quinta-feira, 4 de junho de 2009

Estudantes param trânsito e Tropa de Choque de José Serra mete o cacete


Quinta-feira, 04 de junho de 2009


Manifestantes gritaram slogans contra reitora, polícia e curso de graduação a distância

O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - Cerca de 400 estudantes da USP bloquearam o portão 1 da Cidade Universitária às 16 horas, num protesto contra o curso de graduação a distância recém-criado pela universidade. Depois fecharam o cruzamento das Ruas Alvarenga, uma das principais vias do Butantã, e Afrânio Peixoto. Carros e ônibus ficaram parados. Motoristas desceram para discutir com alunos, enquanto outros apelaram para um buzinaço. Treze homens da Tropa de Choque da PM foram ao local e conseguiram liberar duas faixas da Alvarenga. Os alunos, então, recuaram.


Os manifestantes exibiram faixas contra a Univesp, programa da Secretaria de Ensino Superior do Estado que coordena cursos à distância oferecidos pela USP, Unesp e Unicamp. Eles gritaram slogans contra a reitora da USP, Suely Vilela, como “Suely, a culpa é sua, hoje a aula é na rua” e “Suely, polícia não. A Univesp não é educação”.


Às 18 horas, será realizada uma assembleia geral dos estudantes, convocada pelo DCE. No início da tarde, alunos colocaram uma faixa de 18 metros na Torre do Relógio, com os dizeres “Fora PM”. “Pusemos a faixa aqui porque é uma ação mais contundente, dá para ver de qualquer parte do câmpus”, disse um estudante da FAU que se identificou apenas como Julio.


Funcionários da USP decidiram manter a greve da categoria, iniciada há quase um mês, numa “assembleia” realizada às 12h30. O número de participantes do evento foi baixo, cerca de 200 pessoas. “Hoje é dia de pagamento”, tentou justificar Anibal Cavali, diretor de base do sindicato dos funcionários da USP. “O pessoal pega o dinheiro e sai para pagar contas.”


Pela manhã, cerca de 40 estudantes do curso de Artes Cênicas da USP reuniram-se em frente da reitoria, onde fizeram uma manifestação artística contra a presença de PMs e da Guarda Universitária em prédios do câmpus. Vestidos com roupas escuras, os manifestantes carregavam cópias ampliadas de capas de livros que remetem a repressão, como Pedagogia do Oprimido, Crime e Castigo e Eles Não Usam Black Tie. “Sempre usamos branco em atos pacíficos, mas, com a entrada de policiais militares, escolhemos o preto para simbolizar o luto. Nossas armas são os livros”, afirmou uma estudante de Artes Cênicas que não quis se identificar.


O impasse na USP agravou-se no dia 25, quando funcionários e estudantes ocuparam a reitoria e outros prédios. A reitoria recorreu à Justiça, pedindo a reintegração de posse das instalações. A PM permanecerá na Cidade Universitária enquanto manifestantes continuarem tentando impedir o acesso a prédios da universidade. O aviso foi dado pela reitora a um grupo de funcionários, professores e estudantes.

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