segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Chávez: “destino da revolução está na ideologia, não na eleição




O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse em uma entrevista divulgada neste domingo (8) que a revolução bolivariana "independe" das eleições presidenciais do ano que vem, na qual deve disputar a reeleição Ele chegou ontem a Cuba, onde deve receber a segunda dose do tratamento quimioterápico contra um câncer na região abdominal.

"Não vinculamos a revolução bolivariana a um processo eleitoral. Esse processo está previsto na Constituição", disse o presidente. "O destino da revolução está na ideologia, na mobilização popular, na unidade cívico-militar e das forças revolucionárias."

Ele foi recebido no aeroporto de Havana pelo presidente Raúl Castro, acompanhado do chanceler Nicolás Maduro e das filhas María Gabriela e Rosinés.

O presidente reafirmou que será candidato e vencerá as eleições. A oposição, agora unificada sob a Mesa de Unidade Democrática (MUD) deve lançar um candidato único. "Não seremos derrotados. Minha atitude pessoal em eventos nos quais não saímos vencedores é conhecida, mas estou seguro de que serei candidato e vencerei", declarou.

Chávez denunciou também um suposto "plano de violência internacional" para o caso de vencer as eleições por uma pequena margem. "Já imagino a CNN, as grandes redes de televisão mundiais, a direita europeia e o Conselho de Segurança da ONU dizendo: Chávez, o tirano, aferra-se ao poder e não quer sair", disse. "Vão provocar violência, desestabilização e intervenção. Esse é o plano deles."

Segundo o líder bolivariano, ele não será "o Chávez cristão" caso isso aconteça. "Será pior para eles", concluiu.

Na entrevista, o venezuelano deu mais detalhes sobre a sua doença e como recebeu a notícia do câncer. Disse que desde o ano passado sentia dores abdominais que o fizeram cogitar sofrer de câncer. Ele revelou também ter chorado quando Fidel Castro lhe informou que o tumor era maligno.

"O olhava meio assim, com uma mistura de sentimentos" contou Chávez sobre o momento em que soube da doença. "Fui ao banheiro e me olhei no espelho. Chorei, chorei e chorei. Por meus filhos, chorei como no 12 de abril (quando sofreu uma tentativa de golpe de Estado)."

De acordo com o líder bolivariano, no dia 18 de junho ele ainda tinha dúvidas sobre a conveniência de uma cirurgia às vésperas da Cúpula de Países da América Latina e do Caribe (Calc) e das comemorações do bicentenário da independência venezuelana, no começo de julho. Foi demovido por Fidel, seu mentor político. "A vida vem em primeiro lugar para um revolucionário, Chávez", aconselhou o cubano. No dia 20 de junho, a cirurgia foi feita.

Vermelho, com informações de agências

Nenhum comentário: