Uma investigação da Polícia Federal apontou um superfaturamento de R$
42,8 milhões na construção da Arena Pernambuco. Provavelmente, o dado
está entre o valor original do contrato, de R$ 479 milhões, e o custo
final da obra, estipulado pela construtora responsável, a Odebrecht, na
casa de R$ 743 milhões. Além do valor da “obra”, há um adendo
milionário: o gasto com o projeto executivo (R$ 9,35 mi) e o custo
pré-operacional (R$ 44,26 mi) totaliza mais R$ 53,61 milhões. Dinheiro
demais, interesse demais e agora na malha fina da PF.
Em 19 de junho, o blog
questionou o andamento das diligências da Polícia Federal, que mesmo
prendendo os presidentes das três empreiteiras envolvidas na licitação
do estádio em São Lourenço mantinha o foco na Petrobrás. De fato, a
“Lava-Jato” segue investigando somente a gigante indústria petrolífera.
Para os contratos dos estádios da Copa do Mundo, surgiu um novo nome, de
praxe: “Operação Fair Play”. Jogo limpo? Em nota oficial, em 14 de
agosto de 2015, o que corresponde a 814 dias após a inauguração oficial
do estádio, a PF tratou a construção como resultado de uma “organização criminosa”.
Entre os principais pontos da apuração está o fato de a Odebrecht, vencedora da concorrência, ter elaborado o projeto básico do edital de licitação,
de 78 páginas e lançado em fevereiro de 2010, com o aval do comitê
gestor de parcerias público-privadas no estado – não por acaso, também
alvo da operação. A relação apontaria uma nítida vantagem à empreiteira.
O curioso é que na época da entrega dos envelopes na licitação, dois
meses depois, já se sabia da colaboração da construtora, tratada pelos
envolvidos como algo natural. Menor ainda foi a surpresa com a vitória
da Odebrecht.
Observação: na época, o secretário de planejamento do estado era
Geraldo Júlio (atual prefeito da capital), enquanto o secretário de
administração era Paulo Câmara (atual governador), e ambos integravam o
comitê gestor das PPPs.Saiba mais detalhes sobre a investigação clicando aqui.
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