quarta-feira, 28 de abril de 2010

Partido mais corrupto do Brasil está com os dias contados

DEM sangra no Senado


Esvaziamento no Nordeste ameaça bancada de senadores do DEM

Maria Inês Nassif, de São Paulo

Valor Econômico - 28/04/2010

Esvaziamento do DEM no Nordeste, a região que sustentou o partido desde a sua criação, em 1985, poderá reduzir sua bancada no Senado das atuais 14 para oito ou nove cadeiras na eleição de outubro, segundo o Diap.

Um lento processo de esvaziamento do DEM no Nordeste, a região que manteve o partido, desde a sua criação, em 1985, com grande bancada no Senado, pode ser consumado em outubro. Do total de 14 senadores do partido, oito encerram seus mandatos - cinco eleitos pelo Nordeste e três pelo Centro-Oeste. Os senadores Gilberto Goellner (MT), Antonio Carlos Júnior (BA) e Adelmir Santana (DF) são suplentes e não disputarão em outubro.

O DEM pode reduzir sua bancada para oito ou nove, na previsão do diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto de Queiroz - o que significaria eleger dois ou três apenas nessas eleições. Ou vai perder apenas um ou dois senadores - o que significaria ficar com 12 ou 13, na avaliação do presidente nacional do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ). Os dois concordam, no entanto, que a sangria do partido ocorre no seu reduto tradicional, o Nordeste.

A longa duração do mandato de senador - que corresponde a dois mandatos de deputados - manteve o partido forte no Senado quando já havia entrado em declínio na Câmara. Em 1998, o então PFL elegeu 105 deputados, a maior bancada; quatro anos depois, com a vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva, obteve 84 deputados nas urnas; em 2006, fez 65 deputados e, até a posse, já havia perdido três. Tornou-se a quarta bancada. No Senado, o declínio foi mais lento: a bancada de 19 senadores do período 1995-1998 baixou para 17 no período seguinte (1999-2002) e hoje são 14.

"Em 2000 administrávamos 1200 cidades; em 2004, 700 e poucas; hoje são apenas 497. Estamos perdendo nas cidades menores e com menor renda", diz Maia. Para ele, quanto maior for a população beneficiada pelo programa Bolsa Família em relação ao número de eleitores - caso das comunidades menores -, menor é a chance de acesso da oposição a esse eleitor. "A máquina do governo impede o acesso da oposição aos eleitores mais pobres", afirma o presidente do partido. Para Queiroz, esse processo ocorreu porque a opção do DEM pela oposição foi contra a natureza do partido, cuja razão de ser, até então, era a de "suprir de recursos e benefícios" do governo seus redutos eleitorais.

"Estamos pagando uma decisão partidária, de ser oposição ao governo Lula", concorda Maia. "Todo mundo sabia que o resultado seria o de retração do partido nos Estados em que historicamente éramos bem posicionados, com os do Nordeste." Para o dirigente, a forma de reverter essa tendência será não apenas a opção pela candidatura do tucano José Serra à Presidência, reeditando a aliança que deu certo nos dois governos de Fernando Henrique Cardoso, como se empenhar pelo máximo desempenho do candidato no primeiro turno. É em 3 de outubro que o eleitor define a composição do Congresso. Quanto mais o partido conseguir se identificar, perante o eleitor, com um candidato a presidente com perspectiva de poder, maior será a sua chance de reverter a tendência de esvaziamento, segundo esse raciocínio.

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