As grandes metrópoles domam os políticos pela força da opinião pública e dos fazedores de opinião. Isso é antigo. Vem do conceito de cidade e de cidadania. No espaço político da cidade se processa a retórica das propostas e da rejeição às mesmas. Os políticos das pequenas cidades e das regiões periféricas, falam de suas pequenas cátedras ou púlpitos, como pregadores incontestados. Às vezes até adquirem graça pelos impulsos oratórios desarvorados e arrogantes. Ciro Gomes, um grande político de província, carrega os dissabores e alguns méritos desse falar solto, mais fruto da emoção do que da reflexão estratégica. No bojo do discurso lançou-se candidato à presidência, sem combinar antes com o partido e os aliados. Acertou com o Lula, que já tinha um candidato e que não era ele. Mudou de domicílio eleitoral sem a convicção de que seria candidato do novo domicílio. Estigmatizou a candidatura Serra para depois se contradizer. Nunca apoiou a Dilma porque de fato apoiava a si mesmo. Seu partido hoje quer reeleger alguns governadores com possibilidades, deputados e senadores onde puder. Prefere o apoio logístico do Lula do que a candidatura incerta de seu líder, Ciro Gomes. Ciro continua falando alto, mas sozinho. Suas últimas declarações ao IG deixaram o PT mudo e o Lula furioso. A ira do Ciro é tal que qualificou seu adversário José Serra, colocando-o bem acima de Dilma na capacidade de controlar as crises de câmbio. Ciro é, assim, mais uma novidade política que se perde antes da estréia.
Autor: Jorge da Cunha Lima
Autor: Jorge da Cunha Lima
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