sábado, 6 de junho de 2009

Ex-demotucano quer privatizar os correios

Privatização dos correios
19/05/2009
A sanha do grande capital estrangeiro e nacional mais uma vez recai suas garras sobre a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, a ECT.

De olho no dinheiro público, a elite tenta a todo custo desmontar esta empresa nacional que configura uma área estratégica para integração nacional do nosso país de dimensões continentais e grandes contrastes sociais.

Única empresa que está presente nos 5.561 municípios do país, a ECT possuí renome internacional sendo considerada segundo pesquisa da revista Forbes e o Reputation Institute a primeira empresa colocada no ranking do serviço postal no mundo e situada entre as 50 maiores empresas entre todos os ramos no planeta.

Calcula-se que mais de 6 milhões de trabalhadores em todo mundo estão empregados no ramo do serviço postal, portanto a maior categoria do trabalho em empregos diretos, e a ECT responde por 116 mil destes empregos, com uma receita bruta que beira a casa do 8 bilhões de reais e lucro líquido de 1 bilhão.

Ataque tucano

Durante o governo Fernando Henrique a ECT sofreu constantes ataques do capital estrangeiro para ser privatizada, onde a luta dos trabalhadores junto com a sociedade brasileira foi decisiva na resistência da empresa pública e derrubada da proposta que estava sendo encaminhada até então por aquele presidente.

A elite ainda conseguiu beliscar este patrimônio implementando o projeto das franquias e do banco postal, obtendo a transferência de serviços públicos para o capital privado, com isto mordendo grandes lucros e precarizando o trabalho dos empregados nestas áreas específicas.
O Banco Bradesco foi o grande beneficiado com a implementação do banco postal, onde um terço dos seus correntistas operam através deste serviço.

Mas o ataque pode ser ainda maior. É que no momento tramita no Legislativo Federal o Projeto de Lei 3677/08 do Deputado Régis de Oliveira (PSC/SP) que pretende a quebra do monopólio postal por parte da empresa pública. Este deputado que se apresenta hoje num partido sem expressão foi eleito estando no PFL (atual DEM) Vice-Prefeito de São Paulo na Chapa de Celso Pita, depois foi eleito Deputado Federal pelo PSDB e agora no PSC que serve de para brisa, continua a representar os interesses das mega-corporações multinacionais dos serviços postais e de entregas (Fedex, UPS, DHL).

Seu argumento para o projeto é tão descabido quanto ultrapassado, justo num momento em que cai por terra a “eficácia” da esfacelada política neoliberal em todo mundo. Segundo este, a quebra do monopólio visa evitar o apagão da correspondência no Brasil. Mas este argumento tropeça numa situação que o povo brasileiro conheceu muito bem a partir da privatização do sistema hidrelétrico do país durante a era FHC.

Concurso público

É com o monopólio público postal no Brasil que a ECT atua através da transversalidade dos recursos nivelando as desigualdades entre as regiões menos desenvolvidas neste país tão desigual, cumprindo desta forma com o papel social de integrar o serviço em todo território nacional. Além disto, possuí dentre seus serviços o selo social que custa um centavo de real que permite o acesso a correspondência para a população mais pobre, e parte do lucro líquido da ECT é revertido em projetos sociais por ser recurso público.

As contratações na empresa são realizadas através de concurso público que garante isonomia, não obstante a categoria dos correios é composta do maior percentual de trabalhadores negros e deficientes no país.

Todos estes ganhos do povo fica ameaçado com este PL do Deputado Régis de Oliveira que configura no desmonte da ECT, e desta feita vivermos de fato o apagão do serviço postal, o rebaixamento da sua qualidade e entrega do grande patrimônio estendido por todo país construído com muito trabalho. As empresas privadas não têm interesse em desenvolver o serviço onde não haja grandes lucros, e com isto regiões do interior do Brasil ficariam de fora, a questão social tão pouco interessa aos setores privados, e sobre os trabalhadores recairiam o drama do desemprego, precarização e expoliação.

Por tudo isto o serviço postal público no Brasil é setor estratégico nacional. A história do serviço postal remonta a história do descobrimento, quando Gaspar Lemos levou das Terras Brasilis a carta de Pero Vaz, posteriormente com a chegada da família real foi fundado o Serviço Postal da Coroa, que no episódio da Independência teve relevância quando o mensageiro Paulo Bregaro (Patrono dos Carteiros) entregou a D. Pedro as margens do Ipiranga a carta de exigências do império que resultou na criação da Pátria.

Importante lembrar que no período dos militares o Ministro empossado nas Comunicações era ponta de lança do regime, o Antônio Carlos Magalhães, já no Governo Fernando Henrique o alcunhado trator de FHC Sérgio Motta assumiu este ministério para a partir deste tentar blindar o presidente lesa pátria. Daí percebe-se o quão importante é este setor para o país.

Marcelo Buraco –para o Portal CTB

2 comentários:

SINGULAR disse...

Vc meu caro,é um mal informado ou mal intencionado? Se não me perdoe mas o modelo de gestão que impera na EBCT de forma velada ainda é feudal com o pagamento da vassalagem da subserviência.Somos sim os melhores do "mundo postal" mas a custa de muito sangue suor e morte de companheiros anônimos que sequer chegaram a ser nota 10 e/ou padrão.Salário base inicial irrisório,péssimas condições de trabalho,RDD e RDO manipulados e toda forma de atitudes corporativas para livrar a "companheirada" que infesta a estrutura da EBCT.
Que venha a CORREIOS S/A e que o governo continue ou mantenha como condição o atendimento as área menos favorecidas que não deveriam existir como "desfavorecidas" mais integradas como diria Cândido Mariano Rondom.

Paulo, Curitiba, PR disse...

Antonio,
Quem está mal informado é você!

Uma empresa privada não paga o que você ganha hoje.

E você só ganha isso e seus benefícios, porque os trabalhadores lutaram por isso, e não ficaram acomodados com a política unilateral da empresa.

Exemplo: Você sabe quanto ganha um funcionário de ACF?

A realidade da ECT é muito mais do que a cúpula quer que você saiba.