a gigante indústria petrolífera. Para os contratos dos estádios da Copa do Mundo, surgiu um novo nome, de praxe: “Operação Fair Play”. Jogo limpo? Em nota oficial, em 14 de agosto de 2015, o que corresponde a 814 dias após a inauguração oficial do estádio, a PF tratou a construção como resultado de uma “organização criminosa”.

Entre os principais pontos da apuração está o fato de a Odebrecht, vencedora da concorrência, ter elaborado o projeto básico do edital de licitação, de 78 páginas e lançado em fevereiro de 2010, com o aval do comitê gestor de parcerias público-privadas no estado – não por acaso, também alvo da operação. A relação apontaria uma nítida vantagem à empreiteira. O curioso é que na época da entrega dos envelopes na licitação, dois meses depois, já se sabia da colaboração da construtora, tratada pelos envolvidos como algo natural. Menor ainda foi a surpresa com a vitória da Odebrecht.
Observação: na época, o secretário de planejamento do estado era Geraldo Júlio (atual prefeito da capital), enquanto o secretário de administração era Paulo Câmara (atual governador), e ambos integravam o comitê gestor das PPPs.

Saiba mais detalhes sobre a investigação clicando aqui.

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