sexta-feira, 1 de julho de 2011

A revolução “duplamente verde” de José Graziano




Eleito com o apoio dos países emergentes para dirigir a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO, em inglês), o brasileiro José Graziano afirma que a aliança em torno de seu nome reflete o reconhecimento do êxito do modelo brasileiro de combate à fome e representa uma aposta na Cooperação Sul-Sul. Em entrevista exclusiva a CartaCapital, Graziano fala das demandas que o Brasil terá de enfrentar, como fazer uma “revolução duplamente verde” na agricultura.


Graziano terá de transpor o abismo entre os países desenvolvidos – que fornecem a maior parte do orçamento bianual de 2,2 bilhões de dólares da instituição – e as nações emergentes, gravemente afetadas pela alta dos preços dos alimentos. Segundo ele, será preciso transformar promessas políticas em aumento efetivo do investimento na agricultura. A seguir, os primeiros trechos da entrevista. A íntegra está disponível em www.cartacapital.com.br.


CartaCapital: Até que ponto a eleição de um brasileiro para um órgão das Nações Unidas representa avanço na representatividade dos emergentes?


José Graziano: A aliança (dos países em desenvolvimento) reflete o reconhecimento do êxito do modelo brasileiro de combate à fome, uma aposta na Cooperação Sul-Sul e a certeza de que podemos avançar rapidamente na promoção da segurança alimentar.


CC: Uma de suas bandeiras, ao postular o cargo, era a descentralização da FAO. De que maneira a concessão de mais autonomia aos países pode contribuir para fortalecer a entidade?


JG: Há preocupações legítimas de ambos os lados, mas também existe o consenso de que divergências não podem travar o trabalho da FAO e o compromisso de buscar acordos que permitam superá-las. Há um consenso, por exemplo, de que devemos fortalecer a capacidade técnica das oficinas regionais e -sub–re-gionais-. O problema é quem vai pagar o custo financeiro disso. Por isso, durante toda a minha campanha, pedi aos países de ingressos médios, como os BRICS, Argentina, Chile, México, Venezuela e tantos outros, que apoiem mais a organização e os projetos executados nos seus próprios países para deixar mais recursos disponíveis aos países mais pobres.


CC: A crise financeira internacional atingiu mais as economias desenvolvidas do que o mundo em desenvolvimento, mas parece ter reconfigurado os mercados internacionais de commodities agrícolas, ao estabelecer patamares mais elevados para os preços dos alimentos. Qual o impacto desse cenário para as populações mais pobres?


JG: Na maior parte do mundo, a fome é um problema de acesso: existe comida suficiente, mas o que muitas vezes falta é o dinheiro para comprá-la. Famílias pobres chegam a gastar até 70% de sua renda em alimentos, daí a importância de reforçar as redes de proteção social, especialmente em épocas de alta de preços. No entanto, se isso não for acompanhado de programas de inclusão produtiva, dificilmente as famílias conseguirão manter-se acima da linha da pobreza, graças a seu próprio esforço. Para grandes exportadores de alimentos, a alta dos preços representa uma oportunidade. O desafio é utilizar isso em benefício da inclusão social. Mas o lucro com os preços mais altos nem sempre- chega até os agricultores familiares, muitas vezes ficando com intermediários do processo. Também é importante lembrar que a atual alta dos preços vem acompanhada de um aumento na volatilidade. Sem saber a que preço poderão vender sua safra, muitos agricultores têm receio de investir.

CC: Uma solução de longo prazo para os desafios da segurança alimentar está mais relacionada ao aumento da produção ou a uma melhor distribuição e utilização dos recursos disponíveis? E essa solução exige mais dinheiro ou vontade política, em âmbito mundial?


JG: Garantir a segurança alimentar depende, essencialmente, de traduzir a vontade política em ação concreta. Sem isso, o discurso fica vazio.Para alimentar uma população mundial que deverá subir dos atuais 7 bilhões para 9 bilhões em 2050 e que vai se alimentar melhor, a FAO estima que precisamos aumentar a produção em 70%. Temos as condições de fazer isso, mas é preciso voltar a investir em agricultura. Entre a década de 1980 e 2005, a ajuda internacional destinada ao setor caiu de 17% para 3%.

CC: O Brasil tem erguido barreiras legais à venda de terras para estrangeiros. Em países da África, chineses têm adquirido largas extensões territoriais e exportam para o continente até mesmo a mão de obra que trabalhará no cultivo do solo. A internacionalização da agricultura é de fato uma ameaça?


JG: A compra de terras por estrangeiros é um fenômeno que vem ocorrendo em várias partes do mundo, que pode trazer benefícios se vier acompanhada de reinvestimentos que busquem melhoras econômicas e sociais nas áreas em questão. O fundamental é que os países desenvolvam um sistema de uso responsável da terra. A FAO está apoiando esse processo, organizando uma série de consultas com governos, setor privado, produtores, sociedade civil e organismos internacionais, que vão resultar em diretrizes voluntárias para a governança da terra e outros recursos- naturais (http://www.fao.org/nr/tenure/directrices-voluntarias-/es/).

CC: Que passos o Brasil deveria dar para se firmar como um exemplo mundial na produção sustentável de alimentos?

JG: A “Revolução Verde” ajudou a duplicar a produção mundial de cereais, mas a agricultura intensiva também tem causado uma degradação ambiental. Por isso, precisamos de uma revolução duplamente verde. Podemos produzir mais alimentos, o desafio é fazê-lo de modo ambiental e socialmente sustentável.


CC: O Brasil tem tentado, com o etanol de cana-de-açúcar, provar ao mundo que é possível apostar na bioenergia sem amea-çar a produção de alimentos. A empreitada será bem-sucedida?
JG: Eu vou parafrasear o ex-presidente- Lula para responder: biocombustível é que nem colesterol, tem o bom e tem o mau. No caso do Brasil, a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar não afeta a segurança alimentar, e a inclusão da agricultura familiar na cadeia produtiva de biodiesel oferece a milhares de pessoas uma fonte adicional de recursos. Mas, dependendo da matéria-prima utilizada e o país em questão, o impacto pode ser negativo. Enfim, biocombustíveis não podem ser considerados uma bala de prata, mastambém não podemos demonizá-los.


Confira íntegra da entrevista

10 comentários:

Zé disse...

O LULÃO dá cada chulapada nos córneos da tucanalha que eles ficam tontos (redundância, claro).

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Zé disse...

Não precisa anônimo tucanalha.
Os ladrões demotucanalhas são Expert em receber chulipadas.

Essa raça de chifrudos cornudos adora uma pancada. São sadomasoquistas. Eles adoram apanhar do LULÃO igual a você que adora uma pancada nos córneos chifrudos.

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

VERA disse...

Pelo jeito, quem ADORA dar CHUPADAS é vc, TROLL TUNGANOTÁRIO!!!

Então, sugiro que vá CHUPAR e DAR pro FAGAGAC-corno-manso, que deve estar carente, depois que foi CHIFRADO pela amante!!!

Vai dar pro FGAGAC, vai, sua bicha psicopata!!!

O TERROR DO NORDESTE disse...

Vera, FHC chupou o pau de Bil Pinto.kkkkkkkkkkkkkkkk

VERA disse...

Tenho certeza disso, Sr. Terror!!!

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Anônimo disse...

Se esse José Graziano sabe tudo isso, por que não deu certo no Fome-Zero?

Foi dispensado pelo Sebento Bebum.

Anônimo disse...

Cuitada da cabra véia! Ucê tá fartanu au rispeitu cunsigu merma, mulé! Sirá qui nun percebi qui tá fazenu u papér di vagabunda ate prus seus própiu cumpanhêru, qui tão abusanu da sua dispusissão di levá na cara u tempu todu i nun ficá vermeia nen un poquinhu?

Quantu ao Grazianu, a unica graça deli é tê ajudadu a implantá u unicu pograma qui u Bafão feis, qui foi u Fomi Zeru, i qui foi justamenti u qui nun diu certu. Essa é qui foi a rivolussão deli. Assin, é mais siguru pru Braziu tê eli lá du qui aqui.

VERA disse...

Esse TROLL TUNGANOTÁRIO INTELECTUALOIDE DEBILOIDE PSICOPATA não passa de um INVEJOSO e PERDEDOR!!!

Ele seus gurus DEMOS-TUCANALHAS estão SE CORROENDO de INVEJA, porque NUNCA foram ELEITOS pra presidir NENHUMA instituição NACIONAL ou INTERNACIONAL, a não ser como FANTASMAS daquelas criadas por eles próprios, como o Ifhc!!!

XÔ, TUNGANOTÀRIOS INVEJOSOS e PERDEDORES!!!

Anônimo disse...

Cuitada da cabra véia! Ucê tá fartanu au rispeitu cunsigu merma, mulé! Sirá qui nun percebi qui tá fazenu u papér di vagabunda ate prus seus própiu cumpanhêru, qui tão abusanu da sua dispusissão di levá na cara u tempu todu i nun ficá vermeia nen un poquinhu?

Quantu ao Grazianu, a unica graça deli é tê ajudadu a implantá u unicu pograma qui u Bafão feis, qui foi u Fomi Zeru, i qui foi justamenti u qui nun diu certu. Essa é qui foi a rivolussão deli. Assin, é mais siguru pru Braziu tê eli lá du qui aqui.


P.S.: U FOMI ZERU É U UNICU POGRAMA SOCIAR REARMENTI CRIADU PELU BAFÃO, I FOU UM ZERU Á ISQUERDA!

VERA disse...

DO BLOG DO SR. APOSENTADO INVOCADO:

"PSDBostas QUER SE FUNDIR AOS DEMOS, MAS O CADE TEME CONCENTRAÇÃO PERIGOSA DE INCOMPETÊNCIA"!!!

E DE LADROAGEM!!!

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK